3 de out. de 2019

Trabalhadores rurais e do interior serão os mais penalizados com a Reforma da Previdência


Com a reforma da Previdência, muitos benefícios terão os seus valores pagos pelo Governo reduzidos drasticamente. Os trabalhadores que moram em cidades menores e exercem alguma atividade rural estão preocupados com essa situação. Com o objetivo de esclarecer dúvidas e proporcionar o debate sobre esse tema, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB-MG) realizou nessa quarta-feira, na cidade de Capelinha, na região do Vale do Jequitinhonha, um encontro que reuniu centenas de pessoas.

Com a presença do Secretário-Geral da CTB-MG, Gelson Alves da Silva, e da Presidenta da Central, Valéria Morato, os trabalhadores relataram que temem o aumento da pobreza e da violência no campo após a aprovação da reforma da Previdência.

A Tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita Fernandes, explica que no interior, ao contrário das grandes cidades, é o dinheiro do trabalhador aposentado ou que recebe algum auxílio que movimenta a economia local.

“Essa reforma é perversa com todos os trabalhadores. No nosso caso, por exemplo, será pior. Estamos falando de comunidades pequenas, com poucas oportunidades de trabalho, e um comércio também menor”, diz ela.

Com a renda menor, afirma Maria Rita, a tendência é aumentar a violência no campo e também o desemprego.

“Muitos empregos gerados nessas localidades, principalmente entre os mais jovens, estão no comércio. São pequenas lojas, padarias e postos de gasolina”, diz ela.

A proposta de Reforma da Previdência aprovada nessa quarta-feira pelo Governo Bolsonaro reduz o valor pago do auxílio-doença, pensão por morte e aposentadoria por invalidez.

Na aposentaria por invalidez, por exemplo, após a reforma, o valor pago vai variar de acordo com a origem do problema que levou ao afastamento irreversível do mercado de trabalho. Antes da reforma, a pessoa impedida de trabalhar por problema de saúde se aposentava com o benefício integral.

Para a tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capelinha, Maria Rita, a Reforma da Previdência, que foi aprovada nessa quarta-feira, e a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017 pelo governo de Michel Temer, representam um retrocesso na vida dos trabalhadores. 


Fotos: Gelson Alves da Silva/CTB-MG













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