Em assembleia realizada na
sede do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), no dia 13, a categoria rejeitou a
proposta de reajuste salarial apresentada pelo Sindicato
das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) e decidiu realizar uma
nova assembleia, com paralisação, no próximo dia 24, às 10 horas, no auditório
da Associação Médica de Minas Gerais (Av. João Pinheiro, nº 161, Centro, Belo
Horizonte).
A proposta dos patrões,
considerada absurda, deixou os professores indignados. A patronal ofereceu um reajuste
salarial de 6%, abaixo do índice acumulado do INPC, que foi de 7,22%, enquanto
a reivindicação dos professores é um reajuste de 13,42%.
O Sinep/MG também propõe a
criação de pisos diferenciados para a educação infantil e convocação desses
professores para quatro horas de reunião sem remuneração, precarizando ainda
mais esse segmento. Além disso, quer a mudança na cláusula de garantia de
salário de 1º de fevereiro para 1º de março e retirada das bolsas de
professores que tenham filhos na educação infantil (0-3 anos).
“A proposta patronal incita
a categoria a tomar decisões duras como a paralisação, pois a retirada de
direitos significa uma afronta aos professores e um desrespeito aos quase três
meses que estamos tentando negociar propostas concretas de valorização da
categoria e de melhoria na educação”, afirmou o professor Gilson Reis,
presidente do Sinpro Minas.
A professora Maria das
Graças de Oliveira, diretora do Sinpro Minas, avaliou que a proposta de
retirada de direitos como bolsas de estudo, como quer o patronal, será recebida
como uma bomba pelos professores. “Há cada vez mais cobranças no nosso trabalho
e, ao invés de valorização, ainda querem retirar direitos”, disse, indignada. O
professor José Carlos Arêas, também diretor do Sinpro, lembrou que “os direitos
só são garantidos com mobilização”.
A assembleia contou com a
participação de professores aposentados, como Manoel Paulo de Oliveira, que conclamou os
demais a levarem mais colegas para a próxima assembleia. “Eu podia estar
tranquilo em casa, mas a minha vida é de luta”, disse.
Um professor universitário
presente na assembleia também manifestou sua insatisfação com proposta do
patronal e com a falta de valorização dos professores do ensino infantil. “Eu,
como pai de filhos menores, fico preocupado em deixar os meus filhos com um
professor que ganha pouco mais de R$ 8,00 por hora”, afirmou.
Principais pontos da pauta de reivindicações do
Sinpro Minas
- Reajuste salarial de
13,42% (INPC acumulado de 7,22% + variação do PIB de 2,7% + ganho real de 3%);
- Equiparação dos pisos
do ensino infantil ao do ensino médio;
- Seguro de vida;
- Regulamentação da
educação à distância;
- Equiparação do
adicional extraclasse de 20%, previsto na CCT, ao percentual de 30% pago por
atividades extraclasse, dentro do Piso Salarial Profissional Nacional (piso do
Magistério);
- Manutenção das
conquistas já asseguradas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Proposta patronal
- Reajuste de 6%,
abaixo da inflação (7,22%);
- Criação de pisos
diferenciados para a educação infantil: 0 a 2 anos, reajuste de 6%; 2 a 3 anos, reajuste de 11% (6%
+ 5% a mais); e a partir de 3 anos, reajuste de 6%;
- Convocação de
professores da educação infantil para 4 horas de reunião por mês, sem
remuneração;
- Mudança na cláusula
da garantia de salário de 1º de fevereiro para 1º de março;
- Retirada de bolsas de
professores que tenham filhos na educação infantil (0-3 anos).
Fonte: Sinpro Minas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário