Projeto de anistia que tramita na ALMG reconhece movimento grevista de 2011
Da esquerda para direita: Luis Fernando, presidente da FENAJUD e vice-presidente do Serjusmig; Wagner Ferreira, coordenador-geral do SINJUS-MG; Viviane Callazans, diretora de Aposentados e Pensionistas do SINJUS-MG; Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG; Sandra Silvestrini, presidente do Serjusmig e Marcelino Orozimbo da Rocha , presidente da CTB-MG. Foto: SINJUS-MG
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) está sendo questionado pela criminalização do movimento grevista realizado pelos seus servidores em 2011 e para reverter às perseguições, tramita na Assembleia Legislativa (ALMG) o Projeto de Lei 1106/2015, que busca a anistia aos grevista da época. Corte de pontos e ameaças na carreira dos servidores que aderiram à greve deu ao TJMG o triste apelido de “Casa das Injustiças”. O Sindicato dos Servidores Judiciários da 2a Instância do Estado de Minas Gerais (Sinjus/MG) acompanha a tramitação no legislativo e recebeu o apoio da Central dos Trabalhadores do Brasil em Minas (CTB-MG).
O fato ocorrido no TJ mineiro é um exemplo contrário ao direito de greve vindo de dentro do Poder Judiciário. Além de fazer vigília na ALMG, o Sinjus propõe à categoria que votem a favor do projeto no site do legislativo e pedem o apoio da população para votação virtual. Para mostrar-se a favor da lei de anistia é preciso acessar o site da Assembleia de Minas ou clicar aqui para ir diretamente à página do PL. Aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, no dia 10 deste mês, o PL 1106/2015 tramita na Comissão de Administração Pública (CAP), e ainda, será analisado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária antes de ser votado em Plenário.
Por não ter lei específica, o direito de greve de servidores públicos se baseia na jurisprudência e na lei que trata sobre o assunto aos trabalhadores com carteira assinada. A Lei Geral de Greve veda aos patrões “adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento”. Já no TJMG, a penalização aos servidores trouxe prejuízos não só no salario, mas na progressão da carreira daqueles que aderiram a greve que ocorreu entre 17 a 23 de novembro de 2011.
A CTB-Minas esteve com os servidores na ALMG, durante a votação do PL nas Comissões legislativas e expõe total apoio ao Sinjus e a categoria do Judiciário. A CTB entende que a greve é um direito de todo trabalhador e a lei da anistia representa uma vitória na luta pelo reconhecimento deste direito aos servidores público.
Veja abaixo a moção de apoio assinada pela CTB-MG:
MOÇÃO DE APOIO
APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI 1106/2015
CONCEDE
ANISTIA AOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE ADERIRAM AO MOVIMENTO
GREVISTA REALIZADO NO ANO DE 2011.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil (CTB) manifesta seu total apoio à aprovação do Projeto de Lei nº
1106/2015, em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais,
que visa a conceder anistia aos trabalhadores do Tribunal de Justiça que
aderiram a movimento grevista realizado no ano de 2011.
A greve foi o instrumento legítimo
dos trabalhadores do TJMG para garantir o cumprimento da revisão salarial, de
promoções na carreira que se encontravam atrasadas e de acordo firmado perante
o Conselho Nacional de Justiça, entre outros direitos previstos em lei, mas que
não estavam sendo contemplados pela Administração do Tribunal de Justiça.
Foram 23 dias de luta sob forte
ameaça e medidas antissindicais praticadas pela então Administração do TJMG,
como o corte de ponto dos grevistas e o ajuizamento de ação civil pública
contra o movimento. Esta última medida foi praticada pelo Governo em total
afronta aos direitos fundamentais de manifestação e greve dos trabalhadores do
setor público, consagrado na Constituição Federal.
O
movimento sindical no Estado de Minas Gerais foi aguerrido e resistiu
bravamente nos últimos doze anos aos ataques do Governo Tucano aos direitos
conquistados pelos trabalhadores. Neste sentido, é fundamental que o atual
Governo e sua base na Assembleia Legislativa aprovem o PL 1106/15 e retirem do
cenário de Minas Gerais quaisquer medidas antidemocráticas do governo anterior.
A CTB repudia qualquer medida antissindical e
solidariza-se com os trabalhadores do TJMG representados pelo SINJUS.
Belo
Horizonte, 16/6/2015.
Marcelino O.
da Rocha
Presidente
da CTB-MG
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