O secretário de Política
Sindical e Relações Institucionais da CTB, Joílson Cardoso, acusou nesta
quinta-feira (9), durante seminário em Brasília, o empresariado brasileiro, o
governo (nos níveis municipal, estadual e federal) e o Judiciário do país de
contribuírem para as práticas antissindicais que afetam milhões de
trabalhadores e trabalhadoras anualmente.
As declarações foram dadas
durante a participação do dirigente no seminário “A Democratização do Estado e
a Participação dos Atores Sociais – Práticas Antissindicais e Regulamentação da
Convenção 151 da OIT”, evento que irá se estender até esta sexta-feira (10).
Joílson Cardoso, que também é secretário Sindical do PSB, representou, além da
CTB, as outras centrais sindicais reconhecidas pelo governo federal (CUT, FS,
UGT e NCST) e o Comando Nacional de Práticas Antissindicais.
O dirigente cetebista compôs
a primeira mesa de debates ao lado de Sylvia Lorena, (representante da Bancada
dos Empregadores), Luís Antonio Camargo de Melo (procurador Geral do Trabalho),
Manoel Messias Melo (secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Trabalho), Renato Henry (presidente da Anamatra) e de Stanley Gacek (diretor
adjunto da OIT/Brasil). Em sua fala, Joílson Cardoso fez questão de se contrapor
à representante do patronato, que apresentou um discurso no qual negou a
existência de práticas antissindicais no país.
Ao contrário de Sylvia
Lorena (que sequer aguardou as demais falas e se retirou do plenário), Joílson
Cardoso fez questão de relembrar que as últimas décadas foram marcadas por
acontecimentos não lineares nessa seara. Ele citou o regime militar como
período no qual muitas lideranças sindicais foram cassadas, presas e até mesmo
assassinadas. Destacou também a década de 1990, auge do neoliberalismo no país,
quando a precarização no trabalho alcançou níveis nunca antes vistos.
“No entanto, temos que
reconhecer que a partir da eleição do ex-presidente Lula, em 2002, houve
avanços”, afirmou o dirigente, citando a política de valorização do salário
mínimo e a descriminalização dos movimentos sociais como políticas recentes que
merecem reconhecimento.
Problemas atuais
Apesar dos elogios, Joílson
Cardoso também citou algumas chagas históricas que perduram na sociedade
brasileira, como o entrave em relação à PEC do Trabalho Escravo – “que segue
parada por causa dos empresários” – e os atuais ataques sofridos pela PEC das Domésticas.
A discussão em torno da Convenção 158 da OIT (sobre rotatividade) e do PL 4330
(que escancara a terceirização) também foi abordada.
“Todas essas chagas se somam
às práticas antissindicais. Quem as pratica são os empresários, o governo (nos
três níveis) e também o Judiciário, por meio de ações como o interdito
proibitório, que inviabilizam economicamente as ações dos sindicatos”, afirmou,
sem deixar de expor também suas críticas ao Ministério Público do Trabalho.
“As práticas antissindicais
nada mais são do que impedir o direito de organização sindical, conforme
garante a Constituição. Elas culminam com a perseguição, a demissão e até mesmo
o assassinato de muitos trabalhadores”, destacou o dirigente cetebista.
Fonte: Portal CTB.
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