26 de jan. de 2019

Minas Gerais já registrou vários crimes ambientais com barragens ao longo dos últimos anos


O crime ambiental cometido pela Mineradora Vale em Brumadinho (MG), nessa sexta-feira (25), entra para uma triste estatística de mortes e desastres ambientais no estado. A CTB-MG obteve um levantamento feito pelo IBAMA que revela um histórico de negligência e omissão de várias mineradoras desde 1986.

Há três anos, uma barragem da Samarco, empresa que pertence à Vale, se rompeu na cidade de Mariana e matou 19 pessoas. Foi o maior crime ambiental do país. Na ocasião, foram despejados 54 milhões de metros cúbicos de rejeitos que desalojou mais de 600 famílias em Mariana, Barra Longa e dezenas de outras cidades de Minas e também do Espírito Santo.

Em 2014, a barragem da mineradora Herculano Mineração se rompeu na cidade de Itabirito causando a morte de três pessoas e ferindo uma.

Em 2008, um rompimento de uma estrutura da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que ligava o vertedouro à represa da Mina Casa de Pedra, causou o aumento do volume do Rio Maranhão e desalojou 40 famílias.

Já em 2007, na cidade de Miraí, aconteceu o rompimento da barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases. Foram despejados 2,28 milhões de metros cúbicos de rejeitos, inundando as cidades de Miraí e Muriaé e desalojando mais de 4 mil pessoas.

Um ano antes, em 2006, a mineradora Rio Pomba Cataguases cometeu outro crime ambiental na cidade de Miraí. Na época, aconteceu um vazamento de 1,2 milhões de metros cúbicos de rejeitos que contaminou córregos, causou a mortandade de peixes e interrompeu o abastecimento de água.
Em 2001, na cidade de Nova Lima, a barragem da mineradora Rio Verde se rompeu causando o assoreamento de 6,4 km do Córrego Taquaras. Cinco pessoas morreram.

Em 1986, o rompimento da barragem do Grupo Itaminas, na cidade de Itabirito, causou a morte de sete pessoas.

O descaso com as vidas dos trabalhadores é evidente ao longo dos anos e precisa ter um freio. Não é possível comemorar o avanço da mineração irresponsável e muito menos dizer que não é responsabilidade do governo federal.

"A vida dos trabalhadores interessa sim a toda sociedade e é de responsabilidade dos governos em todas as esferas! A CTB cobrará, mais uma vez, dos entes federados que se responsabilizem por tantas vidas ceifadas por esse crime . A ganância de poucos não pode continuar eliminando tantas vidas", afirma a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato.

Crime ambiental em Brumadinho. Fotos: Ísis Medeiros - Jornalistas Livres







Nenhum comentário:

Postar um comentário