29 de fev. de 2012

Artigo: cai a máscara da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos de Pouso Alegre

“Como os companheiros e companheiras do Movimento Sindical têm observado nos últimos meses, um sentimento de revolta e indignação tomou conta dos trabalhadores metalúrgicos de Jacutinga e região. Num ato democrático de estado de direito, fundamos o  Sindimetal de Jacutinga e Região.
Antes do ato de fundação, procuramos o sindicato de Pouso Alegre para oferecer à diretoria a possibilidade de defender a unidade. Mesmo após o desmembramento, tentamos preservar, o tempo todo, a integridade física e moral de cada um de nós, pais e mães de família.
Mas, como é de costume e prática de alguns dirigentes da CUT, que quando vêem que não vão conseguir ganhar na democracia tentam vencer na base da repressão, tais dirigentes trouxeram “bate paus” do ABC paulista para cumprir seus objetivos na base do pau. No entanto, com o respaldo da Justiça, conseguimos garantir nossa assembleia e fundar nosso Sindicato.
O sindicato de Pouso Alegre vem tendo sucessivas derrotas na tentativa de impugnar o Sindimetal - já perderam três tentativas de liminares para impedir nossas assembleias. Também tentaram minha expulsão do sindicato de Pouso Alegre, mas ganhei na Justiça uma antecipação de tutela, garantindo minha permanência na entidade.
Não tenho a intenção de continuar como diretor do sindicato de Pouso Alegre, mas quero deixar a entidade com a mesma dignidade que entrei, pela porta da frente e com trabalho de base. Da mesma forma, quero sair para cuidar desta nossa nova empreitada, que é a defesa dos metalúrgicos de Jacutinga e Região.
Na sexta-feira 17, em mais uma tentativa desesperada de barrar nossa ascensão sindical, Jacutinga foi tomada por cerca de 30 jagunços do ABC paulista, alguns diretores do sindicato de Pouso Alegre, pelo secretário-geral da CUT, Carlos Magno; pelo representante da CUT Regional, Moringa, entre outros.
O sindicato de Pouso Alegre é administrado como se fosse a casa do presidente, e não da forma como a categoria gostaria que fosse. Eles não fazem cumprir direitos básicos dos trabalhadores previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), como auxílio creche.
Nem mesmo casos graves de assédio moral e sexual são levados a cabo pelo sindicato de Pouso Alegre, que tempos atrás foi condenado pela Justiça a indenizar uma trabalhadora assediada dentro da própria entidade.
Além de não lutar pelos interesses dos trabalhadores, o sindicato de Pouso Alegre tem feito justamente o contrário. Quem não se lembra do acordo de banco de horas na Delphi, assinado por Carlão, que achatou o salário dos metalúrgicos por dois anos quando a empresa se instalou em Jacutinga? E dos acordos de PLR da Kidde, de Ouro Fino, fechados por telefone com a representante da empresa? Não bastasse, a direção do sindicato de Pouso Alegre também admitiu que a MG Sul, de Ouro Fino, parcelasse os salários atrasados em até quatro parcelas.
A hipocrisia é tamanha que fica difícil descrever. Na última eleição, um quarto dos votos que elegeram a chapa 1 saiu de Jacutinga, sem o qual não teriam quórum e poderiam perder a  direção do sindicato. Com o desgaste do sindicato em Pouso Alegre e sem os votos dos trabalhadores de Jacutinga, dificilmente a atual diretoria conseguirá se reeleger.
Uma das coisas que mais causa indignação e revolta entre os trabalhadores é que vários companheiros já foram demitidos por reivindicarem seus direitos, e o sindicato de Pouso Alegre nunca reverteu nenhuma destas demissões. Os chamados “estados de greve” nunca foram adiante, pois mobilizar bate paus para uma greve seria inviável, enquanto que para garantir a dinastia da CUT gastam o que for preciso.
É para romper com tudo isso que criamos o Sindimetal de Jacutinga e Região. Queremos um sindicato de luta, sem peleguismo e conchavos com os patrões. Esse é o desejo dos trabalhadores, que é soberano e deve ser respeitado!”.
Douglas Junio Costa - Sindimetal de Jacutinga e Região


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