Disputada
por três chapas, as eleições do Sindicato dos Servidores Públicos de Uberlândia
foi suspensa por ordem judicial. Mas essa não é uma ação isolada. Ao que tudo
indica, essa tem sido uma tática da CUT-Minas nos processos eleitorais que tem
participado no Estado. No último mês, esse é a terceira eleição que os cutistas
colocam em xeque. Porém, a atitude de deslegitimar o processo democrático não
tem sido bem visto pelos trabalhadores. Em Betim, os metalúrgicos rechaçaram a
prática e reconduziram a atual gestão ao comando do Sindicato dos Metalúrgicos
de Betim e Região (SindMetal).
Em
Uberlândia as eleições do Sindicato dos Servidores estavam marcadas para os
dias 06 e 07 de março. A chapa 1 representa a situação, a chapa 2 apoiada pela
CTB e a chapa 3 comandada pela CUT. Os representantes da chapa 3 entraram na
Justiça para suspender a eleição. A alegação é referente ao prazo previsto no
edital. Foi por não cumprir os cinco dias previstos para apresentar os membros
da chapa 3 que a candidatura deles foi questionada.
O
coordenador da campanha da chapa ctbista, Romeu Pereira, garante que a chapa 2
está tranqüila e preparada para a eleição. Romeu avalia que de um lado existe o
desespero da chapa 3 para atrapalhar o processo e do lado da situação a falta
de credibilidade de uma gestão sindical que sempre ganhou no tapetão. “Uberlândia
é a segunda maior cidade mineira, com 15 mil servidores. Temos apenas 1.800
filiados, falta credibilidade do sindicato junto aos trabalhadores. Nossa
chance de ganhar é muito grande e eles estão tentando ganhar tempo” analisa
Romeu.
Com
esse mesmo sentimento o candidato à presidente pela chapa 2 – servidor cidadão, Ronaldo Branco, tem
esperanças de retomar o sindicato ao seu papel combativo que teve na história
em Uberlândia. Ronaldo criticou a gestão atual da entidade sindical que está no
comando há 14 anos e afastou a luta da categoria.
Outro
sindicato que a CUT decidiu colocar na berlinda foi o Sindicato dos Servidores
Públicos de Pouso Alegre. Lá a CTB apoia também a chapa 2. A eleição do
sindicato deveria ter acontecido no dia 10 de fevereiro, em uma sexta-feira.
Porém, a chapa 3, ligada à CUT, acionou a Justiça na noite do dia anterior e
conseguiu a liminar que impediu o pleito. A alegação para suspender a e eleição
era de diferenças no número de filados informado pela prefeitura e o que consta
na lista divulgada pelo sindicato. Mas na lista do sindicato contém servidores
aposentados, cedidos a outros órgãos e lotados em fundações que justificam a
diferença com os dados da prefeitura.
Leon
Camargo, membro da chapa 2, lamenta o adiamento do processo e afirma que essa
decisão prejudica a categoria. “O cenário é preocupante porque em abril é a
nossa data-base e podemos passar por este importante momento dos trabalhadores
sem a definição deste processo. A categoria precisa estar unida em um momento
que os direitos estão ameaçados para que os trabalhadores possam buscar
melhorias para o funcionalismo municipal”.
Leon
também destaca que a chapa 3 entrou na Justiça contra o Sindicato e, por isso,
a chapa 2 Sindicato somos nós, nossa
força, nossa voz, não faz parte do processo e apenas acompanha as medidas
tomadas.
O
vice-presidente da CTB-MG, Jota vê com preocupação essa onda de ataque aos
processos democráticos nos sindicatos em Minas. “Acredito que os trabalhadores
têm o direito de escolher a melhor chapa que irá representar o sindicato.
Também acho que quando o processo vai para a Justiça dessa forma desordenada,
os trabalhadores se revoltam porque entendem que retiram dele o direito de voto”
pontua Jota.
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