31 de mar. de 2015

Encontro de mulheres discute participação feminina nas tomadas de decisão

 
 
A CTB-Minas promoveu na última sexta-feira (27) o III Encontro Estadual de Mulheres que aconteceu no sítio da Fetaemg com participação de entidades sindicais e sociais de Minas Gerais. Na abertura do Encontro, o presidente da CTB-MG, Marcelino da Rocha juntamente com a secretária de Mulheres Alaíde Bagetto, saudaram as mulheres e os homens presentes no evento. Ao fazer a análise de conjuntura, especialmente no mês de março, Marcelino enfatizou a gravidade dos ataques sofridos por uma mulher que ocupa o posto de presidenta da República pela primeira vez no Brasil. Destacou também a importância de barrar esse preconceito promovido pela direita do país.
Ivânia Pereira, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CTB, falou sobre a necessidade das mulheres entenderem a opressão social a que são submetidas e citou a frase de Harriet Tubaman –mulher negra que rompeu barreiras e liderou o exército abolicionista na luta contra a escravidão nos Estados Unidos – “Libertei milhares de escravos, mas poderia ter libertado outros milhares se eles simplesmente soubessem que eram escravos”. Ivânia participou da mesa “Mulher e o mundo de Trabalho”.
Com dados que revelam a situação da mulher brasileira na sociedade, Ivânia Pereira discutiu a origem da opressão feminina e os desafios para autonomia da mulher. Entre os pontos destacados, a dirigente da CTB salientou a necessidade de paridade na participação da mulher nos espaços de decisão política, como o Congresso Nacional, partidos e sindicatos, e a garantia de acesso e permanência da mulher no mercado de trabalho, envolvendo nos acordos coletivos itens emancipadores da mulher, como direito à creche e prevenção à saúde.
As estatísticas apresentadas por Ivânia Pereira são ainda preocupantes. Apesar de ser maioria na população e ter índices mais elevados de estudos, as mulheres enfrentam dificuldades em ocupar cargos importantes e ganham menos quando exercem a mesma função que o homem.  
A imposição das tarefas domesticas à mulher também foi abordada pela representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Renata Rosa, que participou da mesa Mais Mulheres na Política. Renata afirmou que as mulheres, mesmo inseridas no mercado de trabalho, são direcionadas para profissões que refletem o cuidado. As mulheres são maioria em profissões como professora, enfermeira e assistente social. Na política, Renata também destaca esta segmentação. Para ela,  os cargos destinados à mulher em sua maioria estão relacionadas a própria pasta da mulher, ou de políticas para minoria. Poucas vezes ocupam secretarias e ministérios que representam o poder central de decisão.
“Temos que recignificar a nossa prática política enquanto mulheres e homens militantes. O que temos feito em nosso cotidiano para mudar essa situação? Qual poder nós falamos quando pedimos mais participação da mulher? Por que continuamos reforçando padrões machistas?”- refletiu Renata.      
Ao final as(os) participantes apresentaram contribuições e encaminhamentos para ações da CTB-Minas. Entre elas, a realização de curso de formação específico para o tema da mulher. E, também, ampliar e garantir a participação das mulheres nos órgãos de decisão dos partidos, sindicatos, federações e demais entidades, no sentido de possibilitar de fato, que, nas próximas eleições, mais mulheres estejam preparadas para ingressar na política.













Fotos: Simone Sterlina.
 

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