30 de ago. de 2013

Em manifestação em Betim, metalúrgicos repudiam projeto sobre terceirização e proposta “vergonhosa” da Fiemg

Os metalúrgicos de Minas Gerais começaram esta sexta-feira (30), Dia Nacional de Greves e Paralisações, com uma vigorosa manifestação contra o projeto de Lei 4.330, que amplia a prática da terceirização da mão de obra pelo país, e, sobretudo, contra a vergonha proposta apresentada pela Fiemg na Campanha Salarial Unificada 2013 – a data-base da categoria é 1º de outubro.
O ato público, realizado a partir das 5 horas da manhã, no viaduto que leva à entrada principal da Fiat Automóveis, sob a BR 381, reuniu lideranças do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista (UJS) e Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT Metal).
“Foi um protesto pacífico e organizado para repudiar, principalmente, a proposta que os patrões da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) já nos fizeram logo de cara neste início da nossa Campanha Salarial, oferecendo um índice que sequer repõe a inflação do período, além de ameaçar com a implantação do banco de horas e propor o parcelamento das férias em até três períodos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, João Alves de Almeida.
“Além disso, os metalúrgicos também estão unidos e mobilizados com as centrais sindicais brasileiras na luta contra a aprovação do Projeto de Lei 4.330, da terceirização, que, se aprovado, irá precarizar ainda mais as condições de trabalho nas fábricas”, acrescentou.
Provocação
Na última segunda-feira (26), no primeiro encontro com os metalúrgicos, a Fiemg apresentou um pacote em que propõe reajuste de 5,9%, índice que, além de não repor sequer as perdas que os trabalhadores tiveram nos salários com a inflação, está bem distante dos 13% de reajuste reivindicados pela categoria.
Além disso, em contrapartida à reivindicação dos metalúrgicos de um piso salarial de ingresso de R$ 1.698,00, a Fiemg responde com propostas que preveem um piso mínino de R$ 830,00 (ou 5,7% de reajuste) até o máximo de R$ 1.128,00 (ou reajuste de 5,99%).
O disparate da Fiemg ainda é maior, já que os patrões querem implantar o banco de horas - com compensação das horas trabalhadas no prazo de um ano; propõem o parcelamento das férias em até três períodos, nada oferecem de abono e sequer aceitam discutir a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
“A proposta da Fiemg é uma provocação. Por isso, é hora dos metalúrgicos, mobilizados dentro das fábricas e unidos aos sindicatos e centrais que conduzem nossa Campanha Salarial, abraçarem de vez nossas reivindicações para que possamos chegar a um acordo que valorize o trabalho e o empenho dos trabalhadores dentro das empresas. Os metalúrgicos merecem respeito”, completa.
A pauta de reivindicações dos metalúrgicos, composta por 97 cláusulas - que incluem itens econômicos e sociais - foi entregue aos patrões no dia 31 de julho pelas principais lideranças sindicais da categoria em Minas, representados pela FIT Metal, ligada à CTB, FEM/CUT e Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Minas Gerais (Femetal), ligada à Força Sindical.  Ao todo, estão envolvidos nesta campanha cerca de 250 mil metalúrgicos em todo o estado.
Metalúrgicos e representantes da Fiemg voltam a se reunir para nova rodada de negociações na próxima terça-feira (3), às 10 horas, na sede do órgão, em Belo Horizonte.

Fonte: Sindbet. 

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