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7 de jun. de 2013

Contag repudia violência e se solidariza à comunidade indígena terena

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) divulgou uma nota sobre o conflito entre fazendeiros e índios no Mato Grosso do Sul, ocasião em que os terena ocuparam quatro fazendas no estado. Uma delas, a Fazenda Buriti, foi o local onde o índio terena Osiel Gabriel, de 35 anos, foi morto e mais três índios ficaram feridos durante uma ação de reintegração de posse, comandada pela Polícia Federal, na quinta-feira passada. Confira a nota:

“A Contag repudia a violência do Estado e do agronegócio contra a comunidade indígena Terena ocorrida na fazenda Buriti, em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul. Foi com profundo pesar que a Contag recebeu a notícia da morte do índio Terena, Oziel Gabriel, e de dezenas de índios feridos durante a trágica demonstração de força do Estado brasileiro sobre famílias desarmadas e indefesas, ocorrida na quinta-feira (30/05), por ocasião da tentativa de despejo na fazenda Buriti.

A postura adotada pelo Judiciário local contribuiu ainda mais para que a violência imperasse. Todos os boletins oficiais notificam que a recomendação de reintegração de posse orientou a força policial, tanto da Polícia Militar do estado como da Polícia Federal, para que se cumprisse imediatamente o mandato de reintegração de posse, esgotando qualquer possibilidade de diálogo e de busca de uma alternativa pacífica.

Destaca-se que está cada vez mais comum o abuso por parte de representantes do Poder Judiciário contra os movimentos sociais. Esta postura contraria o papel que deveria ter a Justiça, de prestigiar o diálogo e o entendimento entre as pessoas, as instituições e entre os poderes.

Vem ocorrendo por todo o País o emprego da força policial a pedido do Judiciário e, quase sempre, para defender os propósitos do agronegócio, seja qual for a natureza do conflito agrário. Um exemplo é o que vem ocorrendo em Rondônia com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Vilhena/Chupinguaia, Udo Wahlbrink, que vive sob a permanente ameaça de morte e foi sentenciado à prisão por estar em defesa dos interesses de sua base e da luta pela reforma agrária.

A Contag se solidariza com a comunidade Terena e com a família de Oziel Gabriel, brutalmente assassinado pelo Estado brasileiro. A Contag defende a regularização e desintrusão de todas as terras indígenas.

A Contag, como a maior representação sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais do Brasil, defende o diálogo na busca de soluções para os conflitos, repudia toda e qualquer violência e se coloca em defesa da vida.

A Contag defende um país soberano e que seja capaz de implementar um desenvolvimento rural sustentável e solidário, por meio de uma ampla e massiva reforma agrária, pela valorização e fortalecimento da agricultura familiar, pela valorização dos saberes e culturas tradicionais dos povos do campo, das florestas e das águas”.

Fonte: Portal CTB. 

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