Por Felipe Bianchi, do Barão de Itararé, para o FNDC
Com
682 inscritos e todos os estados do país presentes, a cerimônia de
abertura do 2º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC)
contou com muita representatividade na manhã deste sábado (11/4), no
teatro do Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte. O ato
contou com a presença de cerca de 30 representantes da política e de
movimentos sociais que, em uníssono, ressaltaram a importância da luta
pela democratização da comunicação no país.
Rosane
Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação (FNDC) – principal entidade realizadora do #2ENDC –,
celebrou o fato de o evento reunir praticamente 700 participantes para
discutir mídia e democracia. “Precisamos levar esse debate a cada rincão
desse país. Para sair do papel, a luta pela democratização da
comunicação tem que ocupar mentes, corações e, também, as ruas”,
afirmou.
Os
assuntos abordados na cerimônia foram bastante diversificados,
abrangendo a vasta gama de grupos e movimentos presentes no Encontro. De
questões de gênero e raça a temas como proteção da infância,
comunicação pública e comunitária e, claro, regulação da mídia.
Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica no Ministério das
Comunicações, Emiliano José declarou apoio ao Encontro, reforçando seu
compromisso com a luta. “Estou aqui não apenas como representante do
Ministério e do ministro Ricardo Berzoini, mas também como um clássico
militante do movimento pela democratização da comunicação, disse. “Quem
enfrentou o pau de arara, a repressão e a arbitrariedade da ditadura
militar sabe da importância da liberdade de expressão”.
Segundo
ele, política e comunicação são indissociáveis e, por isso, o tema da
regulação é tão urgente para garantir democracia no setor. “As disputas
políticas se fazem, principalmente, pelas vias da comunicação. É o
centro da luta política”, sublinhou, saudando, em nome do Ministério das
Comunicações, a realização do #2ENDC.
João
Brant (Secretário Executivo do Ministério da Cultura) e Ivana Bentes
(Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural) também participaram do
ato. Na avaliação de Brant, comunicação e cultura são “irmãos siameses”:
“A fruição cultural se dá pelos veículos de comunicação e, em
contrapartida, os meios influenciam a produção cultural, principalmente
do ponto de vista simbólico”.
Para
ele, o Brasil vive um déficit democrático em relação a países que
enfrentaram o tema da regulação da mídia, que incluem França, Inglaterra
e Estados Unidos até os ‘demonizados’ vizinhos latino-americanos, como a
Argentina e a Venezuela. “Precisamos desmitificar o debate, que não é
um debate de países autoritários, mas justamente o contrário”, defendeu.
Ele aproveitou para anunciar a abertura de um canal de diálogo
permanente entre os Ministérios da Cultura e da Comunicação, para
fortalecer a luta por avanços em ambos os setores.
Movimento sindical, presente!
Dirigente
da CUT em Minas Gerais, Beatriz Cerqueira falou, em nome do movimento
sindical, sobre a dura conjuntura política do país e a importância da
luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, incluindo a comunicação.
“O cenário, principalmente a questão da terceirização, nos coloca a
possibilidade de um grave retrocesso e nos dá um recado: precisamos nos
fortalecer e estarmos dispostos a lutar”, pontua.
“O
momento”, segundo Cerqueira, “é chave para aglutinarmos forças não só
para combater o conservadorismo, mas também para pressionar o governo a
levar a cabo as pautas aprovadas nas urnas em 2014”. Os debates do ENDC,
em suas palavras, “alimentam a alma para a preparação das lutas que
estão por vir”.
TV pública transmite o #2ENDC
A
transmissão em tempo real do evento via Internet, feita pela Rede
Minas, é um gesto simbólico em solidariedade à luta pela democracia na
mídia. A declaração é de Israel do Vale, presidente do veículo. “A Rede
Minas tem um papel claro de enfrentamento à visão única, praticada em
bloco pelos grandes meios de comunicação”, assinala.
“Todo
o sistema de radiodifusão é público”, lembrou, destacando que por isso,
devemos, sim, exigir contrapartidas sociais no usufruto da concessão.
“O governo falar de regulação da mídia parece ser a declaração da
terceira guerra mundial. Temos de enfrentar o tema urgentemente, para
que o negro, o jovem, a mulher, o indígena também se sintam
representados na televisão e na mídia em geral”.
Rita
Freire, do Conselho Curador da EBC (Empresa Brasil de Comunicação),
salientou a necessidade de aproximação do Conselho com o movimento de
luta pela democratização da comunicação. “Precisamos de políticas
públicas para ‘desprivatizar’ o sistema de concessões e impulsionar o
avanço das mídias públicas e comunitárias”. Além disso, ela ainda
cobrou, da Presidência da República, a nomeação de conselheiro já
indicados pelo movimento presente no ENDC.
Representantes e entididades presentes na cerimônia de abertura do #2ENDC
Rosane Bertotti – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Lidyane Ponciano – Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Lidyane Ponciano – Comitê Mineiro do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Adelmo Leão - Deputado PT/MG
Wadson Ribeiro – Deputado PCdoB/MG
Rita Freire – Conselho Curador da EBC
Israel do Vale – Presidente da Rede Minas
Ivana Bentes – secretária da Cidadania... MinC
João Brant – Secretário Executivo do Ministério da Cultura
Emiliano José – Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das
Comunicações
Laura Tresca – Artigo 19
Renato Godoy – Instituto Alana
Célia Rodrigues – Rede Mulher e Mídia
Nilmário Miranda – Secretário de Direitos Humanos em Minas Gerais
Tais Ladeira – Associação Mundial das Rádios Comunitárias (Amarc)
Beatriz Cerqueira – CUT
Ariovaldo Camargo – CNTE
Cristina Castro – Contee
Liliane Machado – Andes
Flavia Lefevre – Proteste
Alexandre Braga – Unegro
Renato Barros – CNTSS
Marcólio Lima – Fenadados
Marilda Silva – CTB
Sonia Maranho – Via Campesina
Daniela Rueda – Renajoc
Pablo Capilé – Fora do Eixo
Thiago José – Une
Fernando Alves – Ubes
Mariana Venturini – UBM
Ana Julia Goes – Levante
Nascimento Silva – Fitert
José Soter - Abraço
Angelo Antonio – Movimento Nacional das Rádios Comunitárias
Orlando Guilhon – Arpub
Renata Mielli – Barão de Itararé
Bia Barbosa – Intervozes
Rogerio Olivério – Conselho Federal de Psicologia
Valdice Gomes – Fenaj
Fonte: Barão de Itararé
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