13 de jul. de 2015

II Encontro de Educação no Campo recebe autoridades e lideranças para discutir novas diretrizes de trabalho


Com o objetivo de debater sobre a política de educação do campo, seus desafios e perspectivas de implementação no estado de Minas Gerais, sob o olhar do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, teve início nesta quarta-feira (08) um encontro com lideranças sindicais, representantes do governo estadual e federal, além de entidades parceiras.
A diretora de Políticas Sociais da Fetaemg, Maria Alves, diz que o encontro é também o momento para fortalecer os processos educativos, articulando junto aos parceiros ações que visem ampliar e facilitar o acesso da população rural à educação seja a nível municipal, estadual e federal, neste caso, com acesso dos jovens às universidades públicas. A diretora também defende a criação de escolas de educação infantil nas comunidades rurais, especialmente para crianças de 4 a 6 anos. “Neste encontro, queremos apresentar nossas demandas ao governo do Estado e mostrar que estamos organizados para reivindicar melhorias na educação do campo. Vamos formular diretrizes, partindo da realidade dos municípios, para pautar a nossa luta por uma educação do campo de qualidade”, explica.
Para o presidente da Fetaemg, Vilson Luiz da Silva, o fechamento de escolas rurais como vem acontecendo em muitos municípios do estado, vai na contramão dos avanços que o movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais, junto com entidades parceiras, espera dos poderes públicos. “Se todos tivessem formação, o Brasil estaria em outro patamar”, ressalta. Vilson diz ainda que espera que o encontro possa formular diretrizes que vão de encontro à realidade das comunidades rurais, com foco na transformação e emancipação social.
Um dos principais pontos de discussão do encontro esteve no desafio de articular as ações de educação do campo as políticas e lutas do movimento sindical como um todo. Dificuldade dos jovens de acesso ao ensino médio, mesmo com o desenvolvimento de políticas de escolarização e educação profissional, infraestrutura e material didático. “Também precisamos ampliar a formação de professores, apesar de termos avançado muito nos últimos anos. Em Minas, iniciamos este mês o curso de formação continuada de Escola da terra, alcançando inicialmente mil professores ligados às redes estadual e municipal de ensino”, explica a secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo.
Desafios políticos e sociais na Educação do Campo
O professor doutor na Universidade Federal de Santa Catarina, Antonio Munarim, palestrante convidado do evento, ressaltou que já foram feitos alguns avanços no país com relação ao tema, como a obtenção de marcos legais e de programas educacionais (Pronacampo), inserção do tema na agenda de pesquisa das universidades públicas brasileiras e articulação entre os diferentes movimentos sociais e instituições que lutam pela Educação do Campo.
Segundo ele, essas melhorias poderão apresentar benefícios a médio e longo prazo. “A formação continuada ainda não foi acolhida nos ensinos fundamental e médio, se fazendo necessárias medidas normativas oficializadas pelo MEC. Se o sindicato exercer uma influência, a começar pelos conselhos e secretarias municipais e estaduais de educação, por exemplo, exigindo que seja feito no campo uma metodologia de ensino que seja tão boa ou até melhor da que é feita nos centros urbanos, isso começa a mudar mais rápido. Este trabalho também pode ser feito diretamente nas escolas, pois cada cidadão tem o direito de o fazer, seja assumindo seu papel de pai ou de mãe”, finaliza.
O encontro, que acontece durante três dias, conta com uma programação bem diversificada, incluindo palestras, oficinas, grupos de trabalhos e debates, relacionados aos temas “Avanços e desafios da Educação do Campo em MG”. Ao final do mesmo, será criado um documento base onde serão elencadas as propostas discutidas pelos participantes.

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