3 de jun. de 2014

A educação pública deve prevalecer defendem professores

A construção da democracia nos setores privado e público. Esse é o tema do 12º Congresso dos Professores de Minas Gerais (ConSinpro), realizado nos dias 30 e 31 de maio, no Tauá Resort Caeté.



Mais de 300 professores e professoras de todas as regiões do estado participam do evento que pretende debater temas importantes da educação.

Na abertura, o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, ressaltou a importância da aprovação, pelo Congresso, do Plano Nacional de Educação PNE. "Depois de muita resistência, aprovaram o PNE e isso reforça a importância da nossa luta pelo acesso à educação de qualidade em nosso país".

Gilson Reis, em nome do Sinpro, fez uma homenagem ao professor Renato Godinho, que foi o primeiro representante sindical do Sinpro Minas. "Renato merece nosso reconhecimento pela sua história e é referência da nossa categoria. Lutou contra a ditadura e sempre trabalhou em prol da educação de qualidade no Brasil. Sua história renova nossa esperança na construção da democracia plena", afirma.

Após uma apresentação cultural, o ConSinpro contou também com uma palestra sobre o tema do evento feita pelo professor e assessor da Contee, José Geraldo de Santana Oliveira. Ao fazer um resumo da história da educação no Brasil, onde esse setor nunca foi prioridade para os governantes, o professor também ressaltou a importância de um Plano Nacional de Educação. Entretanto, ele enfatizou que os desafios ainda são muitos.

"Precisamos ainda garantir os 10% do PIB para a educação pública. "É preciso, por exemplo, aumentar o número de creches no país, pois é para um público que ainda não está incluído nas políticas públicas com a ênfase necessária. É preciso também levar escolas para lugares distantes, em alguns casos, o aluno viaja até 200 quilômetros para estudar. Aumentar o número de vagas nas universidades públicas e se preocupar com a formação permanente do professor também devem ser encarados como prioridades", afirma o professor Santana. 



“O interesse privado não pode se impor ao setor público”

O segundo dia do Consinpro iniciou com a palestra do professor Edson de Paula Lima, diretor do Sinpro Minas e presidente da Fitee, que abordou o tema: o setor privado na construção do Sistema Nacional Articulado de educação e o Plano Nacional de Educação. Edson destacou conceitos como setor privado, plano e democracia. Segundo ele, é importante frisar que o setor privado da educação não se organiza como rede, como ocorre na rede pública de ensino.
“O sindicato é um espaço importante de luta pela democratização. Instrumento para dar eficácia a opinião dos trabalhadores”, enfatizou. Segundo ele, a escola não pode ser de qualidade só para uma elite. “É preciso amplo acesso e universalização. O Sinpro sempre lutou por isso. A luta por uma educação pública de qualidade tem reflexo para o ensino privado também”, explicou. Segundo Edson, o setor privado tem que ser subordinado aos interesses públicos.  “O interesse privado não pode se impor ao setor público”, concluiu.

Para a vice-presidente do Sinpro Minas, Valéria Morato, o Congresso foi vitorioso por ter contado com a participação de professores de todos os segmentos da capital e do interior. “Todos puderam refletir sobre que tipo de educação queremos. A diretoria do sindicato pode ouvir os anseios dos professores para direcionar a atuação sindical”, disse.
“Não podemos deixar de participar desse momento. Tivemos uma aula sobre história da educação. A sensação que fica é que os desafios são imensos. Esse foi o primeiro congresso que participei, mas quero participar dos próximos e levar as discussões daqui para os meus colegas”, afirmou o professor universitário Wilson José Vieira da Costa.

Na parte da tarde, os professores se dividiram nas mesas temáticas cujos temas foram: Inovações Tecnológicas, EaD e trabalho docente; Ensino de Idiomas, formação e identidade docente; Educação Superior e as transformações no mundo do trabalho; Professor da Educação Infantil e anos iniciais: formação e identidade; Ensino médio, educação profissional e o setor privado; Educação e diversidade sociocultural; INSS: aposentar é lutar.

No debate final do Congresso, foram apresentadas as propostas dos grupos de discussão nas diversas áreas para orientar a atuação do Sinpro Minas. Os professores de Idiomas levantaram a necessidade de mais união para lutar contra o registro como instrutores, em vez de professores, como ocorre em algumas escolas, assim como elevar o piso desse segmento. Na educação infantil, foi frisada a importância de incentivar a formação dos professores. Para o ensino médio e educação profissional, a proposta de aumentar a carga horária dos cursos profissionalizantes e destinar mais recursos públicos para a educação pública. Na educação superior, uma preocupação levantada foi quanto a desvalorização de mestres e doutores. No grupo sobre educação e diversidade, foi proposto que o Sinpro amplie a divulgação da Revista Elas por Elas e faça parcerias para incentivar a capacitação dos professores nas áreas de gênero, etnia e sexualidade, entre outras propostas. 


Em suas palavras no encerramento do Consinpro, Gilson Reis fez um balanço sobre as lutas políticas no país, destacando a jornada das centrais sindicais contra a terceirização e pelas bandeiras dos trabalhadores. “Há um caminho a ser traçado para o país a partir da construção popular”, afirmou. Ele também fez um balanço sobre as lutas dos professores por mais valorização do trabalho docente, destacando as greves realizadas nos últimos anos e necessidade de construir um piso único para a categoria. “Conclamo a todos que ajudem o sindicato na construção das lutas específicas do dia a dia e no enfrentamento dos desafios mais gerais da sociedade”, disse


Fonte: Sinpro Minas

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