A CTB completou oito anos de história neste sábado (12) e há dois meses trabalha na organização de seu próprio arquivo sindical. O projeto Memória Viva: história de luta da classe trabalhadora está previsto no estatuto da central e sua implementação é coordenada pela secretaria de Formação e Cultura, da CTB, dirigida por Celina Arêas, com o objetivo de criar um espaço que contemple toda a trajetória da central.
Fotos, cartazes, manifestos, atas, moções, vídeos, prêmios, livros, revistas, jornais, folhetos e todo o tipo de registro que remonte às campanhas, reivindicações, conquistas e mobilizações está sendo tratado e arquivado num banco de dados que pretende retratar as lutas trabalhistas e servir de referência para os desafios futuros. “A criação desse centro de memória é uma das prioridades para fortalecer ainda mais o nosso projeto de sindicalismo classista, plural e democrático”, explica Celina.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, é um grande entusiasta da ideia. “Queremos criar uma enciclopédia do sindicalismo classista brasileiro, o nosso ‘Louvre sindical’. Resgatar este material e transformá-lo em uma memória viva, sistematizada, que conte a importante história de luta dos trabalhadores”, diz ele.
O arquivo está sendo organizado por áreas de atuação da central, entre os principais fundos sistematizados estão: Sindicalismo, Mulher, Comissão Nacional da Verdade, Trabalho infantil, Saúde e Segurança, Internacional, Rural, Igualdade Racial, Juventude e Meio Ambiente. O espaço terá um setor dedicado aos muitos objetos com os quais a central foi presenteada pelos países que passou.
Preservar para ensinar
“Preservar a história da CTB é uma forma de ensinar e passar às gerações o protagonismo da classe trabalhadora na construção de nossa sociedade. História que não é ensinada nas escolas”, diz Carolina Maria Ruy (foto), jornalista e coordenadora de projetos do Centro de Memória Sindical, que está à frente dos trabalhos na CTB.
Ela conta que há no meio sindical um interesse e preocupação crescentes em organizar os seus arquivos históricos e documentar as trajetórias de lutas trabalhistas. “A instituição da Comissão da Verdade estimulou sindicalistas a se mobilizarem, a buscarem documentos e arquivos históricos. E sempre tem aqueles que gostam de guardar referências de fatos importantes dos quais participaram”, diz Carolina.
Pluralismo e unidade
O secretário geral da CTB, o metroviário Wagner Gomes, destacou que o maior desafio da CTB foi se consolidar como uma central plural, reunindo diversas forças políticas, sem perder a unidade. "A CTB nasce para ser uma entidade com participação política não só na área sindical, mas também na esfera nacional", diz ele. "E esta é uma das maiores marcas da CTB até hoje", frisa Wagner Gomes
Registros do acervo mostram as primeiras reuniões com participação das diversas forças que compõem a central: comunistas e socialistas, os trabalhadores rurais, marítimos, portuários, os movimentos sociais. Entre os documentos do acervo, a primeira revista feita após a fundação da central.
A publicação traz uma entrevista com Vilson Luiz, presidente da Fetaemg e dirigente da CTB, falando sobre a previdência social rural e a reforma agrária, reportagem sobre assembleia de mulheres com foco na ampliação da participação feminina nos quadros sindicais e marcha das centrais em defesa de um novo desenvolvimento econômico e por unidade - bandeiras da CTB que permanecem mais atuais que nunca.
Passear pelo acervo histórico de uma instituição é uma forma de aprender o que os livros de história não ensinam - e também de reafirmar suas lutas, sua história e seus princípios. É o que se pretende valorizar com a inauguração do Memória Viva: história de luta da classe trabalhadora.
Serviço:
O Memória Viva: história de luta da classe trabalhadora está em fase de catalogação e inventário. Até março de 2016, todo o acervo da CTB nacional e das regionais estará devidamente sistematizado.
Endereço: Avenida Liberdade, 113 - sede da CTB - térreo
Natália Rangel - Portal CTB
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