17 de jun. de 2010

Trabalhadores da educação mineira farão vigília contra proposta salarial do governo Anastasia

Em assembleia realizada nesta quinta-feira, 17 de junho, em Belo Horizonte, os trabalhadores da educação em Minas Gerais decidiram que não vão se opor ao encaminhamento do "novo" plano de remuneração apresentado pelo governador, o tucano Antonio Augusto Anastasia.  Diante da intransigência do poder executivo, o Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação (Sind-UTE) e a categoria agora viram a página, e decidem cobrar  dos deputados estaduais alterações no Projeto de Lei (PL) a ser enviado para a Assembleia Legislativa.

Assembleia do Sind-UTE 05.05.2010 na  Praça da Assembleia - BH

A Asssembleia dos trabalhadores referendou a posição da diretoria do Sind-UTE, e desaprovou o fato de Anastasia ter se antecipado em 24 horas ao prazo estabelecido pela comissão paritária, criada no dia 25 de maio, após o fim de uma greve de 48 dias. No dia 14 de junho, foi anunciada a criação do "subsídio", que reúne os chamados "penduricalhos" numa única parcela de pagamento. Os representantes dos trabalhadores na comissão paritária informaram que não foram consultados.

No dia 22 de junho, próxima terça-feira, os trabalhadores farão uma vigília na Assembleia Legislativa, segundo informações do diretor de Política Educacional da CTB Minas e do Sind-UTE Ibirité, Rafael Calado.  Outra crítica ao "novo" sistema de remuneração: ele consistiria numa estratégia para dividir a categoria. O plano prevê a mudança de carreiras e salários dos educadores, mas não traria recomposição salarial para outros servidores, como auxiliares de secretaria e de serviços gerais, também representados pelo Sind-UTE e que participaram ativamente da greve.
Assembleia Sind-UTE 18.5.2010 na Igreja São José - BH

Segundo a Agência Minas, os professores da educação básica teriam o "subsídio" inicial de R$ 1.320, para 24 horas semanais. Os que optassem pela jornada de 30 horas, receberiam R$ 1.650. O salário máximo, para os trabalhadores com Doutorado, seria de R$ 1.932 e R$ 2.415, respectivamente. O Sind-UTE vai reivindicar dos deputados a alteração de alguns pontos do PL, como a retirada da proposta da revisão de carreiras, um detalhamento do que consistiria a mudança da nomenclatura "remuneração" para "subsídio". A preocupação central é garantir a continuidade de conquistas históricas, especialmente as complementações ao salário-base.

O Sind-UTE também quer retirar do PL qualquer referência ao aumento de carga horária. Na avaliação do sindicato, ao propor "subsídios" diferenciados para as cargas de 24 e 30 horas semanais, Anastasia estaria na contramão da tendência mundial - e da própria reivindicação das Centrais Sindicais - que é a redução da jornada de trabalho.

Redação: Verônica Pimenta - Jornalista da CTB Minas
Fotos: Sind-UTE

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