31 de out. de 2019

AI-5 nunca mais: Centrais repudiam declarações de Eduardo Bolsonaro

A fala covarde e irresponsável do filho do Presidente da República é mais uma “cortina de fumaça” utilizada pra tentar abafar as relações nada republicanas da família Bolsonaro com as milícias.
Convém lembrar que o Ato Institucional número 5 foi instituído no final de 1968 pelo general Artur da Costa e Silva com o propósito de perseguir e calar as organizações e personalidades que faziam oposição ao regime militar.
O mais duro ato imposto pela ditadura abriu caminho para o fechamento do Congresso Nacional, suspensão de quaisquer garantias constitucionais, cassação de mandatos, intervenção nos sindicatos, prisões , assassinatos e tortura de opositores.
O regime instituído pelos militares, através de um golpe apoiado pelos EUA e o empresariado, foi derrotado pelo povo brasileiro  em 1985 na sequência da maior campanha política registrada na história brasileira. A conquista da democracia no Brasil demandou o sacrifício de inúmeros brasileiros e brasileiras.
A classe trabalhadora e seus representantes foram as principais vítimas do regime militar e não medirão esforços para defender as liberdades democráticas contra os arroubos reacionários do deputado da extrema direita e outros membros do Clã Bolsonaro.
Centrais Sindicais defendem a abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara Federal para apurar a conduta do Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Sergio Nobre – Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel  Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo – Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto – Presidente da CSB(Central dos Sindicatos do Brasil)
José Calixto – Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical
Atenágoras Lopes, presidente da CSP-CONLUTAS
Emanuel Melato – Coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

29 de out. de 2019

Petroleiras e petroleiros de Minas Gerais decidem pela manutenção da greve



Petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e da Termelétrica Aureliano Chaves decidiram em assembleia única na tarde de segunda-feira (28) a manutenção da greve da categoria até a conclusão das assembleias de apreciação da proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

As assembleias para avaliação da proposta do TST têm início nesta terça-feira (29) e serão concluídas até 1º de novembro, sexta-feira.

Também foi definido nas assembleias que o Sindicato dos Petroleiros do Estado de Minas Gerais (Sindipetro-MG) seguirá cumprindo a liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no último sábado (26) realizando a troca de trabalhadores de turno para garantir a “equipe de referência” para manter a operação das unidades.

Greve Nacional

Desde sábado (26), cerca de 70% do quadro de funcionários em Minas Gerais aprovaram a adesão à greve nacional.

Desde maio os petroleiros tentam aprovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), sistematicamente rejeitado pela empresa. A categoria denuncia que diversos direitos estão sendo retirados, como o fim de programas educacionais e do pagamento de adicionais e a imposição de reajuste no preço dos planos de saúde.

Além da precarização das condições de trabalho, os petroleiros também denunciam que a empresa está fechando e privatizando unidades em todo o país, e, consequentemente acabando com postos de trabalho. A Refinaria Gabriel Passos, por exemplo, é uma das oito na lista das que vão ser rifadas pelo governo federal. Além das refinarias, o Sindipetro-MG afirma ainda que a empresa também têm vendido plataformas e fábricas de fertilizantes.

Fonte: CTB-MG com informações do Sindipetro-MG e Jornal Brasil de Fato-MG
Foto: Sindipetro-MG

25 de out. de 2019

Presidenta da CTB-MG participa de seminário sobre o futuro do trabalho



O Seminário “Pelo Futuro do Trabalho”, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as Centrais Sindicais e outras entidades, aconteceu na manhã dessa quinta-feira (24), no Museu do Amanhã, centro do Rio de Janeiro. A atividade reuniu representantes do empresariado, do movimento sindical e do governo para discutir a  questão do trabalho em tempos de quarta revolução industrial. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) foi representada pela sua presidenta, Valéria Morato.
O presidente da CTB nacional, Adilson Araújo, também esteve presente e compôs a mesa de debates do primeiro painel, cujo tema era “Transformações no sistema produtivo e o futuro do Trabalho”. Ao lado de representantes da CUT, da OCDE e da própria CNI, Adilson debateu os impactos das mudanças tecnológicas nas atividades econômicas, principalmente na indústria, no mercado de trabalho brasileiro em geral e, principalmente, na Classe Trabalhadora.

Adílson Araújo apresentou a nota técnica produzida pela central sindical e defendeu mais investimentos em pesquisa e produção de conhecimento.

“Esse encontro é singular. Tudo que mais desejamos é discutir uma política industrial contemporânea. No curso do desastre econômico, social e político que assistimos, nada mais adequado do que um pacto da produção com o trabalho.” – defendeu Adilson.

O Presidente da CTB também fez críticas à Reforma Trabalhista e colocou a defesa da Soberania Nacional e da Democracia como pilares para o crescimento das forças produtivas.

“Eu não tenho dúvidas que a possibilidade do crescimento das forças produtivas, com elevação da produtividade e recorrente processo valorização do trabalho se assenta na defesa da soberania e da democracia.”

Na mesma linha, a Presidenta da CTB Minas Gerais, Valéria Morato, afirmou que a Central atua na construção do diálogo com Federações de Indústria e Comércio e disse ver, nesse diálogo, caminhos para evitar que o país entre em um colapso social.

“É preciso ter diálogo entre ambas as partes. Diálogo e boa vontade para solucionar os problemas. Estamos em um momento que a atual postura do governo não atende nem uma parte, nem outra. Não cria perspectivas nem para os empresários e nem para os trabalhadores. Nossa unidade pode tirar o Brasil de vivenciar, em pouco tempo, um colapso social como vivem Equador e Chile.”

Outro Presidente Estadual da CTB presente no seminário foi Paulo Sérgio Farias, Presidente da CTB-RJ, que avaliou como positiva a realização do seminário, embora teça críticas a alguns entendimentos sobre o momento vivido pela Indústria Brasileira.

“O evento foi um marco importante no sentido da busca do estabelecimento de uma pauta convergente entre o setor produtivo e a classe trabalhadora. A busca de frear a desindustrialização, construir consensos em determinadas pautas, resgatar os empregos e se possível, restabelecer uma ideia de política industrial no país na quadra atual. O debate que se deu em torno do advento da quarta revolução industrial precede o entendimento sobre o estágio atual da indústria, sobre a necessidade de investimentos maciços na educação, na geração de conhecimento e domínio sobre ele, que passa efetivamente, pela defesa da democracia e da soberania. O dado objetivo desse debate é que deve ser buscado no âmbito do Congresso Nacional e nos demais fóruns de intermediação dos conflitos inerentes à dinâmica entre capital e trabalho.” – afirmou

Sindicatos da base da CTB marcam presença no Seminário

Sindicatos importantes da base social da CTB no Rio de Janeiro também marcaram presença no debate. Foi o caso, por exemplo, do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. O Presidente do Sindimetal-Rio, Jesus Cardoso, falou com o Portal CTB, e defendeu um caminho para buscar o crescimento da indústria nacional:

“Foi muito importante estar aqui hoje. Nesse momento de crise, buscamos essa sinergia para buscar o emprego. O foco, hoje, tanto da indústria, como do trabalhador, é no emprego. Então, nada mais natural que capital e trabalho buscarem fazer o governo entender que sem consumidor, não tem empresa. E sem empresa, não tem trabalhador. É esse objetivo desse diálogo com a CNI, SESI SENAI e outras entidades: buscar um caminho de crescimento da Indústria Nacional.”

O Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis e Região foi outra entidade presente no debate. A Presidenta do Sindicato, Cristiane Marcolino, também falou com exclusividade ao Portal CTB, e lembrou da necessidade do governo federal atuar na qualificação e reinserção de trabalhadores no mercado de trabalho:

“Para o Sindicato dos Metalúrgicos, é fundamental esse debate que fala sobre o futuro dos trabalhadores, qualificação e requalificação. Hoje, temos mais de 13 milhões de pessoas desempregadas, muitas outras em empregos informais, e isso faz que haja uma preocupa sobre a reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Esse debate é muito importante, e foi feito na presença do representante do Ministério da Economia. Espero que ele tenha compreendido tudo que foi dito e que o governo federal passe a trabalhar de forma forte para qualificar e requalificar os trabalhadores.”

O Presidente do Sintsama-RJ, Humberto Lemos, também esteve presente na atividade e demonstrou preocupação com o futuro. Para Humberto, a Classe Trabalhadora precisa se organizar sindicalmente para resistir.

“É importante participar desses debate para ver, nesse mundo globalizado, como que o patrão está tratando a questão do trabalhador. A gente fica meio apreensivo com essa mudança toda e com o massacre feito sobre a classe trabalhadora, Precisamos estar organizados sindicalmente pois o que vem por aí não é coisa boa. Os trabalhadores precisam sair da defensiva e participar desses fóruns para discutir as questões que assolam todo país.”

Após o Seminário, representantes das Centrais Sindicais e das entidades patronais se reuniram para construção de um documento conjunto que será encaminhado aos Deputados Federais em Brasília. O documento apontará propostas consensuais entre as partes no sentido de crescimento da atividade industrial, aumento do emprego e valorização do trabalho.

O cetebista, e ex-deputado federal, Assis Melo, também passou pelo Museu do Amanhã nesse dia de intenso debates e ressaltou que é papel das Centrais Sindicais construir esse diálogo nacional.

“Esse tema, o futuro do emprego, faz parte da discussão dos trabalhadores e do setor produtivo. Nós precisamos criar uma política que gere empregos de qualidade e valorize o trabalho. A CTB, desde sua fundação, tem esse princípio. Dialogar com o setor empresarial é importante para que a gente consiga construir bases mínimas para o desenvolvimento nacional. Essa questão da quarta revolução nos preocupa, pois vai gerar impacto no ponto de vista do emprego, e nós precisamos ver como vamos enfrentar isso. A CTB, tal qual as centrais sindicais, tem, então, esse importante papel de construir esse diálogo nacional.”

CTB-MG com informações da CTB nacional

22 de out. de 2019

Assembleia Legislativa homenageia Sinpro Minas

Fonte: Sinpro Minas

A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa vai prestar uma homenagem ao Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas) pela passagem de seus 86 anos, atendendo a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira, do PT. A solenidade será realizada às 19h da próxima quarta-feira, dia 23/10, com a presença da presidente do Sinpro Minas e da CTB-MG, Valéria Morato, e outros  integrantes da diretoria da entidade que representa os professores do setor privado.

                                 Foto: Sinpro Minas


18 de out. de 2019

Conselho Político da CTB: Fortalecer os sindicatos, por um Brasil com direitos e democrático


A direção da CTB divulgou o texto-base que vai orientar os debates do 3º Conselho Político Nacional da Central, convocado para os dias 13 e 14 de dezembro, em Brasília. Leia abaixo a íntegra do documento, intitulado “Fortalecer os sindicatos, por um Brasil com direitos e democrático”:
1. A Comissão Executiva Nacional da CTB convocou o 3º Conselho Nacional da Central para os dias 13 e 14 de dezembro deste ano, em Brasília. O Conselho debaterá a conjuntura internacional e nacional, a estrutura e organização sindical e um novo plano de ação político, administrativo e financeiro.
2. O presente documento sistematiza os debates da CTB sobre a agenda acima e orienta os debates dos Conselhos Estaduais. Cada seção estadual poderá propor emendas ao documento, que será aprovado na plenária final do Conselho Nacional.
CONJUNTURA INTERNACIONAL
3. A atual crise do capitalismo, iniciada em 2007, é uma das mais graves da história. Iniciou nos EUA, atingiu os países capitalistas centrais e depois se alastrou pelo mundo. Estudiosos falam em um “novo normal”: baixo crescimento econômico, desaceleração do comércio mundial e gigantesca financeirização da economia.
4. Esse ambiente de retração econômica afeta as taxas de lucro. Para recompor a lucratividade, as forças hegemônicas do capital aplicam uma forte agenda de austeridade que tem como centro a redução do custo da força de trabalho e a diminuição dos gastos sociais. O resultado dessa política é o aumento do desemprego, a precarização do trabalho, ampliação da desigualdade social. O drama dos milhões de imigrantes dos países periféricos é um retrato cruel da atualidade. Paralelamente, crescem os ataques à soberania das nações com privatizações, desnacionalização e desindustrialização dos países dependentes.
5. Tudo isso ocorre em meio a significativas mudanças na geopolítica mundial. O fato mais relevante é que está em curso uma transição da hegemonia unipolar dos EUA para um quadro de multipolaridade, uma movimentação das placas tectônicas do poder no mundo.
O declínio relativo dos EUA e a ascensão econômica da China e da Índia e a retomada do protagonismo político da Rússia alteram os termos da correlação de forças mundial.
6. Na tentativa de relançar sua política hegemonista, os EUA declaram guerra comercial à China, ameaçam a Rússia, o Irã e todos os países que, pela lógica ianque, contrariam seus projetos imperialistas. Essa ação dos EUA lança mais incertezas na conjuntura mundial e
tornam distantes as perspectivas de retomada econômica no mundo.
7. A crise estrutural do capitalismo, a acirrada disputa pela hegemonia mundial e graves consequências políticas e sociais, como em outros momentos da história, criam o caldo de cultura para o crescimento das forças de extrema-direita e neofascistas. Dois exemplos  relevantes são os casos de Trump nos EUA, com o discurso de “América Primeiro”, e doprimeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que considera que a saída da União Europeia (Brexit) é a solução para os problemas do Reino Unido.
8. Paralelamente, está em curso no mundo um acelerado processo de avanços tecnológicos – a chamada 4ª Revolução Industrial, espaço também para acirrada disputa pela hegemonia e para a ampliação da defasagem entre os poucos países na fronteira da ciência e inovação tecnológica, como a China, EUA e Alemanha, e os países da periferia.
9. Essas mudanças tecnológicas impactam fortemente o mercado de trabalho. A última assembleia geral da OIT, para ficar em um exemplo, dedicou grande parte de suas discussões para o futuro do trabalho diante dos avanços tecnológicos, substituição de profissões e incertezas sobre a garantia de emprego para os trabalhadores.
10. A CTB considera importante o movimento sindical entrar nesta discussão. A substituição do trabalho humano (trabalho vivo) por robôs e máquinas inteligentes (trabalho morto) coloca no topo da agenda a necessidade de os avanços da ciência e da tecnologia servirem para melhorar o bem-estar social e elevar a qualidade de vida da humanidade e não, como ocorre hoje, ser apropriado apenas por um punhado de privilegiados.
11. Refletindo esta realidade de crise mundial, a América Latina e o Caribe vêm ressurgir a tristemente famosa Doutrina Monroe, lançada em 1823 pelo presidente dos EUA, e que ficou sintetizada na frase “a América para os americanos”, no fundo o domínio americano em toda a região. A política de Trump obedece a esta lógica: desestabilizar e inviabilizar os governos progressistas da região e apoiar projetos conservadores e extremistas, como o de Bolsonaro no Brasil.
12. Esta nova realidade do nosso Continente sucede um virtuoso início do século XXI, com governos progressistas como Chávez, Lula, Fernando Lugo, Tabaré Vasques, Nestor Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa, Ortega, Funes, Michele Bachelet.
13. Hoje, nuestra America se vê às voltas com graves retrocessos políticos, econômicos e sociais. Neste último período, houve golpes no Paraguai, Honduras e Brasil, vitórias eleitorais da direita no Brasil, Argentina, Chile e El Salvador, os ataques à soberania e ameaça de intervenção militar na Venezuela, continuidade do bloqueio à Cuba e tentativas de desestabilização na Nicarágua.
14. O ponto fora da curva foi a significativa vitória de Andrés Manuel López Obrador, presidente do México. Durante o mês de outubro, importantes eleições ocorrem na América do Sul, com possibilidade de vitória do candidato progressista na Argentina, no Uruguai e na Bolívia.
Simultaneamente, uma poderosa mobilização de massas coloca em xeque o governo de Lênin Moreno, no Equador, e abre possibilidades reais de retomada do ciclo progressista naquele país.
15. Além disso, cabe destacar que, apesar das vicissitudes da luta política, nunca esmoreceu em nossa região a luta pela democracia, pelos direitos dos trabalhadores, por justiça social, pela paz, pelo desenvolvimento, pela solidariedade e integração latino-americana e caribenha. Em uma expressão
– a luta pela soberania e autodeterminação das nações.
16. Na luta de resistência, cumpre assinalar o papel do movimento sindical classista, que tem na Federação Sindical Mundial sua melhor expressão, e os esforços de participação no BRICS sindical, nas atividades da OIT e nas atuações regionais nucleadas por articulações como o Encontro Sindical Nossa América, espaços políticos nos quais a CTB tem jogado papel protagonista.
CONJUNTURA NACIONAL
17. Depois da primavera do ciclo progressista com os governos de Lula e Dilma (2003 a 2016), o Brasil retroagiu para uma agenda ultraliberal, antidemocrática, antinacional e de acentuadoataque aos direitos sociais.
18. Com o governo ilegítimo de Michel Temer, o Brasil afundou na recessão, com os dramáticos estragos na área social. No seu curto espaço de governo, Temer aprovou, entre outras medidas nefastas, a terceirização irrestrita, inclusive nas atividades-fim, promoveu umadraconiana reforma trabalhista e sindical e criou teto para os gastos públicos não financeiros.
19. Com a falaciosa tese de prevalência do negociado sobre o legislado, Temer, na prática,rasgou a CLT e legalizou novas modalidades de trabalho precário (intermitente, à distância, teletrabalho, etc). Para diminuir a resistência, liquidou com a contribuição sindical compulsória, atingindo duramente as fontes de sustentação das entidades sindicais. Paracompletar, limitou drasticamente a ação da Justiça do Trabalho, com a introdução de multas abusivas e pagamento das custas judiciais para os trabalhadores.
20. Essa política foi radicalizada pelo governo Bolsonaro, que está prestes a ver concluída a mais dura reforma da Previdência da história recente do país. E para completar, colocou em seu programa de governo a introdução da carteira de trabalho verde-amarela e o fim da
unicidade sindical.
21. Com a nova carteira, cria-se a figura do trabalhador sem direitos trabalhistas e previdenciários. Com o fim da unicidade, busca-se fragmentar a organização sindical dos trabalhadores. Para não deixar pedra sobre pedra, o governo quer acabar até com odesconto em folha das contribuições dos sindicalizados e conseguiu aprovar uma tal de liberdade econômica, na prática liberdade para pisotear sobre os direitos trabalhistas.
22. A degradação do mercado de trabalho no país ganha cores dramáticas com as estatísticas do próprio governo. No trimestre maio/julho, segundo o IBGE, o Brasil contava com 12,6 milhões de desempregados, 28,1 milhões de subutilizados e 4,5 milhões de desalentados.
23. Uma multidão dos que trabalham, o fazem em situação de dramática precariedade. O Brasil tem 17 milhões de trabalhadores com plataformas digitais (aplicativos) e, para ficar em um só exemplo, o segundo maior mercado do aplicativo Uber, tipo de relação de trabalho que cresce em todo o mundo e que parte de um novo conceito – individualização das relações do trabalho, um tipo de contratação sem direitos e sem caracterização do vínculo empregatício.
24. Além dos ataques aos direitos dos trabalhadores, o Brasil é submetido a uma agressiva política de privatização – porta-vozes do bolsonarismo falam em “privatizar tudo”! -desindustrialização e desnacionalização da economia. Essa agenda ultraliberal atola a economia em estagnação prolongada, sem perspectiva de melhora.
25. Para impor essa agenda de vergonhosa subserviência ao império estadunidense, o governo Bolsonaro usa e abusa de medidas antidemocráticas, estimula o conservadorismo e a violência e eleva o tom contra as forças democráticas e progressistas do país. Um dos seus  alvos centrais é o sindicalismo.
26. Contra tudo isso, o movimento sindical, popular e democrática tem lutado muito e erguido sua voz em poderosas mobilizações. Dezenas de atividades nacionais foram realizadas, atingindo fortemente o governo. Não se pode falar, ainda, de uma mudança de correlação de forças, mas o governo amarga índices crescentes de impopularidade.
27. Fato notável deste período foi o importante fortalecimento da unidade e mobilização do Fórum das Centrais. Essa unidade permitiu a realização de vigorosas manifestações, como os dias de luta do mês de março, os atos unitários do primeiro de maio, as grandes jornadas pela Educação, pelo emprego e contra a reforma da Previdência no mês de maio, a greve geral de 14 de junho, etc.
28. Nesta luta de resistência e de busca da alteração da correlação de forças, a chave tem sido a unidade, a amplitude e a capacidade política de secundarizar pontos de vista não coincidentes e privilegiar a unidade de ação em torno de bandeiras amplas.
29. A CTB participou com força e protagonismo de todas estas mobilizações. Atuou e atua pelo fortalecimento, dinamização e unidade do Fórum das Centrais, esteve presente nas articulações e mobilizações da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo, mantem presença constante nos movimentos “Em Defesa da Soberania”, dos “Direitos Já”, Campanha “Lula Livre” e em todas as lutas e mobilizações em defesa de um Brasil com direitos e democracia.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO SINDICAL
30. A CTB é uma central sindical de orientação classista. Seu programa na atualidade defende um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho, ancorado na democracia e soberania nacional. Para dar cabo de tarefa de tal magnitude, a Central considera que a unidade dos trabalhadores é fundamental. A unidade é a premissa essencial para conquistar
vitórias e avançar na construção de legislação que assegure os direitos essenciais dos trabalhadores
31. Uma breve retrospectiva histórica, permite registrar os importantes avanços do sindicalismo nacional, conquistados em períodos de mais democracia e liberdade de atuação. Podemos destacar três fatos relevantes: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em vigor desde 1º de maio de 1943, no governo Vargas; a Constituição Cidadã de 1988, elaborada depois do fim do regime militar, com ênfase no Capítulo II dos Direitos Sociais; e o reconhecimento formal das centrais sindicais, pela primeira vez em nossa história, e a política de valorização do salário mínimo, alcançados no governo Lula.
32. Todas estas medidas em defesa dos trabalhadores e da organização sindical estão sofrendo forte ataque. Começaram, como já foi assinalado neste documento, com as contrarreformas do governo ilegítimo de Temer, e continuam com o governo Bolsonaro.
33. O Brasil vive um período inédito de crescimento exponencial da precarização do trabalho, achatamento salarial, desemprego, subemprego e grande informalização do mercado de trabalho.
34. Para dificultar a resistência sindical, três pontos fundamentais são fustigados: a contribuição sindical compulsória, extinta no governo Temer, a tentativa do governo Bolsonaro de acabar com a unicidade sindical e limitar ao máximo ou extinguir a Justiça do Trabalho.
35. Com o fim da contribuição sindical compulsória, o movimento sindical brasileiro perdeu importante fonte de custeio e se viu constrangido a impor severos ajustes em seus orçamentos. Demissão de assessores e funcionários, venda de patrimônio, diminuição dos investimentos em formação, comunicação e atuação são as consequências mais visíveis. Oobjetivo do governo era exatamente este.
36. Da mesma forma, com um mercado de trabalho precário e em crescente desregulamentação, o papel normativo da Justiça do Trabalho não pode ser subestimado. A CTB defende a existência de uma Justiça especializada para arbitrar conflitos trabalhistas individuais e coletivos, julgar dissídios coletivos, etc. Esta posição demarca profundamente com propostas de extinção da Justiça do Trabalho e com visões ingênuas que imaginam possível arbitragem privada, sem a participação do Estado, para dirimir conflitos na área do Trabalho.
37. Por último, a defesa da unicidade sindical é parte integrante dos fundamentos com os quais foi constituída a CTB. Acabar com este dispositivo inscrito no artigo 8º da Constituição Federal é abrir brecha para a fragmentação e a disputa fraticida nas bases, distante dos reais interesses dos trabalhadores.
38. A CTB pautará sua intervenção, no movimento sindical e no Congresso Nacional, a partir destas premissas. Procurará construir uma frente de resistência ampla, que tenha como fulcro a defesa da unicidade sindical, do poder normativo da Justiça do Trabalho e de alternativas de sustentação financeira com o atual quadro de inviabilização da contribuição sindical. Esta luta se desenvolve em um terreno adverso, com um governo conservador e baixa representação dos trabalhadores no parlamento.
39. No terreno organizativo, cabe também a necessidade de as entidades sindicais, em diferentes níveis, se adequarem a uma conjuntura difícil, com menos recursos. Fusão de sindicatos, compartilhamento de espaços, assessorias e outras formas de diminuição de receitas precisam ser implementadas. Igualmente, temos que atacar pelo lado das receitas, ampliando a sindicalização, estudando alternativas de contribuição, realizando parcerias e convênios que garantam as bases materiais de funcionamento dos sindicatos.
40. Também está na ordem do dia uma maior compactação das centrais sindicais, para enfrentar a dura conjuntura com maior eficácia. CTB e CGTB já apontam para a fusão das duas centrais no próximo Congresso da CTB, que ocorrerá em 2021. Este movimento pode abrir novas possibilidades de agregação maior do movimento sindical em sua representação nacional.
PLANO DE AÇÃO POLÍTICO, ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO DA CTB
41. A CTB deve apresentar até o Conselho um novo plano político-administrativo-financeiro,tendo em conta a severa diminuição de suas receitas, paralelamente ao agravamento da crise e a necessidade de impulsionar a luta dos trabalhadores. Os debates nas plenárias dos Conselhos Estaduais devem ouvir as opiniões dos delegados e das delegadas nesta questão essencial que é a sobrevivência política e material das entidades sindicais em meio ao bombardeio conservador.
42. O plano deve incorporar orientações para as Seções Estaduais e o conjunto dos sindicatos filiados. É fundamental avançar no compromisso político classista de sustentar a CTB como estratégia fundamental de resistência ao bolsonarismo. Uma CTB forte, ampla e com maior capacidade de luta é o desafio maior a ser respondido neste 3º Conselho Nacional.

10 de out. de 2019

NOTA DE REPÚDIO


A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) vem a público repudiar, veementemente, os atos de violência cometidos nessa quarta-feira (09/10) pelos seguranças da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) contra vários manifestantes que protestavam nas galerias da casa do “povo” contra o projeto de Lei “Escola sem Partido” que, na verdade, deveria se chamar “Escola da Mordaça”. Essa proposta, que é defendida por vereadores fundamentalistas, desconhece a educação e tem como único objetivo silenciar professores e alunos ao proibir o debate em sala de aula.

A CTB solidariza-se com todos que foram agredidos nas dependências da Câmara Municipal de Belo Horizonte e reafirma o seu posicionamento em defesa da democracia e de um Estado laico, uma educação crítica, pública e de qualidade. Não nos curvaremos diante de vozes obscurantistas e medievais que, em nome de uma falsa defesa da educação, desejam impor a censura e a violência.

Clique no link abaixo e veja algumas cenas da agressão na CMBH








4 de out. de 2019

CTB-MG, presente! Após Greve de 48h, estudantes e professores de escolas federais protestam contra o corte de investimentos na educação promovidos pelo governo Bolsonaro


Depois de 48h de Greve das Escolas Federais contra os cortes de investimentos na educação promovidos pelo Governo Federal, milhares de estudantes foram às ruas de Belo Horizonte na tarde dessa quinta-feira (03) protestar. O movimento se reuniu na praça Afonso Arinos, ao lado da Faculdade de Direito da UFMG, por volta das 17h. De lá, os manifestantes percorreram a avenida Afonso Pena até o pirulito na praça Sete. Durante o percurso, muitos estudantes exibiam cartazes de protestos. Do alto de um caminhão de som, outros estudantes explicavam para os pedestres e motoristas a realidade atual das universidades públicas brasileiras. Muitas tiveram cortes superiores a 30% do orçamento. O governo ainda cortou centenas de bolsas de estudos, prejudicando a pesquisa no país. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), em apoio a uma educação pública, gratuita e de qualidade, também aderiu ao movimento e foi representada pela presidenta Valéria Morato.

Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro (PSL) já contingenciou R$ 6,1 bilhões da educação pública. Este, aliás, é o maior corte entre todos os ministérios em Brasília (DF). Esse valor seria utilizado em ações de apoio à manutenção da educação infantil, concessão de bolsas na educação superior e básica e de apoio ao funcionamento dos institutos federais de ensino.

Os manifestantes denunciam que o objetivo do governo Bolsonaro é “asfixiar” financeiramente as Universidades Federais para depois privatizá-las através do Programa “Future-se”. Caso esse programa seja implantando, serão as empresas privadas que terão autonomia sobre o Estado para escolher sobre quais pesquisas serão financiados. Dessa forma, o interesse público seria substituído pelo interesse particular. Esse é um dos temores da comunidade acadêmica e dos estudantes, além de entidades de classe dos trabalhadores.

Essa luta não deve ser apenas dos estudantes das universidades e institutos federais de ensino, mas de toda a sociedade.

A CTB-MG aproveita e convida a sua base participar desse movimento em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. A central entende que a educação não deve ser compreendida como simples mercadoria, mas sim um direito universal.


Manifestação ontem, em BH. Fotos: Anderson Pereira/CTB-MG













3 de out. de 2019

Trabalhadores rurais e do interior serão os mais penalizados com a Reforma da Previdência


Com a reforma da Previdência, muitos benefícios terão os seus valores pagos pelo Governo reduzidos drasticamente. Os trabalhadores que moram em cidades menores e exercem alguma atividade rural estão preocupados com essa situação. Com o objetivo de esclarecer dúvidas e proporcionar o debate sobre esse tema, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) realizou nessa quarta-feira, na cidade de Capelinha, na região do Vale do Jequitinhonha, um encontro que reuniu centenas de pessoas.

Com a presença do Secretário-Geral da CTB-MG, Gelson Alves da Silva, e da Presidenta da Central, Valéria Morato, os trabalhadores relataram que temem o aumento da pobreza e da violência no campo após a aprovação da reforma da Previdência.

A Tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita Fernandes, explica que no interior, ao contrário das grandes cidades, é o dinheiro do trabalhador aposentado ou que recebe algum auxílio que movimenta a economia local.

“Essa reforma é perversa com todos os trabalhadores. No nosso caso, por exemplo, será pior. Estamos falando de comunidades pequenas, com poucas oportunidades de trabalho, e um comércio também menor”, diz ela.

Com a renda menor, afirma Maria Rita, a tendência é aumentar a violência no campo e também o desemprego.

“Muitos empregos gerados nessas localidades, principalmente entre os mais jovens, estão no comércio. São pequenas lojas, padarias e postos de gasolina”, diz ela.

A proposta de Reforma da Previdência aprovada nessa quarta-feira pelo Governo Bolsonaro reduz o valor pago do auxílio-doença, pensão por morte e aposentadoria por invalidez.

Na aposentaria por invalidez, por exemplo, após a reforma, o valor pago vai variar de acordo com a origem do problema que levou ao afastamento irreversível do mercado de trabalho. Antes da reforma, a pessoa impedida de trabalhar por problema de saúde se aposentava com o benefício integral.

Para a tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita, a Reforma da Previdência, que foi aprovada nessa quarta-feira, e a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017 pelo governo de Michel Temer, representam um retrocesso na vida dos trabalhadores. 


Fotos: Gelson Alves da Silva/CTB-MG













2 de out. de 2019

Eles votaram contra a sua aposentadoria


A “Reforma” da Previdência foi aprovada nessa terça-feira (01) no Senado Federal por 56 a 19 votos. Os três senadores mineiros - Carlos Viana (PSD), Rodrigo Pacheco (MDB) e Antônio Anastasia (PSDB) – ajudaram a aprovar o texto que vai dificultar a aposentadoria dos trabalhadores.

Entre os vários pontos negativos da “Reforma” da Previdência, vale citar o aumento do tempo de contribuição para o trabalhador conseguir aposentar-se e o fim da aposentaria por tempo de contribuição.

Por outro lado, o Governo Bolsonaro ignorou uma dívida de cerca de R$ 430 bilhões que grandes empresas têm com a Previdência Social. Entre os maiores devedores estão os Bancos Itaú, Bradesco e o Frigorífico JBS.

O trabalhador, como sempre, vai pagar a conta.

O povo não é bobo e com certeza vai se lembrar de cada um desses traidores nas próximas eleições.

Fotos/Divulgação

                                                 Antonio Anastasia (PSDB)

                                               Carlos Viana (PSD)

                                              Rodrigo Pacheco (MDB)