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16 de set. de 2013

CTB Minas se solidariza com os servidores municipais de raposos, em greve por melhores salários e condições de trabalho

A CTB Minas tem acompanhado de perto a greve dos servidores municipais de Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), iniciada na última segunda-feira (9).
Em nome da central, o vice-presidente da José Antônio de Lacerda, o “Jota”, e o diretor de Interiorização, Gelson Alves, têm participado das atividades promovidas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Raposos, dando todo o apoio ao movimento e à entidade.
Os servidores estão em greve por melhorias salariais e das condições de trabalho. Segundo o presidente do Sindicato, Alcides Salvador dos Santos, há 16 anos, os trabalhadores do município de Raposos não têm reajuste salarial. Além disso, as condições de trabalho são precárias.
“Na Educação, as escolas não têm materiais básicos de secretaria, limpeza e de higiene pessoal, como papel higiênico; a merenda escolar é escassa e nas salas de aulas, que estão esburacadas, falta até giz. A Prefeitura Municipal também não tem pago o piso salarial nacional aos educadores, como determina a lei”, informou.
A situação na área da Saúde também não é diferente. De acordo com o presidente do Sindicato, faltam equipamentos médico-hospitalares e odontológicos; os aparelhos de fisioterapia estão sem condições de uso e o de eletrocardiograma está com defeito, causando transtornos à população, que necessita se deslocar a outros Municípios para realizar os exames; faltam medicamentos de uso contínuo e de alto custo e não há liberação para a realização de exames de alto custo.
“Por falta de bebedouros, os funcionários e usuários são obrigados a tomarem água de torneira; a estrutura física do serviço de saúde mental está com rachaduras e afundamento de piso; faltam portas e materiais; a Saúde também não tem um carro para o atendimento domiciliar”, acrescentou Alcides.
Tanto na Educação quanto na Saúde, os veículos (ônibus escolares e ambulâncias) encontram-se sem manutenção, transitando em péssimo estado de conservação, colocando em risco os alunos e a comunidade que necessitam dos serviços.
Mas os problemas em Raposos não param por aí: os trabalhadores do serviço de limpeza urbana estão executando os serviços em condições precárias e sem equipamentos de proteção individual. Os servidores também denunciam um esquema de nepotismo na prefeitura, onde vários familiares do prefeito teriam cargos altos na administração pública.
O resultado de todo esse descaso do governo municipal são funcionários mal remunerados, desmotivados, desrespeitados e perseguidos pela atual administração.
Falta de diálogo
Em meio a todo este caos no Município, o prefeito Carlos Alberto Coelho, o “Sargento Coelho”, tem se recusado a receber as entidades representativas dos servidores e reabrir as negociações.
“Ao invés de solucionar os inúmeros problemas, ele tem preferido gastar dinheiro público com utilização de um carro de som na tentativa desesperada de minimizar a situação e de desqualificar as justas reivindicações dos trabalhadores. Na gestão passada, quando era presidente da Câmara dos Vereadores, “Sargento Coelho” acompanhou de perto as lutas sindicais, apoiando as reivindicações dos servidores. Hoje, como chefe do Executivo Municipal, tem se recusado a solucionar os problemas”, criticou Alcides Salvador.
Nos últimos dias, centenas de servidores saíram às ruas da cidade para pedir o apoio da população ao movimento. Na tarde da última quinta-feira (12), cerca de 100 trabalhadores das áreas da Educação e da Saúde ocupam a Câmara dos Vereadores da cidade para pedirem o apoio do presidente da Casa às reivindicações da categoria.
Após serem recebidos pelo presidente da Câmara, foi acertada uma reunião com os vereadores e o prefeito para a próxima segunda-feira (16), na sede da prefeitura. Com a confirmação, os servidores deixaram o Legislativo Municipal por volta das 21h.
Impeachment
Segundo o presidente do Sindicato, dependendo do resultado da reunião, a entidade poderá pedir o impeachment do prefeito. Até lá, a greve e as manifestações serão mantidas em espaços públicos da cidade.
De acordo com o Sindicato, 25% dos funcionários das áreas da Educação, Saúde e Obras continuam trabalhando, em atendimento à legislação.
Para Gelson Alves, existe uma falta de confiança por parte do Sindicato e dos servidores com relação ao prefeito. “Ele fala uma coisa e faz outra. Além disso, em todas as tentativas de levar o documento com as reivindicações ao prefeito, uma secretária dele que recebe. Só que, quando perguntamos se ela pode responder pelo prefeito, ela diz que não. Então não adianta”, disse.
Diante da gravidade da situação, os servidores municipais de Raposos contam com o apoio dos funcionários contratados e da população nesta luta, que é de todos, pois salários dignos e boas condições de trabalho significam um melhor atendimento e serviços públicos de qualidade à população.

Fontes: CTB Minas e jornal O Tempo.

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