Em mais um ato
autoritário, a Polícia Militar de Minas Gerais prendeu a repórter da Rádio Inconfidência,
Verônica Pimenta, durante cobertura do despejo de 200 famílias da ocupação
Maria Vitória e Maria Guerreira, localizadas na região de Venda Nova, em Belo
Horizonte. A ordem da polícia é não deixar ninguém filmar ou fotografar o
processo de despejo. A CTB-MG repudia o cerceamento à informação e a truculência
da PM em uma ação que envolve a dignidade das pessoas que vivem no local. A violência
contra o povo tem sido a marca da polícia mineira.
Um vídeo que circula na
internet mostra o momento em que a repórter tentava entrevistar um policial
quando outro agente da PM aproxima, arranca o microfone de sua mão e a conduz para
fora do local. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas
Gerais, Kerison Lopes, a repórter foi acusada de desacato à autoridade e desobediência.
Verônica Pimenta prestou depoimento na delegacia da polícia, mas o presidente
do Sindicato, o ouvidor da polícia militar, Paulo Alckimim e advogada da
Rádio Inconfidência, Luciana Mansur foram impedidos de acompanhar a repórter.
Um grande aparato policial
foi enviado para reintegração de posse do terreno que pertence à prefeitura de
Belo Horizonte. Os moradores da ocupação não tiveram alternativas de negociação
que levasse em conta o direito à moradia. Mesmo com ausência da vaga nos
abrigos da cidade, a prefeitura apresentou três opções para as famílias:
procurar abrigos, casas de parentes ou voltar ao local de origem.
Á margem das ações autoritárias
e covardes da PM, as ocupações em Belo Horizonte se mantêm cada vez mais
organizadas e reafirma a máxima de que “enquanto morar for um privilégio,
ocupar é um direito”. O presidente da
CTB-MG, Marcelino da Rocha, já havia denunciado a violência da Polícia Militar
ao governador Fernando Pimentel, durante reunião da Frente Brasil Popular
realizada em maio de 2016.
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