No dia da posse dos 77 deputados Estaduais de Minas Gerais, nesta
sexta-feira (01), dezenas de manifestantes foram até a porta da Assembleia Legislativa
do Estado, em Belo Horizonte, exigir a abertura de uma CPI para investigar a
mineração. São necessárias as assinaturas de 26 dos 77 parlamentares que tomaram posse.
O pedido vem após rompimento da barragem da mineradora Vale,
na cidade de Brumadinho, município da região metropolitana de BH. Até o momento, já são 110 mortos e 238 desaparecidos.
A presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil em Minas Gerais (CTB-MG), Valéria Morato, defendeu a instalação da CPI e
a apuração do crime cometido pela Vale.
“É preciso que a mineração tenha uma regulação apropriada,
tanto no uso do solo, no meio ambiente e na questão trabalhista. Os
trabalhadores precisam ter os seus direitos respeitados para não serem
explorados até a morte”, disse ela.
Pablo Dias, do Movimento dos Atingidos por Barragens, também pede
a abertura de uma CPI.
“A relação das mineradoras com a Justiça precisa ser
investigada profundamente. Também precisamos investigar a relação com esta casa
[Assembleia Legislativa]. Depois do crime da Samarco, em Mariana, não passou
nenhum projeto que poderia ampliar a fiscalização, justamente por lobby e
contato cotidiano da Vale com os deputados, além do financiamento de campanha.
E, do mesmo modo, é preciso investigar a relação da empresa com a União, o
Departamento Nacional de Produção Mineral, a Secretaria de Meio Ambiente, que
tem aprovado licenças para as mineradoras a toque de caixa”, disse ele.
Entre os manifestantes, um grupo de artistas cobriu-se de
lama para simbolizar as vítimas de Brumadinho. Em silêncio, eles caminharam da
praça da Assembleia até a entrada do prédio.
13º salário
Os servidores do Estado, que estão sem receber o 13º salário
do governo de Minas Gerais até hoje, também protestaram em frente ao prédio da
Assembleia Legislativa.
Segurando cartazes e gritando palavras de ordem, os
trabalhadores da área da saúde, segurança e educação ameaçaram entrar em
greve caso os salários não sejam pagos.
“Essa é uma manifestação justa”, disse
a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato, ao lembrar que o atual governador, Romeu Zema (Partido
Novo), está alinhado com o que existe de mais estreito na política nacional.
Além
disso, Zema já avisou que pretende
vender várias estatais mineiras, entre elas a Companhia Energética de Minas
Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento (Copasa).
Fonte: CTB-MG com informações do Brasil de Fato-MG
Fotos: Anderson Pereira
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