26 de mar. de 2012

Movimento denuncia torturador da ditadura militar que mora em Belo Horizonte


O torturador Ariovaldo da Hora e Silva foi denunciado, na manhã desta segunda-feira, 26, pelo movimento social Levante Popular da Juventude por ter participado de sessões de tortura durante o regime militar.
Pela manhã, cerca de 70 pessoas fizeram uma manifestação em frente à residência Ariovaldo, no bairro da Graça, em Belo Horizonte. Com faixas, cartazes e tambores os manifestantes distribuíram cópias de documentos oficiais do Dops contendo relatos das sessões de tortura ocorridas durante a ditadura, com a participação de Ariovaldo, para conscientizar a população vizinha ao criminoso.
Ariovaldo foi escrivão da Polícia Federal na Delegacia de Vigilância Social e delegado da Polícia Civil em Minas Gerais, onde exerceu atividades no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) entre 1969 e 1971, quando cometeu crimes contra a humanidade, em especial a tortura de Jaime de Almeida, Afonso Celso Lana Leite, Cecílio Emigdio Saturnino e Nilo Sérgio Menezes Macedo, entre outros.
Durante a manifestação, vizinhos se mostraram surpresos com o fato do Ariovaldo ter sido torturador do regime militar. “Não sabia que o ‘Seu Ari’ era um torturador. Tenho na família  um caso de perseguido pela ditadura e vou divulgar isso”, disse um morador da região. O denunciado permaneceu em casa ouvindo e assistindo a manifestação, tendo aparecido na janela por alguns segundos.
Ariovaldo da Hora e Silva é citado na obra Brasil Nunca Mais (Projeto A), acusado de envolvimento com a morte de João Lucas Alves e de ter praticado tortura contra presos políticos.
Na primeira comissão constituída para tratar do recolhimento dos documentos do Dops ao Arquivo Público Mineiro (APM), em 1991, ele foi designado para representar a Secretaria da Segurança Pública do Estado de Minas Gerais (Sesp). Em 1998, foi Coordenador de Informações da Coordenação Geral de Segurança (Coseg).
As ações de denúncia de diversos torturadores que continuam impunes foram realizadas nesta segunda-feira, simultaneamente, em diversas capitais do País. O Levante Popular da Juventude exige a apuração da verdade e punição aos crimes cometidos pela ditadura militar.

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