31 de ago. de 2012

Campanha Salarial Unificada dos Metalúrgicos de Minas: Fiemg propõe reajuste de apenas 4%

A proposta apresentada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) nesta quinta-feira (30), na primeira reunião de negociação da Campanha Salarial Unificada dos Metalúrgicos, está longe de contemplar os interesses e valorizar os trabalhadores da categoria.

A afirmação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida, que esteve presente à negociação, ao lado de representantes das entidades que integram a campanha unificada: Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT Metal), Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (Femetal MG) e Federação Estadual dos Metalúrgicos/MG (FEM), que, juntas, representam cerca de 250 mil metalúrgicos em todo o Estado.

Nesta primeira reunião, a Fiemg propôs um reajuste de 4% para empresas que tenham até 50 trabalhadores, percentual que seria aplicado até os salários de R$ 5.400,00 – acima deste valor, seria pago um valor fixo de R$ 216,00. Já nas empresas que tenham mais de 50 empregados, a proposta da patronal é de um reajuste de 4,5%, limitado a salários de até R$ 5.400,00 , com valor fixo de R$ 243,00. 

Piso salarial
Em relação ao piso salarial, a patronal oferece percentuais diferenciados. Nas empresas com até 10 empregados, o reajuste de 4,45% elevaria o salário de ingresso para R$ 721,60; nas fábricas que tenham mais de 10 e até 400 empregados, o reajuste seria de 4,54%, com o piso passando para R$ 759,00; nas empresas que têm entre 400 e 1000 empregados, o piso seria de R$ 816,20 (neste caso, o reajuste é de 4,5%) e para as empresas com mais de 1000 empregados, o reajuste de 4,54% elevaria o piso para R$ 1.012,00.
Falta de reconhecimento
Para o presidente do Sindicato, os números apresentados pela Fiemg nesta primeira rodada de negociação, como forma de justificar esta proposta insuficiente, não estão em sintonia com o momento vivido pelo mercado, que  está em franca recuperação.
“O percentual não faz jus ao esforço e empenho dos trabalhadores, tampouco aos números que apontam para a retomada do crescimento da indústria mineira e do país neste segundo semestre”, avalia João Alves.
O dirigente sindical acrescenta que as propostas da Fiemg não elevam os salários e nem mesmo os pisos a patamares que possam ser considerados “dignos e justos para os metalúrgicos, sobretudo tendo em vista a qualidade e a importância que o trabalho da categoria representa para a geração da riqueza e o crescimento do país”.
Aumentar a mobilização
O presidente do Sindicato diz que a atitude do governo federal, de continuar a diminuir gradativamente a taxa de juros, e, sobretudo, os incentivos dados às montadoras, que acabam de novamente ser beneficiadas com a prorrogação, até 31 de outubro, da diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para aquisição de veículos novos, mostram que os empresários precisam dar uma contrapartida aos esforços feitos pelos metalúrgicos.
“O que temos assistido, particularmente no parque automotivo de Betim e Região, é que os metalúrgicos estão sendo submetidos a um prolongamento excessivo da jornada de trabalho nas fábricas, o que mostra que, de fato, a indústria já se recuperou e que, desta forma, pode abrir mais vagas de trabalho nas fábricas. Esta é a contrapartida que os trabalhadores exigem”, ressalta.
“Entretanto, como esta é a primeira reunião, acreditamos na capacidade de mobilização dos metalúrgicos. Unidos aos sindicatos, vamos prosseguir na luta para conquistar nossas reivindicações e coroar com êxito nossa campanha salarial”, completa.
O que querem os metalúrgicos
A pauta de reivindicações dos metalúrgicos, entregue à patronal no dia 31 de julho, prevê reajuste de 12% nos salários – percentual que inclui aumento real de reposição da inflação (a estimativa é de que o índice de 1º de outubro de 2011 a 30 de setembro de 2012 fique próximo de 5%) – valorização do piso salarial, abono com valor equivalente a um salário nominal e redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem diminuição dos salários.
Vale ressaltar que, este ano, apenas serão negociadas as cláusulas econômicas, já que as sociais foram acertadas no ano passado e têm validade por dois anos.
A próxima reunião de negociação entre os representantes dos metalúrgicos e a Fiemg está marcada para o dia 11 de setembro.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região.

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