16 de mar. de 2010

CTB Minas publica nota de repúdio à intervenção judicial na greve dos rodoviários de BH

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em Minas Gerais está solidária à luta dos rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que mais uma vez paralisaram as atividades nesta segunda-feira (15/03) e foram impedidos de lutar pelos seus direitos, devido à atuação arbitrária do desembargador  Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Minas Gerais.


A paralisação representou uma resistência combativa  e corajosa ante à judicialização intervencionista da relação capital/trabalho, promovida pelo desembargador. Na segunda-feira (15/03), o desembargador suspendeu o efeito de liminar que multava em R$ 300 mil por dia as entidades sindicais, bloqueando suas contas bancárias e as de seus diretores. Mas não há reparos e retoques que apaguem o espírito autoritário e intervencionista das determinações do desembargador Caio.  Sua postura não tem  precedentes.

O desembargador reforçou a sua parcialidade, ao não apresentar uma proposta concreta de negociação. O TRT passou longe da sua missão, que é mediar com equilíbrio, promovendo a justiça social. A repressão, por parte da Polícia Militar e imprensa continua.
Esse triste episódio segue com dois pesos e duas medidas. Os rodoviários tiveram a capacidade de ceder, e agora reivindicam 12% de reajuste. Os patrões, como sempre, foram incapazes de ter mesmo bom senso, e continuam oferecendo 6,5%.
Também reforçamos nosso apoio à luta dos rodoviários pelo avanço nas cláusulas sociais da sua Convenção Coletiva da Trabalho (CCT). O fim da compensação de horas e da dupla função compõe a plataforma de combate à precarização das relações de trabalho. Igualmente, a redução da jornada de 6h40 para 6h significa mais qualidade de vida para o trabalhador.

Repudiamos a postura dos patrões, que de maneira intransigente e oportunista,  utilizam o poderio econômico para proteger seus lucros, tentando forçar o aumento das passagens. Espera-se que, nas próximas rodadas da conciliação, o TRT adote uma posição mais equilibrada. Os trabalhadores e trabalhadoras não podem continuar punidos por terem coragem de  se indignar e promover uma justa luta. A paralisação do dia 15/03 é fruto da contraditória mediação da Justiça do Trabalho. Sem a valorização do trabalho, não haverá desenvolvimento.


Assina este documento:
Diretoria da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais - CTB Minas 




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