1 de mar. de 2011

Trabalhadores tentam recuperar o Sindisaúde de Uberaba

As eleições sindicais no dia 15 de fevereiro foram o dia em que a base do Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais e Casas de Saúde de Uberaba (Sindisaúde) fizeram uma intervenção para retirar a entidade de um estado delicado. O esgotamento está ligado à ausência de renovação na última década. A eleição contou com chapa única, mas de oposição.

A nova diretoria tem como principal desafio reverter o quadro de acordos salariais pouco interessantes, além de um sindicato em descrédito, com dificuldades para realizar até mesmo assembleias ordinárias. A plataforma eleitoral da oposição prometeu  mudança de postura. “Queremos conscientizar o trabalhador. De um modo geral, eles têm medo da ditadura do empregador. Queremos mudar essa mentalidade e trazer o pessoal para nos apoiar”, declarou Artur Caetano de Souza, que compõe a nova diretoria.

O Sindisaúde representa uma base de aproximadamente de 3 mil trabalhadores. Apenas 43 dos 74 sindicalizados em condições de votar compareceram às urnas.  A chapa de oposição teve 42 votos. O diretor Artur Caetano de Souza acredita que, para reverter esse quadro, deverão ocorrer investimentos em formação sindical. “Vamos precisar de boas armas e argumentos para cativar a base novamente, e fazer que eles voltem a acreditar no Sindicato e dar uma oportunidade para gente”, completa.

A atual diretoria foi empossada no mesmo dia da votação. O processo foi tutelado pela Justiça. O edital para o processo de escolha dos dirigentes não foi publicado em tempo hábil. Segundo Artur Caetano de Souza, as gestões mais recentes foram referendadas em assembleias - sem que houvesse voto direto e secreto - situação criada pelo modelo de estatuto do Sindisaúde. 

O diretor da CTB Minas no Trângulo Mineiro, Marcos Gennari, e o sociólogo Leonardo Costa acompanham de perto esse processo de renovação. “Nossa expectativa é de que a classe trabalhadora tenha a perspectiva de recuperar direitos violados ao longo desses anos, além da possibilidade de avançar na organização”, explica Gennari. Segundo ele, foi realizado um trabalho de solidariedade com outros  sindicatos do Triângulo Mineiro, que compareceram no dia da eleição, visando legitimar esse processo de retomada.

Redação Verônica Pimenta/Jornalista CTB Minas.

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