Os dirigentes dos partidos
de esquerda da base aliada do governo Dilma (PCdoB, PT, PSB e PDT) reuniram-se,
nesta sexta-feira (28), na sede do Comitê Central do PCdoB, em São Paulo, para
definir a estratégia diante da atual conjuntura política.
Em entrevista, Renato
Rabelo, presidente nacional do PCdoB, informou que a reunião inaugura a
reativação do encontro dos quatro partidos. “O principal resultado desta
reunião é a criação do Fórum Nacional em Defesa da Democracia e do Plebiscito.
Um espaço que foi debatido e construído pelos quatro partidos presentes”.
Na oportunidade, foi
consenso, entre os partidos, que será deflagrada uma campanha nacional pelo
plebiscito. Além disso, já está agendada nova reunião para a próxima
quarta-feira (3) em Brasília.
Questionado sobre qual o
caráter do fórum, o dirigente comunista pontuou que “o espaço terá caráter
consultivo, mais amplo. Está aberto a ouvir os demais partidos da base e as
lideranças nacionais dos movimentos sociais e sindical. Ou seja, será um espaço
de construção de uma ação comum entre as forças que compõem o fórum”.
Renato ainda frisou que a questão democrática é muito importante para os
partidos. “O país vive uma situação de ampla democracia e pela posição da
presidenta Dilma, dentro dos cinco pactos propostos por ela, um dos pactos mais
importantes e que se traduz no plano político é a proposta do plebiscito. E por
que é importante? Porque ouvir o povo significa ouvir as necessidades vividas
por ele”.
O presidente do PCdoB
explicou que no caso da reforma política, o Congresso sempre encontrou muita
dificuldade para pensar uma saída para esta questão. “Entendemos a consulta
pública como um espaço para que o povo possa se pronunciar sobre algumas
questões balizadoras, para usar um termo da presidenta Dilma. Destacando que o
plebiscito não é para entrar nos detalhes, mas sim para dar consistência ao
processo”, ressaltou.
O dirigente comunista
destacou ainda que o Fórum defende que a reforma política deve ter dois pontos
centrais: financiamento para as campanhas e o sistema de
representação. “Os partidos de esquerda concordam que a reforma política
deve implementar o financiamento exclusivamente público das campanhas. E sobre
o sistema de representação, os quatro partidos concordaram em defender o
proporcional com listas, que serão definidas pelos partidos de forma democrática”,
salientou.
Oposição teme a voz das ruas
Renato Rabelo destacou que
“a posição ouvida e lida nos meios de comunicação só reflete a posição da
oposição conservadora”. Ele esclarece que quem defende o referendo é,
justamente, estes setores e alerta: “O referendo significa ao povo aprovar uma
proposta de reforma política que será definida pelo Congresso, mas até hoje o
Congresso não conseguiu firmar uma proposta para está questão”.
O dirigente questiona: “Por
que não podemos ouvir a população para uma questão tão importante e que
interfere na vida de todos? Por que temer? Os partidos entendem que o povo
precisa ser ouvido e deve participar da construção desse espaço”, finalizou
Renato Rabelo.
Fonte: Portal Vermelho.
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