14 de ago. de 2019

Protestos levam 1,5 milhão às ruas; próximo ato será em 7 de setembro


Por CTB-MG com informações do Vermelho

O 3º Grande Ato Nacional em Defesa da Educação, nesta terça-feira (13), levou 1,5 milhão de manifestantes às ruas de 205 cidades do País, conforme a UNE (União Nacional dos Estudantes). Em Belo Horizonte, a presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) e presidenta do Sindicato dos Professores (Sinpro-MG), Valéria Morato, lembrou que o objetivo do governo Bolsonaro é acabar com a educação pública.

Esse governo quer acabar com a educação pública e entregá-la para o capital estrangeiro e especulativo. Portanto, estaremos nas ruas ao lado dos estudantes e de diversos trabalhadores rurais, metalúrgicos e do comércio a fim de denunciar esses ataques contra a educação e, consequentemente, toda a sociedade brasileira”, afirmou ela.

Desde que assumiu a presidência da República, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já contingenciou R$ 6,1 bilhões da educação pública, sendo este o maior corte entre todos os Ministérios em Brasília.

Os manifestantes concentraram na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, e seguiram rumo à praça da Estação, passando pela Avenida Amazonas e Praça Sete.

A estudante do 3º Período de Ciências Biológicas da UFMG, Brenda Sales, de 21 anos, era uma das manifestantes. “Nós não podemos aceitar esse desmonte das universidades públicas que o governo está promovendo”, disse ela.

A professora Zilda Maria Rabelo, de 59 anos, também aderiu ao movimento e aproveitou para denunciar o Governador Romeu Zema (Partido Novo).

“Até hoje ainda não recebemos o 13º salário de 2018”, afirmou ela.

Brasil

Pelo Brasil afora, a terça-feira – o #13A – foi de repúdio aos seguidos cortes anunciados pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) no Ministério da Educação (MEC), bem como à gestão privatista e autoritária do ministro Abraham Weintraub. Projetos obscurantistas, como o “Escola sem Partido” e o “Future-se”, foram alvos de críticas. 

“Estamos nos mobilizando porque não vamos aceitar a privatização da universidade pública. O Future-se não vai passar. Não há futuro com Bolsonaro”, declarou, no carro-de-som na Avenida Paulista, o presidente da UNE, Iago Montalvão. “Não sairemos das ruas! Devolvam nosso futuro”, emendou Pedro Gorki, presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). 

Os retrocessos e as polêmicas mais recentes do governo Bolsonaro ajudaram a ampliar a pauta – e a turbinar a mobilização. Os atos do #13A abraçaram também a defesa da democracia e da soberania nacional, da aposentadoria e da Previdência Social, do trabalho e do salário, além do meio ambiente e da saúde pública. Foram, portanto, ainda mais abrangentes e politizados do que as grandes manifestações de 15 e 30 de maio

Na capital paulista, sobressaiu um bandeirão com a imagem de Fernando Santa Cruz, um dos mortos e desaparecidos políticos do regime militar (1964-1985). No começo de agosto, o presidente Jair Bolsonaro desonrou a memória de Fernando, ao difamá-lo por sua atuação na resistência à ditadura e por mentir sobre as circunstâncias de seu assassinato. “Oferecemos a luta de hoje em homenagem ao herói Fernando Santa Cruz”, discursou Iago Montalvão.

Ao lado das entidades estudantis, as manifestações contaram com o engajamento de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos. As Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo também apoiaram os protestos. Onofre Gonçalves, dirigente da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), atacou a reforma da Previdência do governo Bolsonaro – que, na prática, desmonta a Previdência Social e inviabiliza a aposentadoria da maioria dos brasileiros: “Vamos continuar nos mobilizando para que a reforma não tire dinheiro de quem precisa. Somos a favor de uma reforma que corrija as distorções da Previdência”.

Em nota, ao fim desta terça-feira, UNE, Ubes e ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos) anunciaram 7 de setembro como a data do 4º Grande Ato em Defesa da Educação. “Essa foi a retomada do ‘tsunami da educação’ e das lutas do mês de maio que tomaram conta de todo o Brasil”, diz o texto. “Voltamos e foi apenas o começo!”


Manifestação em BH / Fotos: Anderson Pereira










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