A
proposta apresentada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(Fiemg) nesta quinta-feira (30), na primeira reunião de negociação da Campanha
Salarial Unificada dos Metalúrgicos, está longe de contemplar os interesses e
valorizar os trabalhadores da categoria.
A afirmação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida, que esteve presente à negociação, ao lado de representantes das entidades que integram a campanha unificada: Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT Metal), Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (Femetal MG) e Federação Estadual dos Metalúrgicos/MG (FEM), que, juntas, representam cerca de 250 mil metalúrgicos em todo o Estado.
A afirmação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves de Almeida, que esteve presente à negociação, ao lado de representantes das entidades que integram a campanha unificada: Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FIT Metal), Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas (Femetal MG) e Federação Estadual dos Metalúrgicos/MG (FEM), que, juntas, representam cerca de 250 mil metalúrgicos em todo o Estado.
Nesta primeira reunião, a Fiemg propôs um reajuste de 4% para empresas que tenham até 50 trabalhadores, percentual que seria aplicado até os salários de R$ 5.400,00 – acima deste valor, seria pago um valor fixo de R$ 216,00. Já nas empresas que tenham mais de 50 empregados, a proposta da patronal é de um reajuste de 4,5%, limitado a salários de até R$ 5.400,00 , com valor fixo de R$ 243,00.
Piso salarial
Em relação ao piso salarial,
a patronal oferece percentuais diferenciados. Nas empresas com até 10
empregados, o reajuste de 4,45% elevaria o salário de ingresso para R$ 721,60;
nas fábricas que tenham mais de 10 e até 400 empregados, o reajuste seria de
4,54%, com o piso passando para R$ 759,00; nas empresas que têm entre 400 e
1000 empregados, o piso seria de R$ 816,20 (neste caso, o reajuste é de 4,5%) e
para as empresas com mais de 1000 empregados, o reajuste de 4,54% elevaria o
piso para R$ 1.012,00.
Falta de reconhecimento
Para o presidente do
Sindicato, os números apresentados pela Fiemg nesta primeira rodada de
negociação, como forma de justificar esta proposta insuficiente, não estão em
sintonia com o momento vivido pelo mercado, que
está em franca recuperação.
“O percentual não faz jus ao
esforço e empenho dos trabalhadores, tampouco aos números que apontam para a
retomada do crescimento da indústria mineira e do país neste segundo semestre”,
avalia João Alves.
O dirigente sindical acrescenta
que as propostas da Fiemg não elevam os salários e nem mesmo os pisos a
patamares que possam ser considerados “dignos e justos para os metalúrgicos,
sobretudo tendo em vista a qualidade e a importância que o trabalho da
categoria representa para a geração da riqueza e o crescimento do país”.
Aumentar a mobilização
O presidente do Sindicato
diz que a atitude do governo federal, de continuar a diminuir gradativamente a
taxa de juros, e, sobretudo, os incentivos dados às montadoras, que acabam de
novamente ser beneficiadas com a prorrogação, até 31 de outubro, da diminuição
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para aquisição de veículos
novos, mostram que os empresários precisam dar uma contrapartida aos esforços
feitos pelos metalúrgicos.
“O que temos assistido,
particularmente no parque automotivo de Betim e Região, é que os metalúrgicos
estão sendo submetidos a um prolongamento excessivo da jornada de trabalho nas
fábricas, o que mostra que, de fato, a indústria já se recuperou e que, desta
forma, pode abrir mais vagas de trabalho nas fábricas. Esta é a contrapartida
que os trabalhadores exigem”, ressalta.
“Entretanto, como esta é a
primeira reunião, acreditamos na capacidade de mobilização dos metalúrgicos.
Unidos aos sindicatos, vamos prosseguir na luta para conquistar nossas
reivindicações e coroar com êxito nossa campanha salarial”, completa.
O que querem os metalúrgicos
A pauta de reivindicações
dos metalúrgicos, entregue à patronal no dia 31 de julho, prevê reajuste de 12%
nos salários – percentual que inclui aumento real de reposição da inflação (a
estimativa é de que o índice de 1º de outubro de 2011 a 30 de setembro de
2012 fique próximo de 5%) – valorização do piso salarial, abono com valor
equivalente a um salário nominal e redução da jornada de trabalho de 44 horas
para 40 horas semanais, sem diminuição dos salários.
Vale ressaltar que, este
ano, apenas serão negociadas as cláusulas econômicas, já que as sociais foram
acertadas no ano passado e têm validade por dois anos.
A próxima reunião de
negociação entre os representantes dos metalúrgicos e a Fiemg está marcada para
o dia 11 de setembro.
Fonte: Sindicato dos
Metalúrgicos de Betim e Região.
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