Terminou sem qualquer acordo
nesta terça-feira (17), na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg),
mais uma rodada de negociações entre metalúrgicos e patrões na Campanha Salarial
Unificada dos Metalúrgicos de Minas.
Mas, se na mesa de
negociações, os patrões mantêm a postura de intransigência e descaso em relação
às reivindicações dos metalúrgicos, nas portarias das fábricas o tom da luta é
diferente, já que é crescente a pressão e mobilização dos trabalhadores.
Manifestação na Iochpe-Maxion
Prova disso é que na
madrugada desta terça-feira, nova manifestação foi realizada na portaria da
Iochpe Maxion, em Contagem.
Mais uma vez, numa cena que
tem se tornado comum nas portarias das empresas durante as campanhas salariais
dos metalúrgicos, a Maxion, além de já possuir segurança patrimonial armada,
contou com um forte aparato da Polícia Militar para impedir a manifestação e a
livre organização dos trabalhadores, que, no entanto, não se intimidaram e
permaneceram do lado de fora da fábrica para ouvir as mensagens de lideranças
dos sindicatos de metalúrgicos de Betim e Belo Horizonte/Contagem.
Vale lembrar que aparato
policial semelhante já havia sido visto na portaria da Magneti Marelli, em
Contagem, durante manifestação no último dia 12.
Denso Térmicos em “estado de greve”
Em Betim, a mobilização dos
trabalhadores também é gradativa. No último dia 10, por exemplo, em
manifestação na portaria da Denso Térmicos, metalúrgicos da fábrica decretaram
“Estado de Greve”, em repúdio à proposta apresentada pela Fiemg e também em
resposta ao descaso da empresa em negociar reivindicações específicas, tais
como convênio médico, cesta básica, transporte e alimentação – a mesma decisão
foi tomada pelos metalúrgicos da LM Came, em São Joaquim de Bicas, após
assembleia realizada pelo Sindicato, no último dia 12.
Para o vice-presidente do
Sindicato, Gleyson Borges, que é metalúrgico na Denso Térmicos, os
trabalhadores têm motivos de sobra para permanecerem mobilizados nesta Campanha
Salarial.
“O descaso das empresas em
relação às reivindicações dos trabalhadores e da própria Fiemg, que insiste em
nos empurrar ‘goela abaixo’ propostas como a de banco de horas com um ano de
duração e parcelamento de férias merece uma resposta à altura por parte dos
metalúrgicos. E o caminho para isso é intensificar a mobilização dentro das
fábricas e estar atento às orientações dos sindicatos”, acredita.
Campanha Salarial reúne 250 mil metalúrgicos no Estado
As manifestações que têm
sido realizadas nas portarias das fábricas em Betim e Contagem reforçam a
mobilização e unidade dos metalúrgicos frente à postura de intransigência da
Fiemg, que mantém suas propostas de não atender às reivindicações dos
trabalhadores da categoria, relativas a aumento de salários, piso salarial
decente, abono de um salário nominal, além de ameaçar com a implantação do
banco de horas e parcelamento de férias em até três períodos, dentre outros
absurdos.
Com data base em 1º de
outubro, os metalúrgicos de Minas estão em Campanha Salarial Unificada, que
reúne, ao todo, cerca de 250 mil trabalhadores da categoria em todo o estado,
representados por lideranças da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil (CTB), a qual nosso Sindicato é filiado, FEM/CUT, Femetal e Fitmetal.
Fonte: Departamento de Imprensa - Sindbet.
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