13 de abr. de 2020

Jornal “O Globo” defende fim dos sindicatos e a consequente volta da escravidão




Na última semana, o Jornal O Globo criticou a decisão do ministro Ricardo Lewandowski que concedeu uma liminar contra a Medida Provisória 936. A MP estabelecia, entre outros absurdos, o corte de salários e a redução da jornada de trabalho sem a segurança dos sindicatos, ou seja, apenas entre patrões e empregados. O diário só faltou pedir a volta da escravidão.

Segundo o jornal, a “liminar concedida no STF contra a MP 936 cria insegurança jurídica que estimula o desemprego”.  O argumento é tão falso como uma nota de três reais.

Todos se lembram que, em 2017, a Reforma Trabalhista foi aprovada com a justificativa de que iria gerar mais empregos no Brasil. Passados três anos, o que se viu foi justamente o contrário. Os postos de trabalho criados são de baixa remuneração, o desemprego persiste e o trabalhador não tem qualquer perspectiva de dias melhores.

Em outro ponto do texto, mau-caratismo do jornal da família Marinho fica ainda mais explícito ao afirmar que o problema do Brasil é o Estado e a Constituição Federal.

Diz o jornal: “A crise do coronavírus está expondo não apenas a dificuldade que o cipoal de leis e o excesso de normas causam para a administração pública em momentos críticos, mas também os malefícios da cultura arraigada em instituições que entendem ser o poder intervencionista do Estado único instrumento de defesa dos mais fracos”.

Ora, é justamente o Estado, neste momento de crise mundial causada pelo novo coronavírus, que tem condições de socorrer os trabalhadores. Seja através de políticas públicas de assistência social ou econômicas.

Nos EUA, país admirado pelo presidente Bolsonaro, a falta de um sistema público de saúde tem sido um dos motivos para o grande número de mortes naquele país. Lá, diferente como aqui no Brasil, o cidadão precisa pagar para receber atendimento de saúde.

O nosso Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo sendo tão sucateado pelos governantes, segue atendendo a todos os brasileiros, sem qualquer distinção. Por isso, é preciso lutar por mais investimentos e também pela valorização dos seus profissionais. Esta é uma das bandeiras da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Na próxima quinta-feira (16), o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) dará a decisão final sobre a MP 936. Até lá, os trabalhadores precisam ficar atentos. Não podemos pagar pela crise.

Ousar lutar, ousar vencer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário