A CTB Minas tem acompanhado
de perto a greve dos servidores municipais de Raposos, na Região Metropolitana
de Belo Horizonte (RMBH), iniciada na última segunda-feira (9).
Em nome da central, o
vice-presidente da José Antônio de Lacerda, o “Jota”, e o diretor de
Interiorização, Gelson Alves, têm participado das atividades promovidas pelo
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Raposos, dando todo o apoio ao
movimento e à entidade.
Os servidores estão em greve
por melhorias salariais e das condições de trabalho. Segundo o presidente do
Sindicato, Alcides Salvador dos Santos, há 16 anos, os trabalhadores do
município de Raposos não têm reajuste salarial. Além disso, as condições de
trabalho são precárias.
“Na Educação, as escolas não
têm materiais básicos de secretaria, limpeza e de higiene pessoal, como papel
higiênico; a merenda escolar é escassa e nas salas de aulas, que estão
esburacadas, falta até giz. A Prefeitura Municipal também não tem pago o piso
salarial nacional aos educadores, como determina a lei”, informou.
A situação na área da Saúde
também não é diferente. De acordo com o presidente do Sindicato, faltam
equipamentos médico-hospitalares e odontológicos; os aparelhos de fisioterapia
estão sem condições de uso e o de eletrocardiograma está com defeito, causando
transtornos à população, que necessita se deslocar a outros Municípios para
realizar os exames; faltam medicamentos de uso contínuo e de alto custo e não
há liberação para a realização de exames de alto custo.
“Por falta de bebedouros, os
funcionários e usuários são obrigados a tomarem água de torneira; a estrutura
física do serviço de saúde mental está com rachaduras e afundamento de piso;
faltam portas e materiais; a Saúde também não tem um carro para o atendimento
domiciliar”, acrescentou Alcides.
Tanto na Educação quanto na Saúde, os veículos (ônibus escolares e ambulâncias) encontram-se sem manutenção, transitando em péssimo estado de conservação, colocando em risco os alunos e a comunidade que necessitam dos serviços.
Tanto na Educação quanto na Saúde, os veículos (ônibus escolares e ambulâncias) encontram-se sem manutenção, transitando em péssimo estado de conservação, colocando em risco os alunos e a comunidade que necessitam dos serviços.
Mas os problemas em Raposos
não param por aí: os trabalhadores do serviço de limpeza urbana estão executando
os serviços em condições precárias e sem equipamentos de proteção individual.
Os servidores também denunciam um esquema de nepotismo na prefeitura, onde
vários familiares do prefeito teriam cargos altos na administração pública.
O resultado de todo esse
descaso do governo municipal são funcionários mal remunerados, desmotivados,
desrespeitados e perseguidos pela atual administração.
Falta de diálogo
Em meio a todo este caos no
Município, o prefeito Carlos Alberto Coelho, o “Sargento Coelho”, tem se
recusado a receber as entidades representativas dos servidores e reabrir as
negociações.
“Ao invés de solucionar os
inúmeros problemas, ele tem preferido gastar dinheiro público com utilização de
um carro de som na tentativa desesperada de minimizar a situação e de
desqualificar as justas reivindicações dos trabalhadores. Na gestão passada,
quando era presidente da Câmara dos Vereadores, “Sargento Coelho” acompanhou de
perto as lutas sindicais, apoiando as reivindicações dos servidores. Hoje, como
chefe do Executivo Municipal, tem se recusado a solucionar os problemas”,
criticou Alcides Salvador.
Nos últimos dias, centenas
de servidores saíram às ruas da cidade para pedir o apoio da população ao
movimento. Na tarde da última quinta-feira (12), cerca de 100 trabalhadores das
áreas da Educação e da Saúde ocupam a Câmara dos Vereadores da cidade para
pedirem o apoio do presidente da Casa às reivindicações da categoria.
Após serem recebidos pelo
presidente da Câmara, foi acertada uma reunião com os vereadores e o prefeito
para a próxima segunda-feira (16), na sede da prefeitura. Com a confirmação, os
servidores deixaram o Legislativo Municipal por volta das 21h.
Impeachment
Segundo o presidente do
Sindicato, dependendo do resultado da reunião, a entidade poderá pedir o
impeachment do prefeito. Até lá, a greve e as manifestações serão mantidas em
espaços públicos da cidade.
De acordo com o Sindicato,
25% dos funcionários das áreas da Educação, Saúde e Obras continuam
trabalhando, em atendimento à legislação.
Para Gelson Alves, existe
uma falta de confiança por parte do Sindicato e dos servidores com relação ao
prefeito. “Ele fala uma coisa e faz outra. Além disso, em todas as tentativas
de levar o documento com as reivindicações ao prefeito, uma secretária dele que
recebe. Só que, quando perguntamos se ela pode responder pelo prefeito, ela diz
que não. Então não adianta”, disse.
Diante da gravidade da
situação, os servidores municipais de Raposos contam com o apoio dos
funcionários contratados e da população nesta luta, que é de todos, pois
salários dignos e boas condições de trabalho significam um melhor atendimento e
serviços públicos de qualidade à população.
Fontes: CTB Minas e jornal O Tempo.
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