30 de abr. de 2019

Desemprego sobe para 12,7% em março e atinge 13,4 milhões de brasileiros

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,7% no trimestre encerrado em março, atingindo 13,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trata-se da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2018, quando a taxa também ficou em 12,7%, reforçando a leitura de perda de dinamismo e recuperação mais lenta da economia neste começo de ano.
A taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no 4º trimestre, quando o desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém, o índice está 0,4 ponto percentual menor. No 1º trimestre do ano passado, a taxa estava em 13,1%.
O resultado apurado para os três primeiros meses de 2019 ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. Média das previsões de 25 consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data apontava para uma taxa de 12,8% no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o IBGE, a alta do desemprego no 1º trimestre representa a entrada de 1,2 milhão de pessoas na população desocupada na comparação com o trimestre encerrado em dezembro.
No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12,4%, atingindo 13,1 milhões de brasileiros.
A maior taxa de desemprego já registrada no país foi a do trimestre terminado em março de 2017 (13,7%). Já a mínima foi alcançada em dezembro de 2013, quando ficou em 6,2%.
população ocupada no país somou 91,9 milhões de pessoas, queda de 0,9% (meno 873 mil pessoas) em relação ao trimestre de outubro a dezembro.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a queda na ocupação já era esperada, devido a um movimento sazonal recorrente. "Sempre na passagem do 4º trimestre do ano para o primeiro trimestre há a dispensa de trabalhadores temporários que foram contratados para os eventos de final de ano”, afirmou.
O IBGE apontou também que a população fora da força de trabalho alcançou 65,3 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre encerrado em dezembro e crescendo 1% (mais 649 mil pessoas) na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
28,3 milhões de subutilizados, número recorde
Segundo o IBGE, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no trimestre encerrado em março, a maior já registrada pela série histórica iniciada em 2012, com alta de 1,2 p.p. em relação ao trimestre anterior (23,8%).
A população subutilizada também atingiu o número recorde de 28,3 milhões, com alta de 5,6% (1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 3% (mais 819 mil pessoas) na comparação anual.
O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.
A subutilização foi puxada pela desocupação e pela força de trabalho potencial. O número de pessoas desalentadas subiu 3,9% (180 mil pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior, atingindo 4,8 milhões de brasileiros. Já o contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas se manteve estável em 6,8 milhões.
Cai número de empregados
Os números do IBGE mostram que houve queda tanto no emprego formal como no informal. Somando os trabalhadores do setores público e privado, houve uma redução de 771 mil no número de empregados no trimestre.
O número de empregados com carteira assinada caiu 0,1% na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, reunindo 32,9 milhões de pessoas, em meio à fraqueza da economia neste começo de ano.
O número de carteira assinada no país segue praticamente estável há 9 meses. Ela caiu até o trimestre terminado em junho do ano passado e a última vez em que ela cresceu foi no trimestre terminado em junho de 2014.
Já o número de empregados sem carteira assinada (11,1 milhões) caiu -3,2% em relação ao trimestre anterior (menos 365 mil pessoas).
Setor público lidera corte de vagas
Na análise por setor, as maiores quedas no número de ocupados foram na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com menos 332 mil pessoas, seguido por construção (perda de 228 mil pessoas), comércio (menos 195 mil pessoas), serviços domésticos (menos 112 mil pessoas ) e indústria (menos 110 mil pessoas)
A categoria dos trabalhadores por conta própria ficou estável na comparação com o trimestre anterior, reunindo 23,8 milhões. Em 1 ano, entretanto, houve crescimento de 3,8%, ou um acréscimo de 879 mil pessoas nessa condição.
O número de trabalhadores domésticos para 6,1 milhões, queda de 2,4% (menos 149 pessoas) na comparação com o trimestre anterior.
Rendimento
O rendimento médio real habitual (R$ 2.291) cresceu 0,7% frente ao trimestre anterior e avançou 1,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$ 205,4 bilhões) ficou estável contra o trimestre anterior e cresceu 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2018.
Fonte: Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1

29 de abr. de 2019


Dia Mundial das Vítimas de Acidente de Trabalho

MAB defende reestatização da Vale e alerta: metade da população de Minas Gerais está ameaçada por barragens de rejeitos
Há três meses, no dia 25 de janeiro, a barragem da mineradora Vale, na comunidade de Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompia. A tragédia matou centenas de pessoas, destruiu o rio Paraopeba e deu a Minas Gerais o triste “título” de Estado onde ocorreu o maior acidente de trabalho do país. De acordo com a Defesa Civil, 232 pessoas morreram e outros 37 corpos continuam desaparecidos. No Dia Mundial das Vítimas de Acidente de Trabalho, lembrado neste domingo (28), um dos membros da coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andrioli, defende uma mudança no modelo de exploração das mineradoras para evitar novos crimes como este cometido pela Vale.
Segundo ele, é preciso reestatizar a mineradora repensar um novo modelo de segurança na construção das barragens.
O coordenador do MAB ainda chama a atenção para o grande número de barragens de rejeitos localizadas próximas à Belo Horizonte. Segundo dados do Plano de Segurança de Barragens, da Agência Nacional de Águas, existem 114 barragens de rejeito, mais 104 estruturas não cadastradas no plano, entre barragens e diques.
“Essas estruturas decorrem da exploração mineral na região, especialmente ferro, ouro, argila e gemas. Setenta dessas estruturas têm um risco alto de ruptura e outras 12 tem um risco baixo. Em caso de rompimento, as bacias do rio Doce, rio das Velhas e rio Pará serão as mais atingidas”, diz ele ao acrescentar que, em caso de rompimento, metade da população mineira, cerca de 10 milhões de pessoas, seriam atingidas.
Essas estruturas estão localizadas na região do chamado Quadrilátero Ferrífero, que abrange 26 cidades como Nova Lima, Rio Acima, Ouro Preto e Raposos.
“Todo o abastecimento de água em Belo Horizonte e nessas cidades seria comprometido”, diz Andrioli.
Brumadinho
O rompimento da barragem I no dia 25 de janeiro, em Brumadinho, despejou 12 milhões de metros cúbicos de rejeito nas águas do córrego do Feijão e posteriormente no rio Paraopeba.
Os rejeitos destruíram todo o vale do córrego do Feijão, atingindo casas, pequenas propriedades rurais, sítios, pousadas e a própria sede administrativa da Vale. Cerca de 300 hectares de terra foram soterrados.
Você Sabia?
Até abril de 2018 a Vale devia para os cofres públicos mais de R$ 29 bilhões de reais em impostos de diversas ordens: ICMS, Imposto de Renda, PIS-COFINS e royalties, sobre os quais a empresa estava sendo questionada em ações judiciais pelos órgãos públicos por cálculos incorretos que levavam a pagamentos subfaturados.
Apenas para a Previdência (INSS), a Vale devia, em 2017, R$ 596 bilhões, conforme dados disponibilizados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Fonte: CTB-MG com informações do MAB

Mulher que perdeu o filho após o crime cometido pela Vale em Brumadinho.
Foto: Anderson Pereira (CTB-MG)



26 de abr. de 2019

Centrais sindicais mineiras exigem punição da Vale após três meses do crime cometido pela mineradora em Brumadinho


Foi realizado nessa quinta-feira (25), em Brumadinho, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), uma Audiência Pública convocada pelo deputado Estadual Celinho do Sintrocel (PCdoB) que marcou o Dia Mundial das Vítimas de Acidente de Trabalho (28 de abril) e também os três meses do rompimento da barragem da mineradora Vale, no povoado de Córrego do Feijão. Até o momento, foram 232 mortes e 40 pessoas ainda continuam desaparecidas. Representantes das Centrais Sindicais, entre elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), exigiram punição da Vale pelo crime cometido.

“Este foi o maior acidente de trabalho já registado no Brasil. Pessoas perderam as suas histórias e estão sem perspectivas. Não se trata de uma tragédia, e sim de um crime cometido pela mineradora. A Vale deve ser culpada criminalmente pelas mortes, desde o dano moral até o dano psicológico causado a centenas de pessoas”, afirmou a presidenta CTB-MG, Valéria Morato.

Autor da audiência, o deputado Estadual Celinho do Sintrocel (PCdoB) lembrou que a cada 15 segundos, um trabalhador morre vítima de acidente de trabalho no mundo. Segundo ele, o Brasil é o quarto colocado em número de acidentes fatais todos os anos. O parlamentar destacou que foram registrados 549 mil acidentes no Brasil, em 2017, com 2.096 mortes.

Sobre o crime cometido pela Vale em Brumadinho, o deputado disse que a empresa ignorou as normas de segurança (NR 22 e NR 18) vigentes.

“Como é que a empresa mantém um refeitório abaixo de uma barragem? Isso contraria as normas de segurança e revela que a Vale não aprendeu nada com a tragédia ocorrida na cidade de Mariana”, disse ele.

Vale de lágrimas

Integrante da Comissão do Departamento de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade de Betim, Rogério Djalma, chamou a atenção para o grande número de pessoas doentes na região após o crime cometido pela Vale. Ele lembrou ainda os impactos no meio ambiente. O rompimento da barragem despejou 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração no Rio Paraopeba.

O senhor Antônio Paulourinho, de 70 anos, foi um dos atingidos após o rompimento da barragem no dia 25 de janeiro. Nascido e criado na comunidade de Córrego do Feijão, ele diz que o desastre acabou com a vida em Brumadinho.

“Tínhamos uma história bonita. Hoje o Córrego do Feijão tornou-se um córrego de lama, lágrimas e dor”, resumiu ele que perdeu uma sobrinha de 25 anos que trabalhava numa pousada da região e dois primos que trabalhavam na Vale.

Também presente à audiência, Josiane Melo lembrou da irmã que morreu, Eliane Melo, de 39 anos, que estava grávida de cinco meses.

“Minha irmã era uma mulher forte e guerreira que lutou para se formar em engenharia. E agora ela perdeu a vida dessa forma. Uma mulher cheia de sonhos e projetos. A revolta é muito grande”, disse ela.

Já Sirlene Dias de Souza, de 36 anos, que mora às margens do Rio Paraopeba, disse que após o rompimento da barragem, o comportamento dos seus três filhos adolescentes mudou e os casos de depressão na região são comuns.

“O rio era a nossa fonte de vida. Toda Semana Santa eu e meus filhos pescávamos no Paraopeba. Essa diversão não existe mais. Os meus filhos estão mais agressivos e muitos moradores estão doentes. Minha vontade é de ir embora daqui”.

Fotos: Anderson Pereira














24 de abr. de 2019

Economia brasileira fecha 43 mil empregos formais em março

Apesar do discurso otimista do governo, a economia brasileira continua paralisada. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Ministério da Economia revelam que o país fechou 43.196 empregos com carteira assinada em março deste ano. Esse foi o primeiro resultado negativo em três meses. A informação foi divulgada pelo portal G1.

De acordo com o Caged, a última vez que o Brasil havia registrado demissões foi no mês de dezembro, com o fechamento de 341.621 postos com carteira assinada.

O saldo é a diferença entre as contratações (1.216.177) e as demissões (1.304.373) no período.

Esse também foi o pior saldo para meses de março desde 2017, quando 62.624 trabalhadores foram demitidos.

Dos 27 Estados, 19 registraram fechamento de empregos formais em março deste ano. Alagoas (-9.636), São Paulo (-8.007) e Rio de Janeiro (-6986) tiveram os maiores volumes de demissões.

Já Minas Gerais (+5.163), Goiás (+2.712) e Bahia (+2.569) tiveram os maiores saldos positivos.

Houve fechamento de vagas em cinco dos oito setores da economia.
Veja abaixo:

Indústria de Transformação: - 3.080
Serviços: + 4.572
Agropecuária: -9.545
Construção Civil: -7.781
Extrativa Mineral: +528
Comércio: -28.803
Administração Pública: + 1.575
Serviços Industriais de Utilidade Pública: -662

Por região

Todas as regiões do país fecharam vagas formais com carteira assinada em março deste ano.
Veja abaixo:

Sudeste: -10.673
Sul: -1.748
Centro-Oeste: -1.706
Norte: -5.341
Nordeste: -23.728

Salário em queda

Os dados do governo também revelam que o salário médio de admissão foi de R$ 1.571,58 em março. Houve queda de 0,51% ou R$ 8,1 no salário de admissão na comparação com o mesmo período de 2018.

Em relação a fevereiro deste ano, porém, houve uma pequena alta de 0,12%, ou de R$ 1,92 no salário médio de admissão, segundo o Ministério da Economia.

Fonte: CTB-MG com informações do G1
Foto: Divulgação internet




17 de abr. de 2019

25 de abril: Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente do Trabalho em Brumadinho. Participe das atividades


No próximo dia 25 (quinta-feira), o crime cometido pela Vale, na cidade de Brumadinho-MG, completa três meses. Com o objetivo de não deixar essa data cair no esquecimento e, ao mesmo tempo, cobrar punição dos responsáveis, as centrais sindicais irão realizar uma série de atividades no município. A CTB-MG convida todos os sindicatos filiados e a militância em geral para participar das atividades neste dia.

Os eventos terão ainda a promoção da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador (FSPSST/MG), ISEM/UFMG e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg).

Programação

Data: 25 de abril de 2019 – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente do Trabalho

Local: Casa Nova Eventos – Rodovia Augusto Diniz Murta, s/n, próximo ao trevo. Em frente a Estrada Real – Parque Hotel

9h – Abertura cultural:

“Hino Nacional, instrumentista da Orquestra da Casa de Acolhimento Luz da Eternidade, de Brumadinho.

“Dor de Lama”, com Leci Strada, Alexandre Salles e Orquestra da Casa de Acolhimento Luz da Eternidade, sob regência do Maestro Júlio Santos.

“Um Canto para Brumadinho”, com Rayana Toledo, Mayra Tardeli e Márcio Martins

9h30 – Audiência Pública da Comissão de Trabalho, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

12h25 – Culto Ecumênico em memória das vítimas da Vale

13h – Lançamento do Documentário sobre barragens

13h15 – Manifestação das Centrais Sindicais e Movimentos Sociais pelo Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidente do Trabalho

imagem: reprodução CFA



16 de abr. de 2019

Trabalhadores mineiros dizem não à reforma da Previdência


A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou, na última sexta-feira (12/04), em Belo Horizonte, uma audiência pública para discutir a Reforma da Previdência. O encontro, que contou com a presença da presidenta da CTB-MG, Valéria Morato, reuniu cerca de cinco mil trabalhadores de todas as regiões de Minas e também de outros Estados e foi pedido pelo presidente da comissão, deputado Estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB-MG) e pelo deputado Federal Vilson da Fetaemg (PSB-MG).

A maioria dos participantes eram de trabalhadores rurais que gritavam várias palavras de ordem como “A previdência é nossa, não do sistema financeiro” e Não vai passar, não vai passar”. A proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 6/2019 penaliza os brasileiros ao aumentar a idade mínima da aposentadoria das mulheres de 55 para 62 anos, e dos homens, de 60 para 65, com um mínimo de 20 anos de contribuição, sejam eles trabalhadores rurais ou urbanos.

O senador Paulo Paim (PT-RS) também participou da audiência e alertou que apenas o sistema financeiro vai lucrar com a reforma da Previdência.

“A reforma acaba com o sistema de previdência e com a seguridade social e só beneficia os bancos que lucraram, no último ano, R$ 100 bilhões. Aliás, é importante lembrar que a expectativa desses bancos é dobrar esse lucro com a proposta de capitalização”, disse ele.

A presidente da CTB-MG, Valéria Morato, lembrou que as mulheres serão as mais prejudicadas pela reforma da Previdência por exercerem dupla e até tripla jornada de trabalho. Ela informou que a CTB-MG segue realizando várias audiências públicas no interior do Estado para alertar a população sobre a reforma.

“Estamos conseguindo furar o bloqueio da mídia comercial durante as audiências públicas que estamos realizando no interior de Minas Gerais. Os trabalhadores têm demonstrado muita força e unidade nesse momento. Nós lutaremos para que essa reforma não passe”, avisou ela.

O deputado Estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB-MG) ressaltou que a audiência realizada na última sexta-feira marcou a história da ALMG.

“Foi a maior audiência pública já realizada na assembleia, com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A avaliação é muito positiva nesse sentindo. É neste momento que a gente consegue mostrar toda a crueldade e a injustiça daqueles que querem acabar com a previdência pública brasileira”, afirmou ele.

Já o deputado Federal Vilson da Fetaemg (PSB-MG) alertou para o impacto da reforma da Previdência na vida dos trabalhadores rurais e também para a economia das cidades. Ele explicou que os recursos da aposentadoria ajudam a movimentar o comércio, mas se a reforma for aprovada muitos trabalhadores não conseguirão aposentar-se.
  
“Nós vamos continuar mobilizando os trabalhadores e esclarecendo o povo sobre essa proposta de reforma da Previdência. Esse é o caminho para derrubarmos essa medida que penaliza todos os trabalhadores”, disse ele.

Crime

Dona Conceição Lucas da Silva trabalha na zona rural da cidade de Senhora de Oliveira, cidade distante 170 Km de Belo Horizonte. Com 53 anos de idade e 40 de trabalho na roça, dona Conceição afirma que aumentar a idade das mulheres do campo para conseguir o benefício da aposentadoria é um crime.

“O governo sempre tenta descontar nos trabalhadores e nos mais fracos. Essa reforma é isso. Eles querem que a gente, que já leva uma vida tão difícil na roça, seja penalizado mais uma vez. Não vamos aceitar”, disse ela.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de José Raydan, cidade distante 345 km de BH, também avisou que os trabalhadores não irão aceitar a aprovação da reforma da Previdência. Segundo ele, essa medida, se aprovada, vai levar a miséria para o campo.

“Os mais velhos vão morrer de fome e os jovens não conseguirão aposentar-se. Com isso, a miséria vai se instalar na roça, uma vez que 90% dos municípios são sustentados pela aposentadoria rural”, afirmou ele. 

Ao final da audiência, os trabalhadores seguiram até a Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte. 

Fotos: Anderson Pereira







12 de abr. de 2019

CTB e Sinpro realizam atividade em Pouso Alegre

                                         Foto: Sinpro Minas
Nessa quinta-feira, 11 de abril, aconteceu em Pouso Alegre, por solicitação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) e do Sindicato dos Professores (Sinpro Minas), Audiência Pública sobre a Reforma da Previdência e os Impactos para os Trabalhadores. A atividade foi realizada na Câmara Municipal de Pouso Alegre. 
O evento contou com as exposições de Aerton Silva, diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), que trouxe uma explanação geral sobre os impactos da reforma proposta pelo Governo federal ao trabalhador: a crueldade para com os beneficiários mais pobres e também as mudanças penosas para os professores da rede privada.
Leandro Roberto de Paula Reis, advogado do Sipromag (Sindicato da Rede Municipal de Educação) apresentou as perspectivas para o servidor municipal, focando também nos impactos para a categoria docente.
Thiago Antônio Pereira Batista, Presidente da Comissão de Direito Previdenciário da 24° Subseção da OAB/MG, também fez uma exposição sobre os aspectos gerais da reforma, principais mudanças e o papel “social” da previdência.
O evento contou ainda com intervenções especiais do Coletivo Raiz de Baobá, representado por Pâmela Fernanda da Silva Vindilino, trazendo a perspectiva do trabalhador negro, sua condição de sub-valorização no mercado de trabalho tornando a reforma ainda mais impactante para um povo que já carrega sobre seus ombros uma história de exploração e desigualdade. O Coletivo Florescer, representado por Isabelle Maris Pelegrini, apresentou a perspectiva da mulher trabalhadora, como a proposta desconsidera suas duplas (ou triplas) jornadas, seu trabalho não registrado assim como as diferenças e penalidades impostas às trabalhadoras rurais.
O Sindicato dos Professores (Sinpro Minas) realizou, também, homenagens a dois professores que representaram a categoria por seu tempo de atuação na profissão docente: professora Ana Rosa Parreiras de Oliveira, com 29 anos de sala de aula, e o professor José Gláucio Teixeira Carneiro, que leciona há 36 anos. O Coletivo Raiz de Baobá e O Coletivo Florescer também foram homenageados na pessoa de suas representantes Maria Tereza de Andrade e Isabelle Maris Pelegrini.
Fonte: Sinpro Minas

O Brasil quer viver! CTB lança movimento em defesa da previdência pública e do direito à aposentadoria


Quando as pesquisas indicam rejeição da população brasileira à Reforma da Previdência de Jair Bolsonaro, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e sindicatos de todo o país lançam a campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR"
Principal tema do debate público atualmente no Brasil, a proposta de Reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro está sendo negada pela maioria dos brasileiros e brasileiras, como atestam as últimas pesquisas de opinião de institutos como o Datafolha e o Vox Populi. Representando esse sentimento e mobilizando a população a se manifestar contra essa reforma, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) lança nesta sexta (12) a campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR”, um movimento que busca alertar o público em geral sobre os riscos dessa reforma e a ameaça do fim das aposentadorias.
Em um contexto de envelhecimento da população e de graves ataques aos direitos sociais básicos, a campanha catalisa a expectativa de milhões de pessoas trabalhadoras, principalmente as mais pobres, de poderem viver com dignidade após todos os seus anos de atividade. Segundo o presidente da CTB, Adilson Araújo, o movimento sindical tem a responsabilidade de  mostrar, à maioria da população com menos renda e recursos, que ela é a principal prejudicada com as mudanças na Previdência que serão votadas pelo Congresso Nacional.
“É um retrocesso que joga o ônus da crise sobre a classe trabalhadora. Não vai tirar o Brasil dessa situação financeira e sim preservar os privilégios de alguns setores, enquanto ignora a dívida de empresas privadas com a Previdência. O projeto do governo é promover um desmonte da seguridade social”, denuncia. 
De acordo com o próprio texto da Proposta de Emenda Constitucional 6/2019, que é o projeto da reforma em andamento, mais de 90% dos valores que o governo espera cortar do sistema previdenciário são do chamado Regime Geral de Previdência Social, ou seja, o que reúne a imensa maioria dos trabalhadores pobres e que recebem aposentadorias de um ou dois salários mínimos.
REDES, SITE E CARTILHA

A campanha “QUERO VIVER DEPOIS DE TRABALHAR” será composta de peças gráficas como cartazes, folhetos e uma cartilha com pontos explicativos sobre de que forma o trabalhador brasileiro será prejudicado com a reforma. A campanha também terá vídeos, ações nas redes sociais e um site para tirar dúvidas sobre o tema, auxiliando as pessoas, com uma calculadora online, a medirem as diferenças do atual sistema e do novo em relação ao tempo de aposentadoria.
OS PERIGOS DA REFORMA

Entre os perigos do projeto de reforma da previdência, a CTB e as centrais sindicais também denunciam o enfraquecimento da aposentadoria rural, o desmonte do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que promove o apoio a indivíduos em situação de pobreza extrema, o fim da aposentadoria por tempo de contribuição e a proposta de capitalização da previdência pública no Brasil, que já se mostrou desastrosa em outros países como o Chile e contribui para a degradação das condições sociais da população idosa. 
A CTB e o movimento sindical também combatem o falso argumento do governo federal e do ministro da economia, Paulo Guedes, de que há um déficit na Previdência, reivindicando que ela seja contemplada devidamente como parte do sistema de seguridade social brasileiro e que seja garantida como prevê a Constituição Federal para a proteção da vida e da dignidade dos milhões de brasileiros e brasileiras.   
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Fonte: CTB

Audiência Pública na ALMG discute a Reforma da Previdência

Audiência Pública na manhã de hoje, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), convocada pelo Deputado Estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB-MG) e pelo Deputado Federal Vilson da Fetaemg (PSB-MG), que discutiu a Reforma da Previdência. O evento contou com a participação da presidenta da CTB-MB, Valéria Morato, e também do Senador Paulo Paim (PT-RS), além de dezenas de trabalhadores do campo e da cidade.
Fotos: Anderson Pereira (CTB-MG)































11 de abr. de 2019

Corte na educação integral em Minas vai afetar 81 mil alunos

Por Denílson Cajazeiro, com agências

O jornal Estado de Minas noticiou, nesta quinta-feira (11/4), que o governo Zema vai reduzir 70% da quantidade de escolas em regime ampliado, com o objetivo de cortar investimentos.

A medida vai atingir cerca de 81 mil alunos. Segundo a secretaria estadual de Educação, a educação em tempo integral será ofertada em apenas 500 escolas, de acordo com a situação de vulnerabilidade social e com baixo nível socioeconômico dos estudantes.

Atualmente, 1640 instituições de ensino estaduais possuem o programa. Na prática, o governo vai passar dos atuais 45% de estabelecimentos de ensino da rede com jornada ampliada para somente 13,8%.

A decisão torna mais distante o cumprimento da meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que  prevê a oferta de educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas até 2024.

Em nota, a diretoria do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas) afirma que a medida do governo estadual representa um retrocesso para milhares de estudantes no estado, que terão o ensino prejudicado. “As experiências nacionais e internacionais mais exitosas no campo do ensino apontam para a importância da educação em horário integral. Se bem desenvolvida, com boas condições de trabalho para os professores e infraestrutura e atividades adequadas para os alunos, representa um avanço muito importante em termos de aprendizagem. No entanto, o que se observa é que o nosso estado tem sido cada vez mais mínimo para a população e máximo para alguns poucos empresários e rentistas”, afirma o Sinpro Minas ao criticar a atual gestão.

A presidenta do sindicato e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB Minas), Valéria Morato, afirma que a decisão do governo Zema evidencia o descaso dele com a educação. “Ao longo da eleição, o candidato disse várias vezes que a educação seria uma prioridade. No entanto, está ficando cada vez mais evidente de que isso não passou de retórica de campanha. É uma medida para sucatear a educação pública no estado e, em seguida, privatizá-la”, criticou Valéria Morato.

Segundo a presidenta do Sinpro Minas, a decisão do governo Zema compromete não somente o ensino de milhares de estudantes, mas também a inclusão social. “O governo alega dificuldades financeiras, mas os reais compromissos firmados com o setor empresarial, que inclusive drenam recursos dos cofres públicos, permanecem inalterados. Enquanto isso, os serviços do Estado destinados à população mineira são gradativamente precarizados. As recentes decisões sinalizam que este governo não tem compromisso com a oferta de uma educação pública, gratuita, de qualidade, para todos e socialmente referenciada. Ao não investir no setor, promove o seu sucateamento, na contramão daquilo que o país precisa, que é mais investimentos em educação, como forma de promover não só a inclusão social, mas também garantir o desenvolvimento econômico do país”, ressaltou.

De acordo com as informações noticiadas pela imprensa, a secretaria informou, por meio de nota, que deve divulgar em breve a lista das escolas contempladas.

                                       Foto: Divulgação Internet