Com a reforma da Previdência,
muitos benefícios terão os seus valores pagos pelo Governo reduzidos
drasticamente. Os trabalhadores que moram em cidades menores e exercem alguma
atividade rural estão preocupados com essa situação. Com o objetivo de esclarecer
dúvidas e proporcionar o debate sobre esse tema, a Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) realizou nessa quarta-feira,
na cidade de Capelinha, na região do Vale do Jequitinhonha, um encontro que
reuniu centenas de pessoas.
Com a presença do
Secretário-Geral da CTB-MG, Gelson Alves da Silva, e da Presidenta da Central,
Valéria Morato, os trabalhadores relataram que temem o aumento da pobreza e da
violência no campo após a aprovação da reforma da Previdência.
A Tesoureira do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita Fernandes, explica que no
interior, ao contrário das grandes cidades, é o dinheiro do trabalhador
aposentado ou que recebe algum auxílio que movimenta a economia local.
“Essa reforma é perversa com
todos os trabalhadores. No nosso caso, por exemplo, será pior. Estamos falando
de comunidades pequenas, com poucas oportunidades de trabalho, e um comércio
também menor”, diz ela.
Com a renda menor, afirma Maria
Rita, a tendência é aumentar a violência no campo e também o desemprego.
“Muitos empregos gerados nessas
localidades, principalmente entre os mais jovens, estão no comércio. São
pequenas lojas, padarias e postos de gasolina”, diz ela.
A proposta de Reforma da
Previdência aprovada nessa quarta-feira pelo Governo Bolsonaro reduz o valor
pago do auxílio-doença, pensão por morte e aposentadoria por invalidez.
Na aposentaria por invalidez, por
exemplo, após a reforma, o valor pago vai variar de acordo com a origem do
problema que levou ao afastamento irreversível do mercado de trabalho. Antes da
reforma, a pessoa impedida de trabalhar por problema de saúde se aposentava com
o benefício integral.
Para a tesoureira do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita, a Reforma da Previdência,
que foi aprovada nessa quarta-feira, e a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017
pelo governo de Michel Temer, representam um retrocesso na vida dos
trabalhadores.
Fotos: Gelson Alves da Silva/CTB-MG
Nenhum comentário:
Postar um comentário