11 de mai. de 2010

Policiais militares agem de modo truculento contra trabalhadores e grevistas

Uma imagem vale por mil palavras. E elas mostram trabalhadores da empresa AETHRA Sistemas Automotivos, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte,  sendo agredidos pela Polícia Militar na manhã desta terça-feira, 11 de maio.  O confronto aconteceu durante manifestação legítima dos trabalhadores, organizada em função da greve, iniciada ontem. 


A AETHRA tem aproximadamente  mil funcionários. Os trabalhadores exigem a negociação de um Plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mais justo. Eles também protestaram contra o assédio moral e a demissão imotivada de 15 pessoas, na última segunda-feira.


"Não é segredo para ninguém que, no Brasil, manifestações legítimas são tratadas como casos de polícia" destacou Gelson Alves, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e Bicas e da CTB Minas. Ele acompanhou a movimentação, e espantou-se com o arsenal destinado à vigilância dos trabalhadores: 22 viaturas da PM, 3 microônibus e 2 viaturas da Polícia Rodoviária Federal.


Segundo informações de Florismar Raimundo de Jesus, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região Metropolitana, a polícia permaneceu de plantão na porta da fábrica por 24 horas. Agredida, uma sindicalista chegou a desmaiar. Ela teve de ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros.

Ainda de acordo com Florismar Raimundo de Jesus, 2 trabalhadores foram presos, e levados para a 6º Delegacia Regional de Contagem. "Não houve crime. Eles simplesmente reagiram á agressão dos policiais", declarou o sindicalista.





A CTB Minas se posiciona publicamente contra as práticas antissindicais. As intervenções por meio da Justiça e da Polícia têm um único objetivo: criminalizar a luta dos trabalhadores. "Devemos combater essa postura do Estado, conivente e conveniente com os abusos  patronais", lembrou  Gelson Alves.

Atendendo a um pedido dos trabalhadores, o deputado estadual Carlin Moura e a deputada federal Jô Moraes, ambos do PCdoB, estiveram na porta da fábrica, defendendo os direitos de livre mobilização e de greve.

"Sem a intevenção dos deputados, poderia ter acontecido coisa pior", avaliou José Nunes Neto, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e Bicas. Segundo ele, também teria inibido a ação dos policiais  a presença de um veículo da Corregedoria de Polícia Militar, que esteve no local do conflito, pela manhã, e durante a troca de turno, às 15h.  

Um comentário:

  1. Marcão do Pará12 maio, 2010

    Esta ação é da democrática policia do Aécinho?????

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