Disputa
por terra ou vingança. Essas são as prováveis causas do assassinato de três
integrantes do Movimento para Libertação dos Sem Terra (MLST), ocorrido no sábado,
24, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Uma criança de 5 anos é a única
sobrevivente do crime.
A
Polícia Civil já tem os suspeitos dos assassinatos. De acordo com informações
da delegacia de Uberlândia, os suspeitos ainda não foram presos, mas as pistas
seguem avançadas.
Os
policiais não deram detalhes sobre o andamento das investigações, mas descartam
a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte. Segundo a polícia, a linha
de investigação caminha para um acerto de contas ou rixas por conta da atuação
dos três no MLST.
O
grupo deixava o assentamento, na área da Fazenda São José dos Cravos, e seguia
para Uberlândia, quando o veículo foi interceptado na estrada do Campo Florido
(MGC-455), no distrito de Miraporanga, a 40 quilômetros do
destino.
De
acordo com a Polícia Militar, foram mortos Valdir Dias Ferreira, de 39 anos,
Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48. A criança que sobreviveu
ao atentado é neta do casal Clestina e Milton.
Segundo
o tenente-coronel Sandro Heleno Leite, comandante do 32º Batalhão da PM de
Uberlândia, a criança foi encontrada próximo ao carro e estava muito assustada.
Ela pode ser a única testemunha do triplo homicídio.
“Uma
criança dessa idade não entende muito bem o que ocorreu, mas nos contou tudo o
que sabia e o que viu. Uma guarnição do Corpo de Bombeiros a acompanhou de
volta ao acampamento e a entregou para a mãe, que ainda está acampada em
Prata”, disse o militar.
Com
base no que ouviram da criança, os policiais acreditam que o carro dos
trabalhadores rurais foi fechado por um veículo cinza e parou no meio da
estrada. Valdir e Milton desceram do veículo para saber de que se tratava,
quando os ocupantes do outro carro desceram atirando e os atingiram na cabeça.
Ainda de acordo com informações da polícia, Clestina não teve tempo de abrir a
porta do carro e fugir, sendo alvejada com vários disparos antes disso.
A
PM informou que a criança não conhece os assassinos e não sabe se ela seria
capaz de fazer o reconhecimento de suspeitos. O Triângulo Mineiro é repleto de
fazendas e áreas agrícolas invadidas, mas segundo o comandante do 32º Batalhão,
não há clima de enfrentamento entre fazendeiros e invasores. “Geralmente, essas
questões são resolvidas na Justiça. Não há registros de confrontos violentos
entre eles”, afirmou o tenente-coronel Sandro Leite.
Dentro
da bolsa de Clestina havia R$ 1,6 mil, o que praticamente descarta a hipótese
de latrocínio. Vários cartões de crédito foram encontrados espalhados no chão,
ao lado do carro. A polícia ainda não sabe se a criança sobreviveu por não ter
sido vista ou se ela foi poupada pelos atiradores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário