30 de mai. de 2017

Em reunião, centrais comemoram #OcupeBrasília e apontam nova greve geral para junho


As centrais sindicais (CTB, CUT, UGT, Nova Central, Força Sindical, Intersindical, CGTB, CSB, CSP-Conlutas) se reuniram nesta segunda-feira (29) na sede da CTB Nacional para debater os próximos passos na luta contra o governo golpista de Michel Temer. Em comum, todas comemoraram a vitória significativa do #OcupeBrasília no último dia 24, e apontaram para a realização de uma nova greve geral.
A defesa dos direitos sociais e o repúdio às Reformas da Previdência Social e Trabalhista continuam sendo o fio condutor do movimento sindical. Para o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, será possível continuar na unidade de ações enquanto cada central puder convergir nesses dois pontos.
“A manifestação em Brasília teve papel importantíssimo, os números chegaram ao patamar da grande marcha do MST em 1997. Infelizmente, houve uma repressão desmedida, que impediu a imprensa de cobrir nossas reivindicações, mas a avaliação da CTB é que o ato teve uma função política essencial, dando um novo baque no governo”, avaliou. “As centrais, mais uma vez, tiveram um papel de liderança, e isso nos impõe a responsabilidade de continuar pressionando contra essas reformas”.
Já para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, a reunião serviu para demonstrar a unidade dos movimentos trabalhistas: “Todas as centrais saudaram a vitória retumbante em Brasília, com a maior marcha já vista na cidade. Do ponto de vista da continuidade, a principal resolução foi a da realização de uma nova greve geral, a depender dos presidente das centrais. As grandes bandeiras serão novamente o Fora Temer e a defesa dos direitos dos trabalhadores”. 


Todos os representantes lamentaram a grande violência cometida contra Carlos Geovani Cirilo, aposentado de 61 anos, que foi atingido por um tiro de arma de fogo da PM e está em estado grave. Ele passará por cirurgia para reconstruir o maxilar. As centrais estudam as ações legais específicas contra a PM.

29 de mai. de 2017

CTB-MG lamenta profundamente falecimento de Gilse Consenza, grande liderança política e referência na luta pela democracia brasileira



GILSE COSENZA VIVERÁ PARA SEMPRE EM NOSSOS CORAÇÕES

A vida é feita de partidas e chegadas. Nesta noite de 28 de maio de 2017, encerra-se um dos mais belos capítulos da história das mulheres na luta pela democracia no Brasil: nossa grande guerreira Gilse Cosenza faleceu após uma dura luta contra o câncer.
Dia 1º de Abril de 1964 – dia do Golpe Militar no País, a caloura Gilse, que havia sido aprovada em 1º lugar para Serviço Social na PUC Minas, ingressa na luta contra a repressão. Como líder estudantil, foi presa e torturada. Permaneceu por longo período na clandestinidade, mudou de nome inúmeras vezes e lutou de forma aguerrida pelos direitos da mulher.
Integrante de uma lista de 17 estudantes onde era a única mulher do grupo, foi considerada perigosa pelos militares pelo fato de ser progressista e inteligente. Depois de formada, foi obrigada a fugir e viver na clandestinidade. Mesmo grávida, continuou ativa na militância e, em uma das reuniões, sua bolsa rompeu e foi levada ao Hospital das Clínicas onde descobriu que estava grávida de gêmeas. @s companheir@s que a acompanhavam conseguiram um médico progressista para fazer o parto, pois ali ela poderia ser descoberta e presa pelo regime militar.
Depois de quinze dias, uma das gêmeas morreu e Gilse ficou apenas com uma das meninas – sua filha, Juliana. Quando a pequena completou quatro meses de idade, Gilse foi presa pela ditadura e submetida barbaramente a torturas físicas e psicológicas. Os militares a ameaçavam dizendo que iriam pegar sua filha Juliana e torturá-la caso não colaborasse com os inquéritos. Jamais colaborou. Após todo o sofrimento, conseguiu ser libertada, foi para São Paulo reencontrar o marido e a filha, mas obrigada a continuar na clandestinidade.
Foi, então, convidada a recompor o PCdoB no Ceará, onde permaneceu anos na presidência do partido no estado. Com a mesma dedicação e disposição de luta, se empanhava na luta feminista. Tivemos a honra de sermos lideradas por ela na presidência da UBM no período de 1991 a 1997.
Gilse suportou cicatrizes, medos e incertezas com coragem e sem se curvar diante da luta. Diante de sucessivos desafios, manteve-se sempre de peito aberto no decorrer da sua existência que, hoje, infelizmente, chegou ao fim. Gilse Cosenza viverá para sempre em nossos corações, iluminando os nossos passos em defesa das mulheres, do Brasil e democracia!

28 de maio de 2017
União Brasileira de Mulheres

24 de mai. de 2017

Temer baixa decreto autorizando uso das forças armadas; "É inconstitucional!", dizem senadores



Temer assinou hoje decreto em edição extra do "Diário Oficial da União" que autoriza o emprego das Forças Armadas até a próxima quarta-feira (31) para a "garantia da lei e da ordem" no Distrito Federal.
Em pronunciamento, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou de "baderna" e "descontrole" as manifestações e informou que solicitou reforço das Forças Armadas para controlar a situação na Esplanada dos Ministérios.
No Senado, os parlamentares argumentam que Temer extrapolou suas funções e que sua atitude é inconstitucional, já que a convocação das forças armadas para a segurança nacional só é permitida em casos extremos e tem de obedecer a uma série de condições não verificadas neste caso.
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) informou agora em seu twitter que as forças armadas já estão fazendo a segurança da Esplanada dos Ministérios e do Itamaraty.
Informado do fato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello relatou, durante sessão, ter ficado preocupado com a decisão do presidente Michel Temer. "Espero que a notícia não seja verdadeira", acrescentou, antes da divulgação do decreto oficialmente.
Durante debate no plenário, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou o caráter autoritário e inconstitucional da medida. “Manifestação, repressão, black blocks é polícia que resolve. Chamar as Forças Armadas num momento grave da vida nacional. Isso é um crime de lesa-pátria, isso sim é que é contra a Constituição”, afirmou.
A deputada Jandira Feghali afirmou ao sair de reunião da Câmara, suspensa pelo presidente da casa, Rodrigo Maia, que a medida não se sustentará: "Esse decreto é ilegal".
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Portal CTB com agências
Foto: Thiago Macambira

Oposição ocupa presidência da Câmara em repúdio à violenta repressão policial no #OcupeBrasília



Parlamentares da oposição paralisaram os trabalhos na Câmara dos Deputados nesta quarta (24) e ocuparam a presidência da casa em repúdio à truculenta ação da polícia na repressão aos manifestantes do movimento #OcupeBrasília.

Os deputados oposicionistas ocuparam o entorno da Mesa Diretora e querem o encerramento da sessão. Os deputados Jean Willys, Jandira Feghali, Ivan Valente e Erundina são alguns dos parlamentares à frente do protesto.

A repressão continua na Esplanada dos Ministérios e a secretaria de segurança do Distrito Federal confirmou que há um ferido por arma de fogo e outros com ferimentos causados por bala de borracha.

Segundo Ivan Valente (Psol-SP), Michel Temer e Raul Jungmann, ministro da Defesa, convocaram as tropas do Exército para reprimir a manifestação.

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Portal CTB

CTB: 150 mil por direitos, Fora Temer e Diretas Já

Cerca de 150 mil trabalhadores e trabalhadoras de todo Brasil ocuparam a Esplanada dos Ministérios em Brasília, nesta quarta (24), contra as reformas trabalhista e previdenciária e pelo fim do governo Temer.





A adesão à convocação das centrais superou todas as expectativas e revelou a enérgica rejeição do povo brasileiro à agenda reacionária do governo. Foi um pronunciamento histórico em defesa dos direitos sociais e da democracia.

Provocadores a soldo da direita e a PM agiram para dispersar a multidão, lançando bombas de gás lacrimogênio sobre os manifestantes.

O presidente ilegítimo baixou um decreto autorizando as Forças Armadas a reprimir manifestações. O movimento sindical e a classe trabalhadores não serão intimidados.

A 9ª Marcha da Classe Trabalhadora, organizada de forma unificada pelas centrais sindicais, foi a maior manifestação já vista em Brasília e reflete não só a capacidade de luta dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, mas, sobretudo, a insatisfação da sociedade com tudo que vier desse governo ilegítimo.

A luta continua. As centrais estão unidas e devem convocar uma nova greve geral para barrar o retrocesso neoliberal. As classes dominantes manobram para aprovar as mudanças e substituir Temer através de eleições indiretas que manteriam à frente do governo um político comprometido com o retrocesso. Não vamos aceitar isto. É preciso devolver ao povo o direito soberano de decidir o destino do Brasil.

Adilson Araújo
Presidente Nacional da CTB

Povo em movimento: caravanas da CTB partem de diversos estados rumo à capital federal



Goiás, São Paulo, Pará, Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Aracajú e Rio de Janeiro são alguns dos estados que organizaram caravanas e estão a caminho de Brasília para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária e defender o Fora Temer e as Diretas já nesta quarta-feira (24).

20 de mai. de 2017

Novos atos Fora Temer reforçam Diretas Já

                                                                      Foto: Isis Medeiros

Após a repercussão do escândalo envolvendo o governo Temer, as ruas do centro de Belo Horizonte foram tomadas nesta quinta-feira (18). Manifestantes exigiam a saída do presidente corrupto e ilegítimo e eleições diretas. Convocada pelas centrais sindicais e por eventos na internet, o protesto reuniu cerca de 50 mil pessoas. O tom do protesto foi o fim do governo golpista. A manifestação começou logo após o pronunciamento de Temer que não renunciaria, mas a percepção nas ruas é de que o (des)governo não tem condições de permanecer. Para aumentar a pressão, uma nova manifestação está agendada para o próximo domingo às 09 horas na Praça da Liberdade. 



A Praça 7, palco de inúmeras manifestações, foi pouco a pouco sendo ocupada por estudantes, trabalhadores(as) de várias categorias e aposentados(as). Em seguida, uma multidão saiu em passeata pelo centro da capital mineira sob os gritos de "Diretas Já!" até chegar à Praça da Estação. Participaram do ato dezenas de lideranças políticas mineiras e nacionais, como a senadora pelo Paraná Gleisi Hoffmann. 

O ato em Minas também teve o reforço da indignação com os senadores mineiros envolvidos nos escândalos, Aécio Neves e Zezé Perrella. Aécio Neves já vinha perdendo prestigio em seu terreno eleitoral e os grampos noticiados nesta quinta se unem à diversas denúncias de corrupção e envolvimento com tráfico que ronda a vida pública do senador, agora afastado. 

A prisão da irmã de Aécio, Andrea Neves também foi bastante repercutida nos protestos mineiros. Andrea Neves tinha muita influência nos veículos de comunicação mineiros e era conhecida como a responsável por censurar os jornalistas para evitar notícias que desagradassem Aécio. Denúncias de jornalistas a época mostravam a dificuldade de furar o bloqueio e sair da pauta imposta das Minas das maravilhas, como se referiam nos bastidores. Com esse sentimento de liberdade, profissionais da imprensa lotaram o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais (SJPMG) em uma festa Vai Censurar o Carcereiro!, organizada pela entidade.       


O foco do protesto se manteve na saída do Michel Temer e na ilegitimidade desse governo seguir com penalizando a classe trabalhadora, com a imposição das reformas que aniquilam direitos sociais, a revelia da quadrilha que tomou de assalto o poder.








18 de mai. de 2017

Centrais chamam ato #ForaTemer hoje às 17 horas na Praça Sete

Centrais sindicais e movimentos sociais ocupam a Praça Sete logo mais, às 17h, em função das denúncias que envolvem o presidente ilegítimo Michel Temer

Reunidos nesta manhã, 18/05, representantes das centrais sindicais mineiras e de movimentos sociais definiram pela realização de um ato público unificado, logo mais, às 17h, em protesto às últimas denúncias de suborno, corrupção e esquema criminoso envolvendo o presidente Michel Temer.

A manifestação, que será na Praça Sete, no centro da capital mineira, é pautada em três eixos prioritários: Fora Temer, convocação imediata de eleições diretas e pela anulação de todos os atos praticados durante o exercício deste governo ilegítimo. E mais, pela apuração rigorosa de todos os envolvidos em denúncias de corrupção e punição dos culpados.

O ato unificado de logo mais dá sequência e fortalece ainda mais a unidade dos movimentos sindical e sociais que, ao longo dos últimos meses, têm feito uma série de ações conjuntas para denunciar os ataques que vêm sendo praticados contra a classe trabalhadora e a sociedade brasileira.





Foi assim, por exemplo, no Dia Nacional de Mobilização e Luta, em 15 de março, e na grande greve geral do dia 28 de abril que paralisou diversas categorias no Estado e levou milhares de pessoas à Praça Sete, mesmo debaixo de chuva.

As ações conjuntas continuam, com a participação das centrais sindicais no ato público da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo no próximo domingo. O local e o horário serão definidos em nova reunião amanhã. Estarão juntos, também, no #OcupeBrasília na próxima quarta feira, 24/05.

As centrais sindicais mineiras, aliás, organizam caravanas para mostrar a força da classe trabalhadora e a força de Minas na capital federal e barrar de vez as reformas pretendidas pelo governo e o Congresso Nacional.

SERVIÇO: Ato público unificado Fora Temer
LOCAL: Praça sete
HORÁRIO: 17h
ORGANIZAÇÃO: centrais sindicais mineiras e movimentos sociais

11 de mai. de 2017

CTB lamenta falecimento do sindicalista mineiro Vicente de Paula



A CTB-Minas se solidariza com os familiares pela perda do Companheiro Vicente de Paula, um homem íntegro, que sempre lutou por grandes causas e em defesa da classe trabalhadora. O ctbista mineiro faleceu no dia 08 de maio e era diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Tecelagem, Vestuário e Similares de Poços de Caldas. Vicente destacou-se na  fundação da CTB e teve papel importante na organização da Central na Região.

Agradecemos imensamente o tempo que pudemos conviver com ele, que será sempre lembrado por se destacar em tudo que se envolveu, pelo profissionalismo, honestidade, lealdade, inteligência e competência.

Nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos.


Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Seção Minas Gerais

9 de mai. de 2017

CTB convoca classe trabalhadora para vigília na Câmara dos Deputados no dia 17/05; #OcupeBrasília




Como agenda do “Maio de Lutas”, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) convoca classe trabalhadora para vigília, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, às 10h, no dia 17 de maio. De acordo com Adilson Araújo, "o corpo a corpo junto aos parlamentares, somando com a ampla agenda entre os dias 15 e 19, será fundamental para pressionar ainda mais os parlamentares a votarem contra a PEC 287, que acaba com a Previdência Social pública".
O dirigente também sinalizou que a Central está empenhada em mobilizar toda a sua base para a grande marcha unitária das centrais que ocorrerá, em Brasília, no dia 24 de maio. "O dia 28 de abril já entrou para história e o maio de lutas será construído com ainda mais energia. A marcha do dia 24 será mais um marco nesta intensa luta em defesa dos direitos", afirmou Adilson.

E completou: "A luta em Brasília será decisiva, seja pela ameaça de votação na Câmara da PEC 287, que pode ir à plenário ainda em maio, seja pela tramitação da reforma Trabalhista que está no Senado e que já sinaliza calendário até o segundo semestre legislativo. De modo que uma nova greve geral não está descartada, pelo contrário. Resistir a todo custo contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas é e será nossa palavra de ordem".

Serviço

09 de maio - Terça-feira 

Brasília
10h - na Sede da CUT/DF -reunião  das centrais sindicais para organizar a agenda de atuação no Congresso.
18h - Reunião com o Senador Ricardo Ferraço.

São Paulo
14h30 - no Dieese em São Paulo, reunião do setor de organização e de imprensa  para preparar a Marcha de Brasília do dia 24 de maio.

16 de maio - Terça-feira
 
Corpo a corpo nos aeroportos e reuniões com os deputados e senadores  nos Estados.

17 de maio - Quarta-feira
 
#OcupeBrasília, lideranças das centrais sindicais  visitam parlamentares e líderes partidários no Congresso. Vamos montar nesse dia a TENDA DA RESISTÊNCIA. Pedimos às entidades que possam deslocar quadros dirigentes para reforçar a vigília.

24 de maio - Quarta-feira
 
MARCHA NACIONAL DIA 24 DE MAIO contra o desmonte da Previdência e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Mais informações

Adilson Araújo - presidente da CTB – (11) 97475-2068

Raimunda Gomes – Secretária de Comunicação da CTB – (11) 99676-8644

Joanne Mota - Assessoria de Imprensa e Comunicação da Presidência da CTB – (11) 984429245

Portal CTB

Aprovado na Câmara, o trabalho intermitente legaliza “vale-tudo” nos contratos




ALTO RISCO: Foto histórica de Charles C. Ebbets, de 1932, retrata trabalhadores - sem equipamento de proteção - durante a construção do Rockefeller Center, em Nova York

A regulamentação dos contratos de trabalho intermitentes é um dos pontos polêmicos da Reforma Trabalhista, aprovada na Câmara dos deputados, que agora tramita no Senado federal como PLC 38/17.

A sua implementação no Brasil como lei tornará realidade um sonho do patronato que é poder contratar por períodos de demanda e pagar por hora trabalhada – regime que, invariavelmente, beneficia o empresário e precariza a condição do empregado, além de estimular a rotatividade no mercado de trabalho, um problema já grave no país.
Há no projeto uma flexibilização alarmante do princípio protetor: "Transferem-se os riscos da atividade econômica para o trabalhador", diz estudo do advogado Paulo Fernandes.
Esta modalidade está prevista no artigo 443 do projeto da reforma. Define trabalho intermitente como a prestação de serviços não contínua, ocorrendo com alternância de períodos e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses. O contrato deve conter especificamente o valor da hora de trabalho e a convocação deve ser feita com pelo menos três dias de antecedência.

Isso somado às mudanças também previstas na Justiça do Trabalho, que impõem dificuldades aos trabalhadores que reivindicam seus direitos junto ao empregador, cria-se um ambiente de vale-tudo nas contratações que vai favorecer o crescimento de empregos de má qualidade e mal pagos. Para os sindicalistas, a medida é uma forma de legitimar o "bico" e deverá se estender a outras modalidades hoje protegidas.

Insegurança
Segundo estudo do advogado Paulo Roberto Fernandes, divulgado pelo jornal Valor, há no projeto uma flexibilização alarmante do princípio protetor: "Transferem-se os riscos da atividade econômica para o trabalhador".

Fernandes aponta que o trabalho intermitente pode ter efeito negativo sobre os empregados com vínculos empregatícios formais. "Há um elevado risco de não haver um aumento dos postos de trabalho formais, mas uma simples troca de contratos CLT por trabalhadores intermitentes, podendo se tornar uma evidente forma de precarização".

A modalidade de trabalho intermitente existe em outros países, como Itália, Portugal e Alemanha, mas a legislação contém dispositivos protetivos aos direitos dos contratados. São regulações por faixa etária, categoria profissional, tempo de contrato e intervalo obrigatório entre as contratações.
"Há um elevado risco de não haver um aumento dos postos de trabalho formais, mas uma simples troca de contratos CLT por trabalhadores intermitentes, podendo se tornar uma evidente forma de precarização"
Na Itália e em Portugal, por exemplo, há a previsão de pagamento de uma compensação pelo período de inatividade e só setores com períodos de maior demanda podem adotá-lo - como o de alimentação e hotelaria. Em Portugal, a legislação prevê que a prestação de serviço não pode ser inferior a seis meses por ano, dos quais pelo menos quatro meses devem ser consecutivos. 

Insegurança
Nenhuma destas medidas protetivas estão previstas no projeto de lei brasileiro, mas ainda há a possibilidade disso ser revisto agora na tramitação no Senado federal. 

O professor da Unicamp, Cláudio Dedecca, diz em artigo no Estadão que estudos demonstram que o trabalhador que tem emprego intermitente abandona a função assim que encontra um emprego melhor. “Trata-se de uma insanidade para o trabalhador, principalmente para setores que possuem horários de pico, como transporte urbano e supermercados”.
"Saúde e segurança são reduzidas ao custo mínimo e o trabalho explorado ao máximo, com grávidas em locais insalubres, longas horas extras, jornada de trabalho estendida para 12 horas”
Na mesma linha, o diretor do Dieese, Clemente Ganz, diz que a proposta legaliza práticas de precarização das condições de trabalho e de flexibilização de formas de contratação, estabelecendo a submissão real e formal dos trabalhadores ao capital.

“No limite, o trabalhador ganha por hora trabalhada e ponto – trabalho intermitente, jornada parcial, teletrabalho, home office, terceirização etc. Saúde e segurança são reduzidas ao custo mínimo e o trabalho explorado ao máximo, com grávidas em locais insalubres, longas horas extras, jornada de trabalho estendida para 12 horas”, escreve Ganz no artigo Reforma trabalhista: o contexto da entrega.

Para o juiz trabalhista Jorge Luiz Souto Maior, medidas como o trabalho intermitente, a prevalência do negociado sobre o legislado e a regulamentação da terceirização vão levar as relações de trabalho no Brasil de volta ao século 19. “Teremos empregador negociando com trabalhadores intermitentes e/ou terceirizados que não se socializam, não sindicalizam e vão negociar sem limites legais. A soma disso é o fim total dos direitos”, disse.

Natália Rangel - Portal CTB

1 de mai. de 2017

Greve Geral é histórica e parou o Brasil no dia 28



A consciência do corte de direitos previdenciários e trabalhistas foi absorvida pelos brasileiros e brasileiras que fizeram o dia 28 de abril um registro histórico e de luta no país. Bancos, escolas, fábricas, boa parte do comércio fechados, transporte público parado. E ainda assim, milhares nas ruas contra a reforma da previdência e trabalhista. Esse é o tom do êxito da greve geral. Em Minas Gerais, diversas cidades  organizaram atos e pautaram a rejeição ao governo golpista e ao pacote do atraso imposto no Congresso Nacional. Em Belo Horizonte, mesmo com forte chuva, a população foi ás ruas e marchou pelo fim do governo Temer. 

Veja algumas fotos da capital mineira e do interior do Estado que ficarão para a história do Brasil:   




Uberlândia

Varginha 

Montes Claros

Sete Lagoas

Divinópolis

Pouso Alegre

Barbacena

Lavras

Mais giro no Interior durante as manifestações da histórica greve geral e protagonista participação da CTB-MG:


















  

Adilson Araújo: Greve mostra que trabalhadores(as) podem parar o país se governo retirar direitos




Um século após a grande greve geral de junho de 1917 (que durou 30 dias) e 28 anos após a paralisação de 1989 (que atingiu 70% da população economicamente ativa), a classe trabalhadora brasileira é protagonista de um novo e histórico movimento grevista de massas. 
As diferentes conjunturas trazem um elo comum: a unidade da força de trabalho contra abusos do poder econômico. Neste sentido, a Greve Geral desta sexta-feira (28), que atingiu todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, pode ser um divisor de águas no acirrado embate de classes que vem ameaçando conquistas e garantias básicas da população trabalhadora, principalmente a mais vulnerável.
Esta é a aposta das lideranças das principais centrais sindicais, que se reuniram nesta tarde em frente à Superintendência do INSS, no viaduto Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, para fazer um balanço do movimento.
"O recado das centrais é que a classe trabalhadora pode sim parar o Brasil se este governo continuar avançando sobre os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras", disse o presidente da Central dos Trabalhadore se Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.
Presidentes da CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Intersindical, Nova Central, CGTB e CSB, organizadores da greve geral deste histórico dia 28 de abril, comemoraram a ampla adesão dos brasileiros à greve - em dados prévios divulgados pelas centrais sindicais, estima-se que pelo menos 40 milhões de trabalhadores(as) cruzaram os braços hoje.
Em suas falas, todos os dirigentes destacaram a importância histórica desta data, tanto pela contundente demonstração de força e amplitude do movimento sindical e popular, quanto pela reafirmação da unidade classista e sindical.
As centrais também definiram que atuarão agora para convencer os senadores a mudar o texto da reforma trabalhista enviado pela Câmara. "Será uma semana de extrema vigilância. Há bons sinais de que é possível mudar isso", diz Araújo.
No próximo dia 8, as centrais se reúnem em São Paulo para um balanço nacional da Greve Geral no país.
Portal CTB, com informações e fotos de Joanne Mota