A
presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Minas Gerais
(CTB-MG), Valéria Morato, participou nessa terça-feira (30) da plenária de
organização da resistência das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. O
encontro foi no Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética de Minas
Gerais (Sindieletro), em Belo Horizonte, e reuniu mais de 350 pessoas de 88
organizações sindicais e estudantis.
Morato
lembrou das tentativas de censura e perseguição que muitos professores estão
enfrentando, sobretudo após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL). Ela citou como
exemplo o caso da deputada estadual eleita em Santa Cataria, Ana Caroline
Campagnolo (PSL). A catarinense publicou em sua página no Facebook, logo após a
vitória de Bolsonaro, uma mensagem para que os estudantes filmassem e
denunciassem “professores doutrinadores” em sala de aula.
“A
nossa luta é para defender a soberania nacional, os direitos humanos, a
democracia, as causas trabalhistas e a cultura. Vamos protagonizar essa
resistência junto com os professores”, disse a presidenta da CTB-MG.
A
tentativa de aprovação da reforma da previdência também foi discutida no
encontro. Derrotada nas ruas pelos trabalhadores no primeiro semestre, a medida
pode ser aprovada até o fim deste ano, conforme declarou recentemente Jair
Bolsonaro.
A proposta
penaliza os trabalhadores ao aumentar a idade mínima de homens e mulheres para
conseguir o benefício. Por outro lado, mantêm privilégios e ignora a sonegação
fiscal. Os participantes prometeram resistir novamente para impedir esse
retrocesso.
A
censura nas universidades federais também foi outro assunto abordado. Às
vésperas do segundo turno eleitoral, policiais federais, PMs e fiscais
interrogam professores, vetaram atividades, arrancaram faixas e apreenderam materiais
em instituições de todo o país.
A
presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE) e
deputada Estadual eleita, Beatriz Cerqueira, defendeu a continuidade de mobilização
junto aos trabalhadores e a intensificação das ações políticas.
“Está
em curso um processo de aniquilação de toda a resistência dos trabalhadores.
Por isso, precisamos retomar o trabalho de base. Não podemos esquecer que o
fascismo também elegeu deputados e está, portanto, presente no parlamento. Por
isso, a luta deve ser feita cotidianamente”, disse ela.
Já o
diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), José Carlos
Arêas, lembrou que a conjuntura atual é difícil no Brasil e em toda a América
Latina.
“O
neoliberalismo caminhou nesses últimos tempos para o fascismo. Um verdadeiro
Estado terrorista tenta se instalar no Brasil, mas também em outros país da
América Latina e do mundo”, disse ele.
Imprensa sindicato
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