Por: Verônica Pimenta
Jornalista/CTB Minas
Alguns prefeitos em Minas Gerais dizem que o reajuste do salário mínimo é o culpado pelo atraso de obras e redução de investimentos. Na hora de apelar para a opinião pública, eles justificam até mesmo o adiamento de obras escolares.
Outra suposta explicação para a readequação de investimentos seria a diminuição de repasses para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Veja matéria: www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/noticias/politica/prefeito-adia-obras-para-pagar-minimo-de-r-510-1.65274.
A fala desses prefeitos é um contra-senso e sataniza uma importante vitória dos trabalhadores: a política de valorização do salário mínimo, prevista para acontecer até o ano de 2023.
Conforme Nota Técnica 86/2009 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o mínimo de R$ 510 dá o maior poder de compra das cestas básicas da série histórica iniciada em 1979.
A CTB em Minas Gerais discorda da avaliação dos prefeitos. “O reajuste salarial significa crescimento, mais consumo e emprego, além de reduzir a pobreza nos municípios”, como avaliou Gelson Alves, secretário de comunicação e imprensa (à esquerda).
O diretor da CTB acredita que não há desculpas para os prefeitos, pois a projeção dos impactos do reajuste é feita com antecedência. “Os investimentos em saúde e educação também costumam ter recursos específicos”, destacou.
Servidores de Uberaba estão na expectativa
A tendência dos prefeitos é conceder gratificações, ao invés de reajustes de fato. Eles têm como escudo a Súmulas Vinculantes 15 e 16, aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2009.
De acordo as Súmulas, o total recebido pelos servidores não pode ser inferior ao salário mínimo, mas poderia ser completado com benefícios, que na prática não contam como salário formal.
Em negociação no dia 15/01, o Sindicato dos Servidores Municipais propôs a Adauto a concessão de um abono de R$ 45, o que resolveria paliativamente a situação até a data-base, no mês de maio.
Em contrapartida, os benefícios já conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras deveriam ser preservados. A prefeitura de Uberaba prometeu uma contraproposta até a próxima quarta-feira (20/01).
Em contrapartida, os benefícios já conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras deveriam ser preservados. A prefeitura de Uberaba prometeu uma contraproposta até a próxima quarta-feira (20/01).
Marcelo Campos (esquerda) e outros companheiros em Brasília
O cenário não é de grandes expectativas. Marcelo Campos resume a situação: “O trabalhador tem que ser mais unido e organizado. Só assim haverá melhorias”.
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