A CTB-Minas promoveu na última sexta-feira (27) o III
Encontro Estadual de Mulheres que aconteceu no sítio da Fetaemg com
participação de entidades sindicais e sociais de Minas Gerais. Na abertura do
Encontro, o presidente da CTB-MG, Marcelino da Rocha juntamente com a secretária
de Mulheres Alaíde Bagetto, saudaram as mulheres e os homens presentes no
evento. Ao fazer a análise de conjuntura, especialmente no mês de março, Marcelino
enfatizou a gravidade dos ataques sofridos por uma mulher que ocupa o posto de
presidenta da República pela primeira vez no Brasil. Destacou também a
importância de barrar esse preconceito promovido pela direita do país.
Ivânia Pereira, secretária nacional da Mulher Trabalhadora
da CTB, falou sobre a necessidade das mulheres entenderem a opressão social a
que são submetidas e citou a frase de Harriet Tubaman –mulher negra que rompeu
barreiras e liderou o exército abolicionista na luta contra a escravidão nos
Estados Unidos – “Libertei milhares de escravos, mas poderia ter libertado outros
milhares se eles simplesmente soubessem que eram escravos”. Ivânia participou
da mesa “Mulher e o mundo de Trabalho”.
Com dados que revelam a situação da mulher brasileira na
sociedade, Ivânia Pereira discutiu a origem da opressão feminina e os desafios
para autonomia da mulher. Entre os pontos destacados, a dirigente da CTB salientou
a necessidade de paridade na participação da mulher nos espaços de decisão
política, como o Congresso Nacional, partidos e sindicatos, e a garantia de
acesso e permanência da mulher no mercado de trabalho, envolvendo nos acordos
coletivos itens emancipadores da mulher, como direito à creche e prevenção à
saúde.
As estatísticas apresentadas por Ivânia Pereira são ainda
preocupantes. Apesar de ser maioria na população e ter índices mais elevados de
estudos, as mulheres enfrentam dificuldades em ocupar cargos importantes e
ganham menos quando exercem a mesma função que o homem.
A imposição das tarefas domesticas à mulher também foi
abordada pela representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Renata Rosa,
que participou da mesa Mais Mulheres na Política. Renata afirmou que as
mulheres, mesmo inseridas no mercado de trabalho, são direcionadas para
profissões que refletem o cuidado. As mulheres são maioria em profissões como
professora, enfermeira e assistente social. Na política, Renata também destaca
esta segmentação. Para ela, os cargos
destinados à mulher em sua maioria estão relacionadas a própria pasta da mulher,
ou de políticas para minoria. Poucas vezes ocupam secretarias e ministérios que
representam o poder central de decisão.
“Temos que recignificar a nossa prática política enquanto
mulheres e homens militantes. O que temos feito em nosso cotidiano para mudar
essa situação? Qual poder nós falamos quando pedimos mais participação da
mulher? Por que continuamos reforçando padrões machistas?”- refletiu
Renata.
Ao final as(os) participantes apresentaram contribuições e
encaminhamentos para ações da CTB-Minas. Entre elas, a realização de curso de formação
específico para o tema da mulher. E, também, ampliar e garantir a participação
das mulheres nos órgãos de decisão dos partidos, sindicatos, federações e
demais entidades, no sentido de possibilitar de fato, que, nas próximas
eleições, mais mulheres estejam preparadas para ingressar na política.
Fotos: Simone Sterlina.
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