O dia 15 de maio de 2019 ficou marcado na história do país. As inúmeras manifestações em defesa da educação pública e contra o desmonte da Previdência Social superaram as expectativas de norte a sul em todo o país. Centenas de milhares de manifestantes em todas as 26 capitais dos estados brasileiros, Distrito Federal e inúmeras cidades do interior do Brasil deram seu recado: os brasileiros não aceitam que o governo corte verbas da educação pública e rechaçam a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo executivo federal.
As manifestações foram gestadas no interior dos movimentos estudantis e dos sindicatos de trabalhadores em educação, após medidas do governo Bolsonaro (PSL) que atacam o orçamento da educação pública e o desenvolvimento da pesquisa científica no país, e logo ganharam amplo respaldo das centrais sindicais e diversos outros movimentos sociais. O que se viu ontem nas ruas do país é que a pauta tocou a sensibilidade daqueles que defendem a educação como o grande instrumento de avanço para a soberania nacional e garantia de um Brasil mais justo e democrático.
Em Minas Gerais, foram batidos recordes históricos de presença em manifestações sociais. Belo Horizonte levou às ruas cerca de 250 mil mineiros, que demonstraram preocupação com os ataques à educação e à Previdência Social em nível federal, mas também protestaram contra o desmonte da educação na rede estadual promovido pelo governo Romeu Zema (Novo), que tem se mostrado bastante insensível à rede estadual de educação.
Segundo jornalistas dos grandes veículos comerciais da mídia presentes no ato, esta Greve Nacional da Educação pode ter sido a maior manifestação de rua no estado desde os atos de 2013. A própria Polícia Militar afirmou não conseguir estabelecer um número preciso de participantes, ao ser questionada pela imprensa mineira, devido à magnitude dos atos.
Na capital, os mineiros começaram a agenda muito cedo. Panfletagens nos principais pontos do metrô em Belo Horizonte e Contagem, bem como nas estações do MOVE, foram assumidas por sindicatos e movimentos estudantis de várias tendências ideológicas. A concentração se deu a partir das 9h30, na Praça da Estação, chamada pelas centrais sindicais, e posteriormente tomada pela comunidade da UFMG (estudantes e professores), CEFET-MG e IFETs, que estavam em assembleias próprias, mas que seguiram em marcha pela Avenida Afonso Pena para se juntarem aos demais manifestantes.
O ato seguiu pela Avenida Amazonas até a Praça Raul Soares, na região central da capital, com término às 13h. Durante o trajeto, pode-se observar a adesão de inúmeros transeuntes e movimentos de causas específicas, como indígenas, rurais, negros, LGBTQI+ e mulheres. Pela tarde, o ato seguiu para o Campus da UFMG, na Pampulha, para debate sobre a reforma da Previdência promovido pelo Sindifes (sindicato que representa os técnicos-administrativos da UFMG), com adesão das demais entidades que organizaram o evento na capital.
A unidade foi a tônica em todo o país. Na capital mineira, a manifestação foi encabeçada pelas entidades: CTB Minas, CUT Minas, CSP-Conlutas, Sinpro Minas, SindUTE/MG, SindREDE, SindCEFET, SAAEMG, APUBH, SindIFES, AdPUC, CONTEE, CNTE, ANDES, FASUBRA, FITEE, FITE, UNE, UEE, DCE-UFMG e DCE-PUC MG.
Diversos municípios no interior de Minas Gerais também marcaram forte presença nas mobilizações da Greve Nacional da Educação, entre eles Ouro Preto, Viçosa, Mariana, Diamantina, Poços de Caldas, São João del Rei, Uberlândia, Barbacena e Montes Claros.
Segundo a coordenação do movimento, o 15 de maio cumpriu um papel de relevância histórica e servirá como mola propulsora para a articulação da Greve Nacional da Classe Trabalhadora contra a Reforma da Previdência, prevista para o dia 14 de junho no país.
*Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG)
Edição: Denílson Cajazeiro
Foto: Anderson Pereira
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