A nova ministra da
Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, quer ampliar a
licença-maternidade para seis meses obrigatórios e abrir o debate sobre a
ampliação da licença-paternidade no Brasil. Segundo a ministra, ampliação desse
direito será uma de suas bandeiras no governo.
Pela lei, a licença-maternidade
é de quatro meses, com a possibilidade de mais dois - o que cada empresa pode
ou não adotar. Segundo a ministra, apenas uma em cada três empresas cumpre essa
política. “Será um dos pontos que vou defender em meu ministério”, disse.
Atualmente, 148 municípios
de 22 Estados aplicam a licença-maternidade de seis meses. As estimativas são
de que cerca de 10 mil empresas no País também aderiram aos seis meses de
licença facultativa.
Em 2010, o Senado aprovou a
obrigatoriedade da licença-maternidade de seis meses para todos os setores. Mas
o projeto está parado desde então na Câmara dos Deputados, que calculou o
quanto essa ampliação custaria aos cofres públicos.
Em 2010, por exemplo, a
estimativa era de que R$ 1,6 bilhão extras teriam de ser gastos pela
Previdência Social para arcar com esses dois meses a mais. Mas o valor não
chega a 1% dos gastos da Previdência. Para os defensores da ideia, a licença ajudará
principalmente as mães mais pobres, que não têm como pagar creche.
Para a Organização Mundial
da Saúde (OMS), a ampliação é ideal para a amamentação e evita doenças e mortes
prematuras. Mas o objetivo da nova ministra vai além da licença-maternidade.
Para ela, chegou o momento de o Brasil “debater seriamente” um maior período de
licença também para os pais.
Hoje, esse direito se limita
a oito dias. “É fundamental a participação masculina desde a primeira hora da gestação”,
disse. “A maternidade não é só biológica da mulher. O homem tem de ser
afetivamente responsável”.
Nos países escandinavos, o
período de licença após o nascimento de um bebê é administrado pelos pais, com
a possibilidade de que o homem ou a mulher dividam os meses que têm direito.
Críticos alertam que, apesar dessa flexibilidade, quem acaba invariavelmente
ficando em casa são as mulheres.
No caso do Brasil, Eleonora
prefere não predeterminar qual deveria ser o período de licença-paternidade.
“Os homens precisarão se organizar para reivindicar isso”, declarou.
Fonte: Jornal Estado de São
Paulo.
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