14 de mai. de 2014

Terceirizada fecha as portas e 12 mil pessoas perdem o emprego

Por não terem recebido o contracheque de abril, empregados da prestadora de serviços lotados no Ministério das Relações Exteriores fizeram protesto no Eixo Monumental  (Ed Alves/CB/D.A Press)
Por não terem recebido o contracheque de abril, empregados da prestadora de serviços lotados no Ministério das Relações Exteriores fizeram protesto no Eixo Monumental


Campeã de faturamento entre as empresas com contratos de terceirização de mão de obra na Esplanada, a PH Serviços fechará as portas por problemas de caixa. A decisão afetará os 12 mil empregados da prestadora que estão lotados no setor público, incluindo 44 órgãos do governo federal, entre ministérios, agências reguladoras, autarquias e fundações (veja quadro). O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu inquérito civil para apurar denúncias de que a firma deixou de pagar o salário dos funcionários referente a abril. Para isso, convocou representantes da companhia para uma reunião na próxima quinta-feira. A Controladoria-Geral da União (CGU) informou que a corregedoria da pasta vai instaurar um processo de responsabilização, do qual poderá resultar a declaração de inidoneidade da empresa.

Conforme o Correio denunciou na semana passada, empregados da PH lotados na Advocacia-Geral da União, nos ministérios da Fazenda e de Relações Exteriores e na Universidade de Brasília UnB) não receberam o contracheque do mês passado. Dados do Portal da Transparência mostram que, somente em 2013, a prestadora recebeu R$ 254 milhões do governo federal, e mais R$ 48,2 milhões nos três primeiro meses de 2014. Mas nem esse faturamento robusto impediu que a empresa quebrasse. O presidente da firma, Hélio Chaves, afirmou que encerrará as atividades porque tem um rombo de R$ 17,1 milhões nas contas, resultante de atrasos de pagamentos de clientes.

Ele detalhou que 60 órgãos públicos municipais, estaduais e federais estão com os repasses atrasados, e a maior dívida, de R$ 4,7 milhões, é a da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. “São R$ 2 milhões da fatura de março, R$ 2 milhões de abril e R$ 700 mil em diferenças de reajustes. A falta desses recursos desencadeou o problema na empresa porque lá tenho cerca de 600 vigilantes que trabalham nas escolas estaduais”, sustentou.

Versões
A secretaria informou que já emitiu ordem de pagamento referente aos serviços prestados pela empresa em março. A pasta informou que tem 30 dias para quitar as faturas e, como recebeu o boleto somente no início do mês passado, não cometeu nenhuma ilegalidade contratual. Com relação a abril, o governo de Minas explicou que tem até o fim de maio para desembolsar o dinheiro. Chaves ainda argumentou que o Ministério do Planejamento atrasou os repasses de fevereiro e março. Em nota, o Planejamento esclareceu que já fez o pagamento da fatura de fevereiro e foi autorizado pela PH a usar o valor de março para quitar diretamente os salários dos funcionários. 


Fonte: Correio Brasiliense

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