O secretário-geral da
Federação Sindical Mundial (FSM), George Mavrikos (foto), afirmou esta semana,
no plenário da 102ª Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
realizada em Genebra (Suíça), que a situação da classe trabalhadora está
piorando em todos os continentes.
Para o dirigente da FSM, entidade
à qual a CTB é filiada, é preciso que os sindicatos combativos em cada parte do
planeta saiam às ruas para se manifestar, no sentido de impedir que novos
ataques sejam desferidos contra a classe trabalhadora. Confira a íntegra do
discurso de Mavrikos:
“Senhoras e senhores, as
condições de vida e trabalho do povo trabalhador hoje são mais difíceis do que
durante a última conferência da OIT. Altíssimas taxas de desemprego, redução de
salários e pensões, privatizações em todos os setores economia, as políticas
criminosas dos empresários causam a falta de segurança nos locais de trabalho,
a violência estatal e a agressividade imperialista são predominantes.
É significativo que enquanto
a riqueza produzida aumenta e os mercados estão cheios de produtos de todo
tipo, bem como os lucros das multinacionais e da maioria dos empregadores
seguem sendo extremamente altos, os direitos dos trabalhadores são eliminados.
Essas são as características da profunda crise do sistema capitalista.
Ao mesmo tempo, isso mostra
que o capital está aproveitando a crise para aumentar seus lucros à custa das
massas populares. A situação da classe trabalhadora em todos os continentes
está piorando.
Em Bangladesh, as políticas
criminosas das multinacionais e os empresários locais seguem matando
trabalhadores; Na Turquia, a violência estatal e o ataque contra os
trabalhadores estão aumentando; na Costa Rica, as greves no setor público estão
proibidas; no Panamá, os trabalhadores do Canal não podem entrar em greve; o
Chile é um exemplo de muitos países que ainda estão violando os convênios
fundamentais ratificados há 14 anos.
No Cazaquistão, nos países
do Golfo e na Guatemala quase não existe a liberdade de associação. Na Colômbia,
os metalúrgicos e mineiros são atacados constantemente. Os trabalhadores da
multinacional Glencore estavam em greve durante 98 dias e a multinacional os
trata como delinquentes. A Michelin fecha fábricas em Cali e Chusacá. Mas, sem
ter em conta tudo isso, a OIT exclui a Colômbia da lista.
No Paraguai, dirigentes
camponeses são perseguidos, assim como nossos companheiros dirigentes do Moapa.
A classe trabalhadora europeia está sendo empurrada para a pobreza pelas
políticas aplicadas pela União Europeia e os governos a favor dos empresários.
Os trabalhadores e o povo da África vivem em condições extremamente ruins,
enquanto seus recursos naturais são roubados diariamente pelas multinacionais.
O direito de oito horas de
trabalho estável e seguro, o direito de negociação coletiva setorial e
nacional, o direito de greve, o direito à seguridade social e de pensões, o
direito à educação pública e à saúde se encontram no epicentro do ataque
lançado pelo FMI, Banco Mundial, União Europeia e pelos governos que os apoiam.
A Federação Sindical
Mundial, que representa atualmente 86 milhões de membros em 128 países não
deixará de defender esses direitos. Seguiremos organizando atividades
internacionais e jornadas de ação, seguiremos denunciando essas políticas em
nível mundial e continuaremos nos organizando para impedi-los, junto de nossos
filiados e amigos na linha de frente pelos direitos do povo trabalhador.
Lamentavelmente, o papel da
OIT e de seus escritórios regionais não está ajudando nessa direção. Ao contrário:
em vários continentes, como na América Central e no Oriente Médio, seguem uma
política de discriminação aos trabalhadores. Estão favorecendo outras partes.
Geram dificuldades e obstáculos para muitos sindicalistas.
Isso tem que parar. A função
dos escritórios regionais e da OIT é tratar a todos os trabalhadores e seus
representantes da mesma forma. Estamos pedindo que se detenham as
discriminações contra os amigos e filiados da FSM. Pedimos a representação
proporcional.
A Federação Sindical Mundial
continuará a chamar o movimento sindical internacional na luta conjunta contra
a exploração e a barbárie capitalista. Pelo segundo ano, em 3 de outubro de
2013 chamaremos todas as organizações sindicais a marchar militantemente com
manifestações, greves e outras atividades por direito à alimentação, água
potável, remédios, livros, moradia e outras necessidades atuais do povo.
Ao mesmo tempo, fazemos um
chamado a todos os sindicatos combativos e com espírito internacionalista e
solidário a estar ao lado do povo palestino em sua luta pela pátria
independente. Para defender o direito do povo da Líbia, do Iraque, Síria, Mali,
Venezuela, Honduras e Paraguai de defender por si mesmo seu presente e futuro,
sem a Otan ou os imperialistas. Também exigimos que se detenha o bloqueio dos
Estados Unidos e seus aliados contra o povo cubano.
Ao fazer uso da palavra aqui
na OIT, expresso mais uma vez o respeito e a apreciação da FSM em relação à
classe operária da Grécia, que, com sua luta classista resiste e mostra sua
desobediência no combate às políticas bárbaras e antipopulares.
Condenamos o governo da
Grécia, que demitiu inesperadamente e em uma só noite 2.260 trabalhadores da TV
e Rádio públicas do país, e com uma decisão ditatorial fechou a ambas. Os
trabalhadores e os dois milhões de desempregados na Grécia devem saber que não
estão sozinhos. Estamos a seu lado. Obrigado”.
Fonte: Portal CTB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário