9 de abr. de 2014

Mais de 40 mil ocupam as ruas para pressionar o governo por avanços


8marcha passeata2
Fim do fator previdenciário, redução da jornada, Reforma Agrária, foram apenas algumas das bandeiras defendidas pelos trabalhadores na 8ª Marcha da Classe Trabalhadora na manhã desta quarta-feira (09), em São Paulo.
Cerca de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras, rurais e urbanos, de diversas categorias e estados tingiram com as cores das centrais sindicais (CTB, CUT, CGTB, NCST, FS e UGT) as ruas do centro da cidade e marcharam da Praça da Sé, até a Avenida Paulista, no Vão Livre do Masp.
“Essa Marcha mostra o descontentamento das centrais com o tratamento que vem sendo dado às reivindicações entregues ao Congresso Nacional e para presidenta Dilma Rousseff. Não é porque apoiamos esse governo que vamos deixar de cobrar, principalmente, durante as eleições”, defendeu Wagner Gomes, secretário-geral da CTB.
8marcha passeata
Em uníssono, os presidentes das centrais deixaram claro que na concepção do movimento sindical, a presidenta Dilma Rousseff, tem colocado os interesses dos trabalhadores em segundo plano, quando prioriza uma política econômica conservadora, em detrimento da pauta trabalhista.
“Desde a realização da Conclat, em junho de 2010, quando entregamos a Agenda da Classe Trabalhadora ao governo, temos insistido a todo instante que o governo acene com uma possibilidade de atender nossa pauta. Mas infelizmente, enquanto o mercado pressiona governo que adota a politica de elevação da taxa de juros, do cambio flutuante, os banqueiros vão acumulando mais riquezas, enquanto os trabalhadores vão se frustrando ao ver que sua pauta não é atendida”, ressaltou Araújo.
Segundo Adilson, os trabalhadores vão aproveitar a movimentação deste ano que recebe o campeonato mundial de futebol e ainda realiza as eleições presidenciais para entregar a pauta da classe trabalhadora aos candidatos à Presidência, inclusive para a presidenta Dilma Rousseff. Desta forma, as centrais sindicais pretendem pressionar o governo a dar prioridade às reivindicações trabalhistas. “O governo só tem a ganhar ao dirigir um olhar especial para a classe trabalhadora porque nós vamos lutar para evitar o retrocesso da tomada de poder pela direita e garantir a quarta vitória do povo brasileiro”.
Adilson denuncia que alguns dos grandes problemas da classe trabalhadora brasileira são a elevada rotatividade da mão de obra, o alto índice de doenças ocupacionais e em consequência o óbito. Neste sentido, uma das reivindicações é a ratificação da Convenção 158, que para ele é a forma mais eficaz de combater a rotatividade.
Opinião compartilhada Joílson Cardoso, vice-presidente da CTB. “Nessa Marcha está em jogo o desenvolvimento com valorização do trabalho e qualidade de vida para aquele que produzem, que são os trabalhadores”, afirmou.
Recado dos trabalhadores
Além de trabalhadores, a Marcha contou com a presença de parlamentares, como Assis Melo (PCdoB-RS). “Essa marcha serve para fazer o Congresso e o Governo ao ouvir os trabalhadores. Isso que leva ao avanço a pauta dos trabalhadores. Chamar a atenção do congresso e dar voz aos trabalhadores”, Assis Melo.
Para o deputado federal o mais importante da Marcha da Classe Trabalhadora é a união do movimento em defesa de pautas comuns. “A luta dos trabalhadores é importante, e só nas ruas nós avançamos em conquistas. Dessa forma nós conseguimos pressionar o Congresso para que dê ouvidos às reivindicações dos trabalhadores. Estamos lutando por bandeiras antigas, como a redução da jornada de trabalho, mas como ainda não foram atendidas vamos continuar lutando”, disse.
8marcha geral
Segundo Celina Arêas, secretária de formação da CTB, o mobilização serviu também para mostrar para a sociedade que os trabalhadores precisam conquistar mais direitos. “Vamos mostrar o governo que não vamos aceitar que projetos importantes da pauta trabalhista não fiquem parados no Congresso Nacional, como 10% educação, valorização das aposentadorias, fim do fator previdenciário, redução. Acreditamos que é possível conquista tudo isso, mas com muita pressão”, afirmou a sindicalista de bandeira em punho.
O ápice da mobilização aconteceu em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), onde presidente da CTB, pediu um minuto de aplausos de todos os manifestantes em homenagem aos trabalhadores que lutaram pela democracia durante a ditadura militar. “Temos que ressaltar a importância dos bravos guerrilheiros do Araguaia e de todos os sindicatos que lutaram muito para que hoje nós estivéssemos aqui fazendo esse grande ato e lutando por mais direitos.”
Objetivo atingido
Marcada pela presença da juventude, a marcha mostrou que os jovens trabalhadores estão tá comprometida com a luta por mais direitos. “A juventude marcou presença nesta atividade e mostrou que é possível conquistar mais direitos e empregos, já que o jovem é o que mais sofre com o desemprego”, salientou Victor Espinoza, secretário da Juventude da CTB.
Além de trabalhadores rurais, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra também marcou presença em defesa da Reforma Agrária.
“Os trabalhadores rurais vêm trazendo sua principal reivindicação que é a reforma agrária, que está paralisada no nosso país, e atualmente assenta cada vez menos famílias. Nós precisamos retomar isso dando um impulso para que todo esse projeto saia do papel, e junto com isso cada vez a valorização crescente da agricultura familiar, especialmente nesse ano, que é o ano da agricultura familiar”, destacou o cetebista Sergio de Miranda, secretário de Política Agrícola e Agrária.
Ao final da Marcha, no vão livre do Masp, com uma avaliação positiva sobre a mobilização, os sindicalistas sentiram que o objetivo foi atingido. Para a secretária de Imprensa e Comunicação a expectativa é colocar projetos importantes como a redução da jornada, fim do fator previdenciário, ainda no primeiro semestre de 2014.
Atingimos nosso objetivo de colocar mais de 40 mil trabalhadores nas ruas. Agora é tentar colocar nossa pauta em votação no Congresso Nacional e abrir o diálogo com a presidenta Dilma Rousseff, para que possamos ter ainda em 2014 respostas para nossas reivindicações”, afirmou Raimunda Gomes, secretária de Imprensa e Comunicação da CTB.
Para o presidente da CTB São Paulo, Onofre Gonçalves, a Marcha cumpriu o seu papel. “A marcha consagra todo o esforço de construção de unidade das centrais, que mais uma vez ganha as ruas e dão uma demonstração de força que abre uma perspectiva para que o governo busque o diálogo rumo ao entendimento na busca dos objetivos”, destacou o sindicalista.
Para o presidente estadual a realização da atividade foi acertada. “Fizemos uma ótima escolha por São Paulo, mas isso não exclui uma grande mobilização em Brasília, para mais uma vez pressionar o Congresso Nacional”, alertou.
Cinthia Ribas - Portal CTB

Nenhum comentário:

Postar um comentário