A União Brasileira de Mulheres (UBM) realizou uma manifestação na última
segunda-feira (19), na entrada do Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH), para pedir justiça no julgamento do goleiro do Bruno
Fernandes, acusado do assassinato da modelo Eliza Samudio.
O julgamento do atleta do
Flamengo e de outros réus envolvidos no sequestro, cárcere privado e
desaparecimento da modelo, que queria o reconhecimento do filho que teve com
Bruno, teve início pela manhã e deverá durar cerca duas semanas.
A manifestação também contou
com a presença da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), presidente da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga a violência
contra a mulher no País; de representantes da Secretaria de Políticas para as
Mulheres e da bancada feminina do Congresso.
As manifestantes carregavam cruzes
com nomes de vítimas da violência de gênero que, de acordo com a presidente da
CPMI, “tem aumentado assustadoramente no País, a despeito de uma das
legislações mais avançados do mundo, que é a Lei Maria da Penha”. “É preciso
dar um basta nesta selvageria que vitima não só as mulheres, mas seus filhos, a
sociedade como um todo”, disse Jô Moraes.
Durante o ato público, foi distribuído
um manifesto contra a escalada da violência de gênero e todas as formas de
violação dos direitos humanos. “A violência contra a mulher expressa relações
sociais de poder bastante desiguais, que tornam esse grupo populacional mais
vulnerável. (...). Não só as mulheres de
Contagem, mas de toda Minas Gerais estão vigilantes na cobrança de um
julgamento responsável no caso Eliza Samudio”, diz o documento.
Para Jô Moraes, é preciso
dar um basta nesta selvageria que vitima não só as mulheres, mas seus filhos, a
sociedade como um todo. “É preciso punir com rigor, exemplarmente, os
agressores, os assassinos. Só assim poderemos retomar o caminho da cultura de
paz, de harmonia”.
Impunidade
A presidente da União
Brasileira de Mulheres (UBM) de Contagem, Diomara Dâmaso, também cobrou justiça.
“A sociedade está cansada de tanta impunidade. É isso que alimenta a violência
contra as mulheres. Os agressores têm de saber que serão punidos, que a
agressividade deles terá consequência. Não passa um só dia sem que uma mulher
seja espancada ou assassinada. Esse caso do goleiro Bruno é emblemático, tem de
servir de exemplo para não se repita”, afirmou.
A coordenadora da bancada
feminina no Congresso, deputada Janete Pietá (PT-SP) reiterou a importância do
julgamento do goleiro no combate à impunidade dos crimes contra mulheres.
“Estamos aqui para demonstrar nossa vontade de que este crime tenha um
julgamento exemplar. E que os culpados sejam penalizados com rigor. As leis
existentes sobre violência contra a mulher já são suficientemente completas,
amplas, o que precisamos é que sejam cumpridas”.
Nos últimos 30 anos, mais de
92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, sendo 43,7 mil somente na última
década. Em Minas Gerais, em apenas 20 dias de agosto passado, oito mulheres
foram assassinadas: seis delas esfaqueadas, uma estrangulada e outra queimada.
Fonte: Portal Vermelho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário