Durante o evento, vários temas foram abordados como democracia, conjuntura política, econômica, sindicalismo e saúde do trabalhador
O Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (SAAEMG) promoveu entre os dias 29 e 30 de julho o seu VI Seminário de Formação Político Sindical. Com o tema “O movimento sindical em cenário adverso” o encontro reuniu diretores e funcionários do sindicato no Hotel Fazenda Canto da Siriema, em Jaboticatubas – cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Participaram do evento Clemente Lúcio Ganz – Supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); Geraldo Santana – Assessor Jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) e Wanderley Barroso – Clínico geral do SAAEMG.
A presidente do sindicato, Rogerlan Augusta de Morais, avaliou como positivo o encontro, sobretudo no contexto atual.
“O seminário cumpriu o seu objetivo que foi discutir questões sérias, pertinentes e relevantes para todos os trabalhadores num momento de instabilidade política do país, onde a grande mídia, muitas vezes, por interesses políticos, comerciais e patronais não aborda esses temas que são caros para a sociedade como um todo”, disse ela.
Clemente Lúcio Ganz, que abriu o seminário na noite de sábado (29/07), fez uma análise da conjuntura política nacional. Ganz destacou que o motivo formal do afastamento da presidenta (as pedaladas fiscais) é um mero subterfúgio do Congresso Nacional onde ela perdeu a sua base de apoio parlamentar. As pedaladas fiscais consistiram no atraso de repasses do Tesouro Nacional para que bancos públicos pagassem obrigações do governo com programas sociais e empréstimos subsidiados.
“É preciso esclarecer que nenhum presidente seria afastado por esse motivo. Portanto, ela não cometeu nada de ilegal, não tem sequer nenhuma acusação de suborno ou corrupção contra ela. Não há nada, até aqui, que macule a sua trajetória pessoal e pública”, explicou.
No dia seguinte, o Assessor Jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Geraldo Santana, falou sobre as “Perspectivas políticas e econômicas do movimento sindical em cenário adverso”. O advogado chamou a atenção para dezenas de projetos de leis (PLs) em tramitação na Câmara e Senado Federal que enfraquecem os trabalhadores e colocam em risco a CLT.
Segundo ele, o “maior petardo” advém do PL N.6411/2013, de autoria do Deputado Carlos Bezerra, do PMDB do Mato Grosso.
“Se for aprovado o disposto neste PL, cada negociação coletiva começará da estaca zero. Isto porque, vencido o prazo de sua vigência, que pode variar de um a quatro anos, todas as conquistas garantidas em convenções e/ou acordos coletivos evaporam-se dos contratos de trabalho, como se nunca tivessem existido; somente voltando a eles se e quando forem novamente asseguradas por instrumento normativo de igual natureza”, explica Santana.
Participação e Saúde do trabalhador
Com o tema “Saúde do Trabalhador: depressão e stress, causas e conseqüências”, o médico clínico geral do sindicato, Wanderley Barroso, destacou a importância de hábitos de vida saudáveis no combate ao stress e a depressão. “Uma alimentação equilibrada, atividades físicas regulares são fundamentais para a saúde do corpo e da mente”, disse ele.
No auditório que ficou lotado durante os dois dias de palestras, os trabalhadores do sindicato avaliaram como positivo o seminário. Para Márcia Lima, de 41 anos, por exemplo, o encontro trouxe mais conhecimento e ainda aumentou o seu interesse pela política.
“Os temas foram muito bem abordados pelos palestrantes que mostraram segurança e conhecimento sobre assuntos que, muitas vezes, não temos condições de acompanhar como gostaríamos. Gostei muito de conhecer a história e a importância dos sindicatos”, disse ela.
Para Aluízio Aguiar, de 23 anos, que participou pela primeira vez de um seminário político sindical, o encontro contribuiu com informações qualificadas num cenário atual de muita informação e pouco conhecimento.
Amanda Baeta, de 23 anos, destacou como positivo os temas abordados, a grande participação dos trabalhadores e a organização do evento.
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