O ex-presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta segunda-feira (15), no
Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o título de cidadão
honorário do Estado.
A Reunião Especial contou
com a presença de cerca de 650 pessoas, entre autoridades das esferas federal,
estadual e municipal de governo, prefeitos e vereadores do interior de Minas, militantes
e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outros partidos da base
do governo Dilma Rousseff.
A cerimônia contou, ainda,
com a participação de músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que executaram
o Hino Nacional, e dos Dragões da Inconfidência, guarda de honra da Polícia
Militar.
O deputado Rogério Correia
(PT), autor do requerimento para a homenagem, concedida ainda em 2011, mas só
agora formalizada, classificou Lula como “eterno presidente da República”.
Ele lembrou os principais
momentos da trajetória pessoal e política de Lula, destacando a importância da
homenagem. “Minas Gerais reconhece agora o papel histórico desse brasileiro.
Com esse título de cidadão honorário, ele se torna representante de todo o povo
mineiro”, afirmou.
O presidente da Assembleia, Dinis
Pinheiro, parabenizou Lula pela homenagem e lembrou que ele é figura central no
grande processo de transformação histórica que o Brasil vem sofrendo desde o
século XX.
“Lula foi o primeiro
operário eleito para a presidência da República e agora é nosso conterrâneo.
Ele é personagem da grande virada democrática que teve vez na América do Sul,
fruto de muitas lutas que sacrificaram toda uma nova geração política. Nesse
mesmo contexto, Dilma Rousseff foi a primeira mulher eleita presidente do
País”, apontou o presidente.
Carinho e respeito por Minas
Em seu pronunciamento, Lula lembrou
da sua passagem por Minas Gerais, em julho de 1979, para apoiar a paralisação
dos trabalhadores da construção civil, movimento que ficou nacionalmente
conhecido como a “Greve dos Pedreiros”.
Sempre com referências ao
futebol, como fazia quando era presidente, Lula lembrou que os trabalhadores
realizavam suas assembleias no antigo estádio do Atlético, perto da Assembleia,
onde hoje é um shopping. A mobilização foi duramente reprimida, resultando na
morte de um trabalhador de 24 anos, e representou, segundo Lula, uma virada
histórica na mobilização dos trabalhadores, que começou em Minas.
“Se tenho tanto carinho e
respeito por Minas é porque os mineiros têm muito carinho e respeito por mim.
Entre nós, desde aquela época, criou-se uma profunda identidade, formada no
mesmo compromisso de vida com a dignidade e a justiça. Não existe uma única
região de Minas que eu não conheça profundamente e admire”, afirmou.
Entre as várias referências
ao Estado, o ex-presidente citou, por exemplo, Araçuaí (Vale do Jequitinhonha),
pratos da culinária mineira e os três principais times de futebol do Estado,
além do seu vice-presidente, o mineiro José Alencar, já falecido.
Lula lembrou ainda que a
presidente Dilma Rousseff é mineira, fazendo outras referências a
personalidades mineiras, muitas já falecidas. Até Pelé foi citado. “Muitos se
esquecem de que Pelé é mineiro de Três Corações”, apontou.
“Tenho orgulho de ter feito
muito por Minas. Tenho certeza de que a presidente Dilma já fez e vai fazer
muito mais. Por isso, o título de cidadão mineiro é daquelas homenagens que dão
sentido à nossa vida. Mas antes de receber esse título, eu já me sentia em casa
em Minas Gerais. Sempre me senti mineiro de alma e de coração”, completou Lula,
que ganhou de presente dos deputados estaduais as camisas do Atlético, do
Cruzeiro e do América.
Do sertão do Nordeste à presidência da República
Luiz Inácio Lula da Silva
nasceu em 27 de outubro de 1945, em Garanhuns (PE). Aos sete anos, mudou-se,
junto com a família, para o Guarujá (SP). Desde cedo começou a trabalhar, desempenhando
atividades como de engraxate, ajudante de tintureiro e office boy.
Após se formar em tornearia
mecânica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), começou sua
carreira nas Indústrias Villares, no ABC Paulista. Em 1975, foi eleito presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, sendo reeleito em
1978.
Em 10 de fevereiro de 1980,
ajudou a fundar o PT, que representava os movimentos sindicais, as comunidades
eclesiais de base da igreja católica, os grupos de esquerda e os intelectuais. Em
1986, foi eleito deputado federal e teve o maior número de votos do País.
Após três tentativas, Lula
foi eleito presidente da República para o período de 2003 a 2006 e reeleito para
o segundo mandato, de 2007 a
2010. Seu segundo mandato foi encerrado com 87% de aprovação, um dos mais altos
índices já apurados no Brasil. Desde fevereiro de 2011, é presidente honorário
do PT.
Fonte: ALMG.
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