Manifestação em frente ao Banco Central, em Belo Horizonte
Cerca
de 2 mil pessoas participaram do Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego
em Belo Horizonte ,
na tarde da quinta-feira, 12.
A manifestação, realizada em frente à sede do Banco
Central, reuniu sindicalistas, trabalhadores, estudantes e empresários.
Estiveram
presentes dirigentes da CTB Minas, Força Sindical, NCST, Federação Interestadual dos Metalúrgicos e
Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Sindicato dos Metalúrgicos de Betim,
União da Juventude Socialista (UJS), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Associação Mineira dos
Municípios (AMM), entre outras.
Presente
no ato, o presidente da CTB Minas, Gilson Reis, cobrou a redução drástica dos
juros e um novo projeto de desenvolvimento para o País, com valorização do
trabalho e distribuição de renda. “Não é mais possível que o Brasil continue
sendo campeão mundial em juros, pois isso não alimenta a produção, o emprego e
a renda, mas tão somente o capital financeiro”, criticou. Segundo ele, é
preciso somar forças para impedir que o País seja destruído pelo grande capital
financeiro internacional.
Para
o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, o Brasil está vivendo um momento
histórico. “Pela primeira vez, trabalhadores, estudantes e empresários estão
juntos. O que está em jogo neste momento é a definição do país queremos, se um
Brasil potência ou colônia. Na sua opinião, a taxa de juros brasileira é um
“câncer” que precisa ser extirpado da economia de forma que a indústria
brasileira possa se tornar competitiva.
Já
o presidente da Fitmetal, Marcelino da Rocha, disse que o Brasil precisa
caminhar no sentido do desenvolvimento, e não viver de medidas paliativas que
não solucionam os problemas enfrentados pelos trabalhadores e empresários.
“Precisamos lutar conjuntamente com todas as forças para combatermos as altas
taxas de juros e garantirmos mais produção e melhores salários para os
trabalhadores”.
A
defesa da produção e do emprego é uma luta pelo futuro da Nação, considerou o
presidente João Alves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, a
maior entidade representativa da categoria em Minas. “A nossa economia ainda
tem um viés neoliberal. Por isso, é preciso conscientizar a população que esta
luta é de todos. Somente seremos um País desenvolvido a partir do momento em
que tivermos uma indústria forte e competitiva, com trabalho para todos e
salários dignos”, afirmou.
Debate
Após
o ato público, os manifestantes seguiram em passeata até a Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, localizada próximo ao Banco Central, onde
participaram de um debate sobre a desindustrialização promovido pelo
Legislativo mineiro a pedido do deputado estadual Celinho do Sinttrocel
(PCdoB), parlamentar oriundo do movimento sindical.
Segundo
o deputado, o objetivo do encontro foi debater com firmeza a questão da
desindustrialização e levantar sugestões e propostas para se enfrentar o
capital estrangeiro, “que tem prejudicando consideravelmente as empresas e os
trabalhadores de Minas e do Brasil”.
“Este
é um problema nacional. Não podemos mais conviver com uma situação como esta.
Nas empresas de Minas e do País, estamos tendo um grande número de demissões.
Além disso, o PIB mineiro e nacional reduziu significativamente, em função do
desaquecimento da economia decorrente do processo de desindustrialização.
Portanto, precisamos construir propostas urgentes para mudar este quadro em
favor dos trabalhadores e das indústrias”, enfatizou.
Gilson Reis no debate sobre a desindustrialização
Confira a cobertura fotográfica da passeata e do debate no Facebook e no Orkut da CTB Minas.
Texto e fotos: Eliezer Dias – CTB Minas
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