23 de mai. de 2012

Em greve há uma semana, servidores administrativos de escolas de Ibirité vão decidir os rumos do movimento em assembleia nesta quarta


Servidores administrativos de escolas de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em greve há uma semana, vão decidir na tarde desta quarta-feira, 23, os rumos do movimento. A assembleia será às 14h, em frente à sede da Prefeitura Municipal.
A categoria, que inclui auxiliares de secretaria, biblioteca e administrativos; serventes e secretários escolares, reivindica a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e reajuste salarial de 22%. Atualmente, a jornada é de 37 horas semanais, sendo 25 horas de segunda a sexta e oito horas durante um sábado por mês.
Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Ibirité (Sind-UTE), a paralisação atinge mais de 75% das escolas. Alegando “ilegalidade” da greve, a prefeitura ameaça punir trabalhadores com substituições, cortes do abono, retirada de pontos na avaliação de desempenho e demissões.
Para esclarecer aos pais, alunos e à população sobre a legitimidade e legalidade do movimento, o Sind-UTE/Ibirité tem intensificado a mobilização nas escolas. “A greve só aconteceu depois que a prefeitura se recusou a negociar com seriedade. Mesmo assim, todas as exigências da lei 7783/89 foram cumpridas. Não há como argumentar que a greve é ilegal”, afirma o dirigente da entidade e da CTB Minas Rafael Calado.
Para ele, ilegal é a pressão, a truculência e as ameaças que a prefeitura tem feito. “Tais práticas atentam contra o exercício do direito de greve, garantido por lei, e serão denunciadas ao Ministério Público do Trabalho”, disse o dirigente sindical.
A desastrosa declaração do secretário municipal de Governo, Hervê de Melo, feita em mesa de negociação, de que a categoria “coça o saco ao invés de trabalhar”, provocou revolta e deixou ainda mais evidente o desrespeito com a categoria.
Segundo informações obtidas pelo sindicato, o prefeito de Ibirité, o vice e os doze secretários municipais consomem anualmente mais de R$ 2 milhões em salários. Os vencimentos do prefeito, Lárcio Dias, ultrapassam R$ 23 mil por mês, quantia bem superior à recebida por prefeitos de grandes capitais do País, como São Paulo (R$ 20 mil), Belo Horizonte (R$ 19 mil) e Rio de Janeiro (R$ 13,3 mil).

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