1 de out. de 2015

Criminalização dos movimentos sociais faz mais uma vítima em Minas

Cartaz e manifestações pressionaram para liberação do trabalhador

Mais um claro exemplo de criminalização dos movimentos sociais aconteceu em Minas Gerais, dessa vez na cidade de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. O diretor de formação e cultura do Sindieletro e membro do Movimento de Luta nos Bairros, Vlias e Favelas (MLB), Jobert Fernando de Paula ficou preso arbitrariamente durante três dias. A prisão política ocorreu no último dia 25/09, após voz de prisão do delegado sob acusação de fazer ligação clandestina de energia em uma ocupação.  

A CTB-MG avalia o caso como mais um ato de arbitrariedade contra movimentos que defendem ações populares. A luta pelo direito à moradia não pode ser criminalizada no Brasil. A CTB-MG se solidariza com Jorbet e o MLB, engrossa o coro para que a apuração dos fatos e punição dos responsáveis pela prisão ilegal de um trabalhador.     

Segundo nota divulgada pelo Sindieletro, ao deixar a prisão, Jobert fez o seguinte relato: “Fui preso sem que fosse apresentada nenhuma prova material contra mim. Mesmo eu sendo réu primário e nunca tendo tido uma única passagem pela polícia, o delegado me negou fiança e disse na minha cara que queria que eu delatasse quem colocou fogo nos carros do pátio do Detran. Ameaçou que se eu não dissesse isso, ele me acusaria de outras coisas, mas que de lá eu não sairia. Me acusou, também, de ter feito uma ligação clandestina na rede da Cemig (ligação que existe há muitos anos na região e que é de conhecimento da própria Cemig) e ainda qualificou o furto de energia para que me fosse negada a fiança. Disse ainda que se eu dissesse quem colocou fogo ou assumisse o incêndio, que ele me livraria ou aliviaria as acusações do gato”.

O abuso policial foi revertido no caso do companheiro Jobert, mas em um clima de perseguição aos movimentos sociais, fica sempre a pergunta: quem será o próximo? 

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