24 de fev. de 2017

Ataque à processos eleitorais em sindicatos é utilizada como tática em Minas





Disputada por três chapas, as eleições do Sindicato dos Servidores Públicos de Uberlândia foi suspensa por ordem judicial. Mas essa não é uma ação isolada. Ao que tudo indica, essa tem sido uma tática da CUT-Minas nos processos eleitorais que tem participado no Estado. No último mês, esse é a terceira eleição que os cutistas colocam em xeque. Porém, a atitude de deslegitimar o processo democrático não tem sido bem visto pelos trabalhadores. Em Betim, os metalúrgicos rechaçaram a prática e reconduziram a atual gestão ao comando do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região (SindMetal). 

Em Uberlândia as eleições do Sindicato dos Servidores estavam marcadas para os dias 06 e 07 de março. A chapa 1 representa a situação, a chapa 2 apoiada pela CTB e a chapa 3 comandada pela CUT. Os representantes da chapa 3 entraram na Justiça para suspender a eleição. A alegação é referente ao prazo previsto no edital. Foi por não cumprir os cinco dias previstos para apresentar os membros da chapa 3 que a candidatura deles foi questionada. 

O coordenador da campanha da chapa ctbista, Romeu Pereira, garante que a chapa 2 está tranqüila e preparada para a eleição. Romeu avalia que de um lado existe o desespero da chapa 3 para atrapalhar o processo e do lado da situação a falta de credibilidade de uma gestão sindical que sempre ganhou no tapetão. “Uberlândia é a segunda maior cidade mineira, com 15 mil servidores. Temos apenas 1.800 filiados, falta credibilidade do sindicato junto aos trabalhadores. Nossa chance de ganhar é muito grande e eles estão tentando ganhar tempo” analisa Romeu. 

Com esse mesmo sentimento o candidato à presidente pela chapa 2 – servidor cidadão, Ronaldo Branco, tem esperanças de retomar o sindicato ao seu papel combativo que teve na história em Uberlândia. Ronaldo criticou a gestão atual da entidade sindical que está no comando há 14 anos e afastou a luta da categoria. 

Outro sindicato que a CUT decidiu colocar na berlinda foi o Sindicato dos Servidores Públicos de Pouso Alegre. Lá a CTB apoia também a chapa 2. A eleição do sindicato deveria ter acontecido no dia 10 de fevereiro, em uma sexta-feira. Porém, a chapa 3, ligada à CUT, acionou a Justiça na noite do dia anterior e conseguiu a liminar que impediu o pleito. A alegação para suspender a e eleição era de diferenças no número de filados informado pela prefeitura e o que consta na lista divulgada pelo sindicato. Mas na lista do sindicato contém servidores aposentados, cedidos a outros órgãos e lotados em fundações que justificam a diferença com os dados da prefeitura. 

Leon Camargo, membro da chapa 2, lamenta o adiamento do processo e afirma que essa decisão prejudica a categoria. “O cenário é preocupante porque em abril é a nossa data-base e podemos passar por este importante momento dos trabalhadores sem a definição deste processo. A categoria precisa estar unida em um momento que os direitos estão ameaçados para que os trabalhadores possam buscar melhorias para o funcionalismo municipal”.
Leon também destaca que a chapa 3 entrou na Justiça contra o Sindicato e, por isso, a chapa 2 Sindicato somos nós, nossa força, nossa voz, não faz parte do processo e apenas acompanha as medidas tomadas.      

O vice-presidente da CTB-MG, Jota vê com preocupação essa onda de ataque aos processos democráticos nos sindicatos em Minas. “Acredito que os trabalhadores têm o direito de escolher a melhor chapa que irá representar o sindicato. Também acho que quando o processo vai para a Justiça dessa forma desordenada, os trabalhadores se revoltam porque entendem que retiram dele o direito de voto” pontua Jota.

Nenhum comentário:

Postar um comentário