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3 de mai. de 2019

Centrais sindicais também se unem em Minas Gerais contra a Reforma da Previdência


“Precisamos de uma frente ampla com todos que entendem que a reforma da Previdência é danosa para o povo. Essa unidade é muito importante neste momento. Juntos, podemos vencer essa batalha”, afirmou nessa quarta-feira, no Clube do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, o Secretário-Geral da instituição, Alex Santos, durante o lançamento da Campanha “Quero Viver Depois de Trabalhar”. O encontro contou, pela primeira vez, com a presença de todas as centrais sindicais neste 1º de Maio – Dia Internacional do Trabalhador. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Estado (CTB-MG) foi representada pela sua presidenta, a professora Valéria Morato.

Valéria Morato também ressaltou a importância de unidade da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e partidos progressistas para derrotar a proposta de reforma da Previdência.

A presidenta da CTB-MG destacou ainda os impactos da reforma na vida dos trabalhadores do campo e da cidade e também sobre as mulheres que, na maioria dos casos, têm dupla jornada de trabalho. Ela pediu que cada trabalhador converse com os seus conhecidos e esclareça sobre os males da reforma da Previdência.

“Conversem com os amigos, vizinhos e familiares sobre a reforma. Vamos discutir o que está por trás dessa reforma. Não é reforma. É um desmonte dos nossos direitos. Nós não podemos deixar que o governo retire o salário das pessoas com deficiência e passe a pagar R$ 400. Nós não podemos permitir que o trabalhador rural só consiga se aposentar depois de contribuir por 20 anos para o INSS”, disse Valéria Morato.

A presidenta da CTB-MG ainda falou sobre a proposta de capitalização que está na reforma da Previdência. Essa medida retira a responsabilidade de contribuição do governo e dos patrões para a Previdência e acaba com o seu aspecto social.

No Chile, esse modelo foi implantado e resultou num alto índice de suicídios entre os idosos que não conseguem se manter depois de trabalhar a vida inteira.

“Nós não temos salário digno, como vamos conseguir poupar para a Previdência Social? Nós não podemos permitir isso conosco e nem com os nossos pais que trabalharam por tantos anos para conseguir aposentar”, disse Valéria Morato.

Outro aspecto negativo da reforma da Previdência prevê o aumento do tempo mínimo de contribuição para 35 anos e 65 de idade. Para conseguir 100% do benefício, o trabalhador terá de contribuir por 40 anos.

Por outro lado, a reforma mantém os privilégios de determinadas categorias, como os militares, por exemplo. Além do mais, a proposta de reforma da Previdência ignora a dívida das grandes empresas junto à Previdência que já somam mais de R$ 470 bilhões.

Evento familiar

O 1º de maio também foi marcado por momentos de descontração e lazer entre os trabalhadores e seus familiares no Clube dos Metalúrgicos de Betim. Além do lançamento da campanha “Quero Viver Depois de Trabalhar”, foi realizada a Corrida e Caminhada do Trabalhador e da Trabalhadora, sorteio de brindes e show com o cantor sertanejo Marcelinho de Lima.

A aposentada Isabel Cavalcanti, de 70 anos, resolveu participar da caminhada. O percurso foi de 5 km, assim como o da corrida, pelas ruas do bairro Niterói, em Betim, onde está localizado o Sindicato dos Metalúrgicos. No total, foram 850 inscritos.

Dona Isabel aprovou a iniciativa do sindicato. “Eu gostei muito, porque nós temos poucas opções de lazer. Agora penso em treinar para participar da Corrida da Pampulha, em Belo Horizonte”, disse ela bem humorada.

Fotos: Anderson Pereira













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