30 de mar. de 2016

Prefeitura de Ibirité persegue organização de professores da cidade

 
 
A tentativa de impedir a organização sindical dos servidores públicos em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, chega no limite da intransigência por parte da prefeitura. Além de processar administrativamente mais de 100 trabalhadores da educação por terem participado de movimento de greve no ano passado, a prefeitura cortou as liberações dos diretores do Sind-UTE subsede Ibirité e promove uma central de boatos para amedrontar e impedir a mobilização da categoria da educação. O caso deverá chegar a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), em conjunto com o Sind-UTE, denuncia as práticas antissindicais e a série de perseguições  promovida pela prefeitura.  
 Mesmo com as retaliações, os(as) trabalhadores(as) resistem e lutam contra a retirada de direitos. Nesta quinta-feira (31/03) o Sind-Ute realiza assembleia da categoria com paralisação para exigir imediata negociação com a prefeitura. Os(as) professores(as) se mobilizam e furam o bloqueio promovido pela gestão que impede a entrada do Sindicato nas escolas. Há 4 anos sem reajuste, os(as) trabalhadores da educação exigem aumento salarial de 30%e melhorias nas condições de trabalho.
Além da pressão para exigir negociação com a prefeitura, o Sindicato acionou o Ministério Público para intervir nos abusos da gestão. Entre as contestações, está a lei sancionada no final do ano passado que aumenta a carga horária dos professores e reduz o salário da categoria. A precarização do trabalho também é questionada pela entidade sindical. De acordo com levantamento feito pelo Sind-UTE, faltam, em média, cinco professores(as) e sete trabalhadores em educação em cada escola. Somam-se a isto um conjunto de descaso que compromete a qualidade da educação em Ibirité. Com a política de desvalorização dos servidores, a prefeitura paga menos que o salário mínimo a trabalhadores da cantina das escolas e mantem salas de aula sem professores.  
Dentro da estratégia de minar a organização dos trabalhadores, a prefeitura cassou a liberação no local de trabalho para impedir que os(as) educadores(as) participem das reuniões do Sindicato. A ação contraria a determinação da Justiça que, em ação impetrada pela própria prefeitura, reconheceu o direito de organização do Sindicato.

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais um trabalhador é vítima fatal da indústria de fogos



A exposição ao trabalho de risco que impõe a indústria de fogos na região de Santo Antônio do Monte deixou mais uma vítima. Por volta das 13h30 da última segunda-feira (28/03) um barracão da empresa Inbrasfogos, uma das mais antigas da cidade, explodiu e matou um trabalhador de 53 anos. O trabalhador manipulava pólvora branca que exigia uma série de normas para evitar acidentes, dentre elas, o trabalho individual no local de trabalho. A tragédia faz parte de um histórico que mancha as relações de trabalho na cidade e traz um clima de medo aos trabalhadores da indústria de fogos. Há um ano, uma explosão em outra fábrica matou três trabalhadores.   

Com 53 anos, pai de três filhos, o trabalhador era funcionário da empresa há 21 anos. Na função em que trabalhava, manuseava produtos a base de cloreto, alumínio e enxofre. A causa do acidente ainda não foi revelada. A Polícia Militar, Civil e o Exercito apuram o motivo da explosão.


O  Sindicato dos Trabalhadores das Fábricas de Fogos de Artifício de Santo Antônio do Monte e região (Sindifogos) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-Minas) lamentam a morte de mais um trabalhador vítima das condições de trabalho na indústria dos fogos e exige providencias para que cessem as mortes nas empresas de fogos da cidade.

29 de mar. de 2016

No dia 31 de março, marcha rumo a Brasília sairá em defesa da democracia e contra o impeachment


Após o expressivo ato do dia 18 de março em todo o país, os movimentos sociais e setores progressistas da sociedade brasileira se preparam para um segundo grande ato de repúdio ao golpe e apoio à democracia marcado para a quinta-feira (31), na próxima semana. 
A data está agendada desde fevereiro e foi convocada pela Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo, frentes que têm o apoio de diversas entidades sindicais, sociais e estudantis, além de lideranças políticas e surgem como uma forma de unificar a esquerda neste contexto de forte ofensiva conservadora em todos os departamentos da vida brasileira.
E o dia 31 de março está carregado de significados históricos. No dia 31 de março de 1964, o general Olímpio Mourão Filho, com apoio da Globo e e do empresariado paulista, recrutou 3 mil soldados de Belo Horizonte em direção ao Rio de Janeiro para consolidar o golpe de Estado que garantiria aos militares 21 anos de ditadura.

Nesta mesma data, 52 anos depois, os parlamentares Michel Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Aécio Neves, Bolsonaro e companhia, com o mesmo apoio da Globo e das empresas de SP, comandam seus soldados no Congresso Nacional na tentativa de consolidar o golpe político-midiático, expulsando a presidenta democraticamente eleita do cargo.

Para barrar esta farsa, na semana que vem, quinta-feira, 31 de março, brasileiras e brasileiros de todos os cantos do país irão ocupar Brasília. Vamos mais uma vez às ruas mostrar que nosso exército e nossos soldados são mais fortes que qualquer horda de golpistas. Somos mais fortes que qualquer conglomerado da mídia. Somos mais fortes pois temos a Constituição e a escolha soberana do povo brasileiro ao nosso lado

Leia abaixo o manifesto divulgado pelo movimento:
Convocamos o povo brasileiro a defender nossos direitos duramente conquistados em séculos de lutas, entre eles a Previdência Pública contra a proposta de uma Reforma que estabeleça idade mínima para aposentadoria e ataque direitos dos trabalhadores;
Convocamos o povo brasileiro a se somar na luta em defesa da soberania energética e das estatais ameaçadas pela privatização - como no caso da CELG - que piora e encarece os serviços. Neste mesmo sentido combateremos o PLS 555 (que impõe regras de mercado às estatais) e o PLS 131 (que revê o modelo de partilha do pré-sal);
Convocamos o povo brasileiro a lutar contra o PLC 30 da Terceirização e a defender o direito ao Emprego com trabalho digno, exigindo a mudança imediata da política econômica de juros altos e recessão aplicada pelo Governo. E a combater este Ajuste Fiscal que cobra, de quem não deve, os custos da crise do capitalismo. Que se cobre dos sonegadores os bilhões roubados dos cofres públicos e desviados de forma criminosa para paraísos fiscais! Que se taxe grandes fortunas, lucros e dividendos! Os ricos devem pagar a conta da crise. Não admitimos e continuaremos enfrentando, nas ruas, cortes nos investimentos sociais como educação, saúde, moradia e reforma agrária.
No caso da Educação enfrentamos não apenas os cortes de investimentos, mas também as sinistras políticas de privatização e militarização do ensino público. Os setores mais conservadores querem matar o pensamento crítico e fazer de nossas escolas um laboratório para o fascismo. Não passarão!
Vamos às ruas contra as intenções golpistas de quem quer impor um impeachment ilegítimo como atalho para chegar ao poder. Eduardo Cunha abriu o processo de impeachment de Dilma numa tentativa de chantagem a céu aberto. Tenta subordinar os destinos do país à salvação de seu mandato. Mesmo com as tentativas da mídia golpista de legitimar o Impeachment, não há nenhuma comprovação de crime por parte da Presidenta Dilma e o impeachment sem base jurídica, motivado pelas razões oportunistas e revanchistas de Cunha, é golpe. 
Não aceitamos golpes à democracia, seja como atalho eleitoral, seja como ataques ao direito democrático de manifestação. Neste sentido, somos contra a vergonhosa Lei anti-terrorrismo, enviada ao Congresso pelo Governo Federal, que ameaça criminalizar as lutas populares.
A saída para o povo brasileiro é a ampliação de direitos, o aprofundamento da democracia com a democratização dos meios de comunicação e as reformas populares. Assim como a defesa das liberdades, enfrentando o machismo, a LGBTfobia e o racismo, que atualmente encontra sua maior expressão no genocídio da juventude negra. Conclamamos todos e todas que querem um Brasil justo e solidário, a saírem às ruas dia 31 de Março, numa Grande Marcha em Brasília e nas manifestações em várias cidades do país.
Ninguém fará pelo povo o que ao povo cabe fazer!
- Contra o impeachment
- Contra a Reforma da Previdência 
- Não ao ajuste fiscal e aos cortes em investimentos sociais
- Em defesa do emprego e dos direito dos trabalhadores 
- Fora Cunha! 


Portal CTB

28 de mar. de 2016

Saiba como ajudar a barrar o golpe no Estado Democrático de Direito pelo Mapa da Democracia

 
 
Um grupo de ativistas lança o site Mapa da Democracia com intuito de colaborar com as organizações que defendem a Nação brasileira, a democracia e a liberdade.
 
O site www.mapadademocracia.org.br nasceu para facilitar a participação de todos e todas no combate ao processo de impeachment promovido pelos setores derrotados na eleição de 2014, liderados pelos barões da mídia , a serviço de interesses alheios aos interesses nacionais, com apoio de parte do empresariado nacional e da elite antidemocrática.
 
Os organizadores do site convidam todas as forças democráticas a participar enviando recado aos deputados federais e posicionando-se em defesa da democracia e da soberania nacional. Para isso disponibilizam contato com todos os parlamentares, independente de sua posição no processo.
 
"Somos mais de 54 milhões de brasileiros que foram às urnas em 2014 para exercer o direito de votar e queremos o seu apoio para defender a democracia. Somos milhões que não aceitamos ver em curso um golpe institucionalizado e a nossa Constituição Federal rasgada", dizem na apresentação do site.
"O processo que está em andamento na Câmara é como se julgasse a presidenta por ter atrasado a fatura do cartão de crédito (ou seja, recursos para executar os programas sociais) e os bancos públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) tivesse emprestado os recursos para não fechar a conta no vermelho. É isso que está no processo e não representa crime nenhum, senão 16 dos 27 governadores do país que também teriam cometido pedalas fiscais também estariam na mesma situação. Deixando claro que o processo de impeachment é de natureza política e não legal", completa o site.
 
Pelo Mapa da Democracia você pode acompanhar os trabalhos da Comissão de Impeachment instaurada na Câmara dos Deputados, presidida ainda por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem contra si inúmeras acusações de atos ilícitos e de manobras para manter-se no cargo e obstruir a Justiça.
 
“Impeachment só pode ser aplicado em caso de comprovação de crime de responsabilidade e Dilma não é sequer acusada de um. A Câmara, presidida pelo réu Eduardo Cunha, conduz um processo de impeachment ilegal. É golpe!”, dizem.
 
É lembrado também que na quarta-feira (23) foi lançado no Congresso Nacional o Comitê em Defesa da Democracia, reunindo as forças democráticas do país com participação de partidos políticos, movimentos sociais, centrais sindicais e do movimento popular. "Diante do cenário de crise e das últimas arbitrariedades que violam os do Estado Democrático de Direito, colocando em risco a própria democracia no país", acentuam. 
 
Mas dizem os organizadores, "a democracia resistirá, para avançar. O que parece ser o fim é só um novo começo. A mudança é de cultura política e implica a participação de todos nós", por isso, "seja a mudança que deseja ver na política. Vem pro Mapa da Democracia".
 
“124 deputados já se manifestaram contra o impeachment. Agora precisamos convencer os 129 que estão indecisos. Pressione pela democracia!”, pedem os organizadores do Mapa da Democracia.
Em defesa da democracia, da soberania nacional e de mais direitos para a classe trabalhadora, participe dessa luta você também.
 
Portal CTB 
 

21 de mar. de 2016

100 mil nas ruas de BH para defender a democracia




A capital mineira viveu um ato histórico na última sexta-feira (18/03) quando mais de 100 mil pessoas saíram em passeata contra a tentativa de golpe no Brasil. A manifestação, convocada pela Frente Brasil Popular, CTB, CUT, MST, MAB, movimentos sociais, sindicais, estudantis, já mostrava sua grandeza  na concentração, com a Praça Afonso Arinos, no centro de Belo Horizonte, lotada. Os manifestantes tomaram as ruas e seguiram pelo centro da cidade. Durante o percurso houveram muitas demonstrações de apoio ao ato, muitos trabalhadores do comércio acenavam e aplaudiram a marcha em defesa da democracia. Após a passeata, que seguiu pela Avenida Afonso Pena, a manifestação terminou com a Praça da Estação , que tem capacidade para 150 mil pessoas, toda ocupada.


A reação ao golpe mostrou força e muitas pessoas que aderiram ao movimento relataram estar nas ruas pela primeira vez e demonstraram preocupação com o discurso fascista de setores da direita.  Muitos cartazes e faixas questionavam a parcialidade da justiça, em especial ao juiz Sérgio Moro, denunciavam a falta de investigação de políticos da oposição, como o senador Aécio Neves que foi citado mais de cinco vezes em delações, mas continua preservado na operação Lava-Jato.











17 de mar. de 2016

Direita brasileira não quer perder seus privilégios, diz ex-presidente uruguaio Mujica

 
 
A ofensiva contra Luiz Inácio Lula da Silva e o governo de Dilma Rousseff reflete os anseios de uma elite que não quer perder seus interesses. A análise é do ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica. “A direita perdeu toda a racionalidade. Não quer entender que, comendo um pouco menos, ainda assim segue comendo muito, não quer Lula e o PT porque rechaça a necessidade de repartir, ainda que seja um pouco”, diz.
 
Em entrevista ao jornal argentino Página 12, Mujica aprovou a escolha de Lula para a chefia da Casa Civil. Para ele, a decisão de Dilma foi acertada. “Lula no governo é algo positivo, é um líder muito importante, oxalá vá bem, mas não será fácil”. Um dos desafios, diz, será mudar a política econômica. “Sei que em sua cabeça ele pensa que há de se colocar em marcha um plano brutal de crédito para os mais endividados e a classe média”, diz.
 
Nesta quinta-feira (17/03), a presidente Dilma deu posse a Lula como ministro-chefe da Casa Civil. Em todo o país, manifestantes realizam protestos contra e a favor do governo.
 
Mujica acredita ainda que há interesses pesados na ofensiva contra o governo de Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores. “Não posso dizer se é esse ou aquele grupo que está jogando, mas digo que há gente que está interessada em tirar Lula da carreira política, e da carreira para as eleições”.
Além de lutar contra a direita, outro desafio do governo será buscar o apoio dos brasileiros que não foi para as ruas. “É verdade que os que pagam o pato da crise não são os que vão gritar contra Dilma e contra Lula, é o povo pobre. É preciso trabalhar por esse povo”.
 
Mujica também entende que a situação do Brasil influencia toda a região, que pode ser “contagiada” pela onda conservadora e que pede a derrubada de governos democráticos.
 
Para o ex-presidente uruguaio, é hora de os países sul-americanos mostrarem sua solidariedade. “É preciso estender uma mão para o Brasil desde fora, desde os países irmãos temos que rodeá-lo para que a legalidade democrática não caia”.
 
Questionado se é otimista ou pessimista a respeito do cenário brasileiro, Mujica afirma sentir uma certa “amargura”, especialmente em relação ao grande número de jovens que não vivenciaram a ditadura militar. Diz que a juventude não tem ideia do que significa uma ditadura e das consequências de um possível golpe militar. “Quando há ditadura a imprensa não escreve essas coisas. Não há liberdade de imprensa quando tiram os governos democráticos do poder, é isso que tem que se colocar na cabeça dos jovens brasileiros nesses dias”, diz.
 
A atuação do Judiciário também é alvo de críticas de Mujica. Ele entende que, no caso de Lula, há um esforço “incomum” para encontrar algo que o comprometa nas investigações da Operação Lava Jato. “Dá a impressão de um certo vedetismo jurídico no Brasil”. Diz. “Há gente na Justiça que cria denúncias muito chamativas para aparecerem nos meios de comunicação e fazer seus negócios”, diz.
 
Opera Mundi 

15 de mar. de 2016

CTB-MG se prepara para tomar as ruas de Belo Horizonte no dia 18



Com intuito de organizar as mobilizações para o dia 18 de março e aprofundar a formação dos ctebistas mineiros em torno do acirramento das disputas políticas, a CTB-MG promoveu nesta terça-feira (15/03) um debate da diretoria estadual da Central. Debates produtivos e propostas de encaminhamentos fizeram da reunião um importante passo para construção do dia de lutas, marcado para sexta-feira com concentração a partir das 16 horas na Praça Afonso Arinos, centro da capital. O auditório lotado e representativo apontou a necessidade de dialogar com as bases, nos locais onde está a classe trabalhadora, seja na periferia, no centro da cidade, nas estações de metros, portas de fábrica, escolas e locais de trabalho. Durante a semana, a CTB-MG terá calendário de panfletagem e atividades para intensificar este debate.

O espaço crescente da extrema-direita na sociedade brasileira e o papel fundamental do movimento sindical para barrar essa ofensiva foram destacados pelo vereador do PCdoB e ex-presidente da CTB-MG, Gilson Reis. Segundo ele, o objetivo central do setor conservador é atacar os trabalhadores. Gilson fez um histórico dessa articulação da direita que desde 2013 se articula para fazer uma ruptura com o projeto popular em curso no país. Para ele, a jornada de Julho iniciou com uma pauta de mais intervenção do Estado e essa narrativa foi guiada e alterada para as bandeiras conservadoras que hoje se vê nas manifestações convocada pela direita com apoio da mídia.


Gilson fez um alerta aos sindicalistas que ainda não se envolveram no debate que está travado no Brasil. “Não adianta ficar pensando na campanha salarial se amanhã ou depois a terceirização acabar com nossa categoria ou a previdência arrancar nossos direitos. Eles querem é acabar com a política de salário mínimo e outros avanços que tivemos para a classe trabalhadora” apontou.  
      
A CTB-MG reforçou a necessidade de ampliar as forças democráticas com a participação de diferentes atores progressistas que querem lutar contra o golpe. Dentro do calendário de lutas, Minas Gerais será um dos Estados mais importantes na mobilização para o ato organizado no dia 31 de março em Brasília. Além dessas datas, o 21 de abril e o primeiro de maio foram lembrados como momentos cruciais nessa batalha que tomou as ruas.